Ônibus de Curitiba devem parar a partir de sábado (20)

Somente trabalhadores essenciais terão transporte garantido; medida não vale para RMC

Uma medida cautelar expedida pelo conselheiro Fabio Camargo, presidente do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), determina que os ônibus deixem de circular em Curitiba a partir deste sábado (20). O objetivo é conter a propagação do coronavírus na cidade, que enfrenta o cenário mais grave desde o início da pandemia e já não tem mais leitos de UTI disponíveis para atender a população. A Prefeitura diz que vai recorrer da decisão.

O documento prevê que seja garantido o transporte apenas aos trabalhadores de serviços essenciais, sobretudo os da área da Saúde. A condição é que sejam tomadas medidas para que o distanciamento social seja cumprido dentro dos veículos. 

A Urbanização de Curitiba (URBS) afirmou que a Prefeitura ainda não foi notificada, mas deve recorrer da decisão. Segundo a assessoria, atualmente, “mesmo com a queda no movimento”, a frota de cerca de mil veículos – 80% do total – segue inalterada. As linhas operam com 100% nos horários de pico, mas são reduzidas em 50% fora deles. “Antes da bandeira vermelha, o movimento diário estava em cerca de 350 mil passageiros por dia. Na última quinta (18), esse número havia sido de 241 mil passageiros. A frota está configurada para atender até 200 mil usuários a mais – 450 mil.”

Procurado pelo Plural, o Transporte Coletivo Metropolitano (COMEC) informou que não é parte da medida cautelar e não foi citado na determinação de suspensão, portanto segue funcionando. Hoje, a Região Metropolitana de Curitiba conta com 615 ônibus ativos – 80% do total. Na última quarta (17), 115 mil passageiros utilizaram o serviço.

“O sistema de Saúde de Curitiba, infelizmente, colapsou”

No fim da tarde desta sexta (19), Camargo emitiu uma nova explicativa de sua decisão. Ele reforçou que expediu a medida porque “o sistema de Saúde de Curitiba, infelizmente, colapsou”. “Não temos, segundo dados da própria Prefeitura divulgados na data de hoje, nenhum leito para receber os pacientes com Covid-19 que necessitem de atendimento. Nunca tivemos tantos casos e tantas mortes em Curitiba”, escreveu.

O presidente do TCE também disse que é da competência do órgão fiscalizar a eficiência e a eficácia da prestação de serviços públicos, fazendo menção ao art. 1° XIII da Lei Complementar n° 113/2005. “Particularmente quando se está diante de uma situação de agravamento da crise sanitária na área da saúde pública, com o esgotamento de todas as alternativas que impeçam a escalada da perda de vidas.”

Ele finalizou esclarecendo que outras cidades do Paraná já suspenderam o funcionamento do transporte público e o TCE segue promovendo consultas para checar a realidade dos demais municípios, em especial os maiores. “Neste momento, a suspensão não alcança os municípios da Região Metropolitana de Curitiba. Mas, uma vez que parando o transporte público de Curitiba, a tendência é de uma considerável redução de passageiros nos ônibus que chegam à Capital. “

“Sandice”

A Prefeitura de Curitiba tem 15 dias para apresentar uma defesa. Durante uma coletiva de imprensa, na tarde desta sexta (19), o prefeito Rafael Greca se manifestou sobre a medida. “Torço pra que essa sandice não se consume. Uma cidade precisa do ir e vir com liberdade, temos 2 mil pessoas em atendimento domiciliar. Entendo a intenção da mão pueril que redigiu essa decisão, mas é uma mão muito jovem”, falou.

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4 comentários em “Ônibus de Curitiba devem parar a partir de sábado (20)”

  1. Eu acho certo tem muita gente q só tá passeando por aí vejo muitos idosos no ônibus e nos mercados não precisa disso se eles já tomaram a vacina não tem q sair fica em casa
    Deveria colocar uma pessoa na entrada dos ônibus pra ficar perguntando se vai trabalhar mesmo se for ainda apresentar a carteira de trabalho mais nós sabemos q isso não acontece pois e Curitiba ninguém respeita por isso q tá do jeito q estamos hoje e uma pena isso

    1. Isso é ditadura, controle das pessoas tanto nas ruas, pior ainda no acesso ao embarque no transporte, quem propôs isso não sabe o que diz.

  2. Achei esta medida injusta. Me parece classista e racista. Os patrões e patrôas que moram em Curitiba ficam tipo presos em casa . Mas as empregadas e os empregados que moram na periferia podem ( e se não forem perdem o emprego) ir trabalhar de ônibus. É no mínimo esquisito.

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