Documentos obtidos pelo Plural demonstram que a Prefeitura de Curitiba manipulou os critérios técnicos utilizados para definir as restrições na Cidade, de modo a evitar que houvesse novo fechamento do comércio na semana passada. Faltando pouco mais de um mês para a eleição, a Prefeitura, caso seguisse os critérios que ela própria instituiu, teria de determinar a chamada ‘quarentena de domingo’, que fecha mercados e comércios no fim de semana, além de bares. Mas a opção foi outra.
No dia 2 de outubro, a Secretaria de Saúde de Curitiba divulgou uma planilha com os cálculos relativos à semana. O resultado indica que a nota da Cidade, que determina o que deve ser feito, estava em 1,78. Pela tabela, isso indica que a Capital estava tranquilamente na bandeira amarela, sem maiores restrições.
No entanto, a planilha mostra que os critérios do indicador 7 (total de leitos livres) mudaram de uma semana para outra, sem qualquer explicação. Caso fossem utilizados os mesmos critérios que vinham sendo seguidos desde o começo da pandemia, a falta de mais leitos vagos teria levado Curitiba necessariamente para a bandeira laranja.
Na semana que encerrou no dia 2, a Capital contava com 76 leitos vagos, o que pelo critério anterior apontava para bandeira vermelha – e ajudaria a levar o número geral para a bandeira laranja. Mas, subitamente, essa quantidade de leitos passou a contar como bandeira amarela.
Com o índice 1 neste indicador, o resultado do cálculo caiu de 2,18 para 1,78, ou seja, do indicador de bandeira laranja para bandeira amarela.
Desde o lançamento do Sistema de Monitoramento, a análise do índice é feita na sexta-feira, portanto, o resultado acima de 2 no dia 2 de outubro indicaria o fim da bandeira amarela e a volta para a bandeira laranja depois de apenas uma semana de alerta mais brando.
Não há no documento publicado no site da Prefeitura nenhuma explicação para a mudança no critério. As faixas de valores anteriores estavam sendo usadas desde junho, como mostram documentos enviados pela própria Secretaria para o Plural. Confira abaixo os documentos na íntegra:
No dia 1º de outubro, o Plural enviou solicitação à Secretaria Municipal de Saúde e ao Comitê de Ética e Técnica Médica pedindo explicações sobre os cálculos. Não houve resposta. Continuamos aguardando.
Precisamos de noticias assim. O bom jornalismo vai em busca da verdade de forma crítica e imparcial.
A lástima é que toda a imprensa curitibana está servindo o poder político e/ou mercadológico.
Isso só pode conduzir a sociedade a um beco sem saída.
E o Greca liderando as pesquisas de intenção de votos! Quando o povo vai dar mais importância pra saúde do que para asfalto?