Esperança em meio ao caos: os partos na pandemia

Quatro mulheres relatam a experiência de ter filhos em tempos de Covid-19

Terça-feira, 15 de setembro de 2020. Andriele Rodrigues completava 40 semanas da gestação de seu primeiro filho, Benício. Naquele dia, a engenheira civil e administradora não pensava em outra coisa que não fosse o tão aguardado parto normal. As contrações começaram por volta das dez da noite. Em casa, Andriele mal conseguia dormir de tanta ansiedade. Seis horas depois, ela e o marido fizeram o caminho mais longo de suas vidas até a Maternidade Curitiba. 

Lá, encontraram a doula e a médica obstetra que auxiliariam no parto. “Era uma contração a menos para encontrar o Benício”, lembra Andriele. O relógio marcava meio dia e quinze minutos e nada da criança nascer. Com os batimentos cardíacos de Benício caindo, a equipe médica precisou usar o vácuo – última alternativa antes de partir para uma cesariana – e enfim, às 12h54 do dia 16 de setembro de 2020, ele nasceu. 

Benício Rodrigues. Foto: Luciana Zenti

Benício e Andriele Rodrigues

“Eu sempre quis ser mãe”, diz Andriele, que só não imaginava que o momento tão esperado aconteceria em meio a uma pandemia. Ao contrário do esperava, o início da gestação se mostrou um momento de muitas frustrações, angústias e incertezas – sentimentos que estavam sempre acompanhados do medo da contaminação. “Esse começo foi um período triste para mim. Eu queria que o mundo soubesse que eu estava grávida. Essa fase que eu sonhei a vida inteira em vivenciar eu não pude”, relata.

Mas, como todo mundo, Andriele precisou se adaptar. Ao invés de um chá de fralda comum, Benício teve uma “charreata”, pela qual amigos e familiares da nova mãe puderam conhecer o recém-nascido de longe. “O que a gente sentiu muito foi a falta de contato com as pessoas, foi eu colocar uma roupa para sair e mostrar minha barriga. Esse período foi cheio de emoções e de uma carga muito pesada pelo fato de não poder dividir com a minha família e amigos.” 

Além do receio de entrar em contato com o vírus, uma das coisas que mais angustiava Andriele era a possibilidade de não conseguir fazer as fotografias do parto. Por conta da pandemia, alguns protocolos foram instituídos nas maternidades para prevenir a contaminação da Covid-19. Um deles foi a diminuição no número de pessoas dentro do centro cirúrgico, excluindo fotógrafas e doulas de grande parte das instituições – principalmente da Rede Pública.

“Eu queria ver tudo o que aconteceu ali, queria saber como foi meu parto. Na hora eu sabia que estaria na emoção, no medo, na angústia, na ansiedade, na felicidade extrema e acaba passando muita coisa”, relata. Duas semanas antes do nascimento de Benício, no entanto, a entrada de doulas e fotógrafas foi liberada na Maternidade Curitiba.

Andriele, o marido David e Benício. Foto: Luciana Zenti

A fotógrafa de parto e doula Amanda Nunes conta que, desde o início da pandemia, ela participou de 15 a 20 nascimentos. Segundo ela, no começo foi difícil porque todos estavam receosos e a maioria das famílias não queria mais uma pessoa no quarto, o que dificultaria o distanciamento necessário para a contenção da disseminação do vírus.

“Muitas mulheres ficaram com bastante medo. Esses tempos atrás eu acompanhei um parto em que a gestante não queria tirar a máscara mesmo dentro do chuveiro, de tanto medo que ela estava. A obstetra teve que pedir para ela tirar porque o bebê estava com os batimentos cardíacos diminuindo.”

Atuando como doula e fotógrafa de nascimentos há oito anos, Amanda considera a profissão de extrema importância principalmente em momentos conturbados como esse. “Tem muito disso, que parto é sofrimento, é dor. Então eu queria registar o parto para desmistificar isso e poder ajudar outras mulheres a receberem seus filhos de uma forma respeitosa.”

Júlia e Elisana Folador

Três meses depois de Benício, no dia 29 de janeiro de 2021, e na mesma maternidade, nasceu Júlia, a primeira filha da advogada Elisana Folador. Ela sempre sonhou com um parto normal, já tinha tudo preparado para o dia do nascimento. Estava tão organizada que continuou trabalhando até momentos antes de sentir as primeiras contrações.

Às 19h do dia 28 de janeiro, com 40 semanas e seis dias de gestação, Elisana foi para a maternidade acompanhada do marido. Junto de uma doula, a advogada logo foi encaminhada à suíte de parto para aguardar a chegada de Júlia.

No entanto, ao constatar que a bebê estava com taquicardia – aceleração dos batimentos cardíacos fora da proporção habitual -, Elisana teve que ir para a cesárea. Júlia nasceu exatamente às 2h16 do dia 29. O momento foi todo registrado pela fotógrafa e doula Amanda Nunes.

Elisana e Júlia. Foto: Amanda Nunes

Júlia não pôde receber visitas quando nasceu. Mas, na visão da mãe, isso foi um ponto positivo. “Quando a gente tem o bebê é sempre muita gente, e assim eu tive a oportunidade de ter esse momento só nosso, nós três [ela, o marido e a filha].”

Foto: Amanda Nunes

Durante a gestação, Elisana ficou preocupada quando soube dos casos de gestantes tendo bebês prematuros por conta da infeção pela Covid-19. Não saber se o vírus poderia gerar uma complicação maior nas gestantes piorou ainda mais o sentimento.

No entanto, o maior medo da advogada é agora, com a bebê já fora da barriga. Apesar disso, Elisana faria tudo de novo se pudesse. “Eu não escolheria ter filho em outra época, não faria nada diferente.”

Foto: Amanda Nunes

Lucca e Mônica Pinheiro Pelá

Quando os primeiros casos confirmados de Covid-19 começaram a aparecer em Curitiba, a assistente social Mônica Pinheiro Pelá estava grávida de quatro meses do segundo filho. O nervosismo com o parto foi aumentando à medida que a pandemia avançava na cidade. “Eu ficava preocupada de acabar pegando [o vírus] e passar para ele, eram muitas coisas que passavam pela minha cabeça.” 

Mônica explica que o nascimento de Lucca foi complicado do início ao fim. Ao contrário do parto do primeiro filho, Giovanni, que hoje tem quatro anos, Mônica carregava inúmeras incertezas sobre o futuro do caçula. Isso porque, a chegada de Lucca, prevista para agosto de 2020, aconteceu um mês antes, no dia 8 de julho.

Mônica e o marido Bruno com Lucca. Foto: Arquivo pessoal

“Eu estava prestes a entrar na sala de parto para fazer uma cesárea do bebê prematuro, falando de UTI neonatal e que eu não podia fazer o procedimento para não ter mais filhos porque eu não sabia se meu bebê ia ficar bem ou não. Eu entrei em desespero.”

Lucca nasceu de cesárea e foi direto para o atendimento com o pediatra. Depois do parto, quando recebeu a notícia de que seu filho não precisaria de UTI, Mônica estava sozinha com ele no quarto. “Foi um alívio olhar para ele. Foi um momento só meu e dele, de a gente se ver, se reconhecer e fortalecer a ligação que a gente tinha.”

Por conta do intenso fluxo de pessoas no hospital e no quarto, Mônica relata que, assim que deu luz à Lucca, queria ir para casa o mais rápido possível. “Como é uma coisa que você não tem como controlar, como não é palpável, assusta bastante”, reflete. 

Para a assistente social, apesar de todas as instabilidades e imprevisibilidades deste período, ser mãe na pandemia é uma superação. “Tive que descobrir faces da maternidade que eu não tinha percebido ainda. Eu estou muito mais com ele hoje do que eu estaria se não houvesse a pandemia. Ele tem oito meses e estou há oito meses com ele em casa. Fases de desenvolvimento dele que eu não teria acompanhado tão de perto eu estou acompanhando”, observa.

Foto: Arquivo pessoal

As mudanças impostas pelo coronavírus

A ginecologista obstetra Midiã Vergara Bandeira explica que a primeira mudança trazida pela pandemia para as gestantes ocorreu já no pré-natal. “As pacientes estão passando mais tempo sozinhas, você percebe que isso incomoda e faz falta para elas.”

Ela relata que dentro das maternidades em que trabalha – todas particulares – os acompanhantes nunca foram proibidos, então o processo do parto em si não sofreu muitas alterações. Para as grávidas, no entanto, mudou tudo. “A gravidez não é só a gravidez. Faz parte fazer o enxoval, parece uma coisa simples, mas faz parte da cultura da gestação, ter contato com a família, tirar foto grávida, fazer chá revelação. Tudo isso elas estão perdendo e você vê o quanto isso as impacta.” 

De acordo com a médica, ao longo do último ano, assim como o medo da contaminação, o número de pacientes infectadas aumentou muito. Midiã menciona que uma delas chegou a precisar de internamento, mas teve alta antes do bebê nascer.

Na última semana de março, a obstetra acompanhou um colega na cesárea de uma gestante de 26 semanas em estado grave com Covid. “Hoje, pela primeira vez desde o início da pandemia, eu vi o coronavírus de frente. Você olha ao seu redor e o vírus está ali. Está nos olhos dos 20 profissionais de saúde envolvidos no processo. Está nas lágrimas do marido e agora pai que precisa ter forças e esperança de que sua esposa e sua filha com menos de um quilo sobrevivam. Está na dor de saber que essa mãe não faz a menor ideia que seu bebê nasceu. O vírus está no ar, na tensão, na tristeza. Mas também na esperança. Esperança que sejam duas vidas salvas. Esperança de que esses dias acabem”, relata a médica em um post do Instagram. 

Pela primeira vez na história, o número de mortos no Paraná – 11.724 – quase alcança o de nascimentos – 12.957. De acordo com os dados do Registro Civil, a diferença entre ambos ficou em apenas 1.233, o que equivale a uma redução de 92% em comparação com março de 2020.

Nesse cenário, em meio a tantas notícias de morte, Midiã pode trabalhar com a vida, como ela mesma afirma. “Enquanto meus colegas contam número de óbitos, eu conto números de vida. Enquanto meus colegas choram as suas dores, eu presencio lágrimas de felicidades. Enquanto meus colegas presenciam despedidas, eu presencio encontros. Eu escolhi a medicina mas a obstetrícia me escolheu e nesses dias de luto coletivo eu me sinto muito privilegiada por ajudar mulheres a trazerem uma luz a esse mundo. Cada bebê que nasce traz consigo a esperança de dias melhores.”

De acordo com a doula e presidente da Associação de Doulas de Curitiba e Região Metropolitana (Adouc), Patrícia Teixeira, as maiores alterações ocorreram em maternidades da Rede Pública de Saúde. Por conta do risco de aglomeração, a primeira norma instituída foi a retirada dos acompanhantes – direito assegurado às pacientes gestantes pela Lei Federal nº 11.108, de 7 de abril de 2005.

A segunda consequência provocada pela pandemia foi o fechamento de duas das principais maternidades da Capital – Victor Ferreira do Amaral e Bairro Novo – para liberar leitos para atendimento de pessoas contaminadas pela Covid. Todos os partos foram transferidos para o Hospital das Clínicas e Hospital Evangélico, que, segundo a presidente da Adouc, ficaram sobrecarregados, o que resultou no aumento dos casos de violência obstétrica. “Eles [os hospitais] receberam mais pacientes, mas não aumentaram as equipes. Faltava espaço físico, faltava acompanhante, faltavam profissionais que atendessem as gestantes.”

Atuando como doula desde 2015, Patrícia acompanhava cerca de 140 partos por ano, o equivalente a quase 12 nascimentos por mês. Desde o início da pandemia, no entanto, esse número diminuiu para uma média de três a quatro partos mensais. “Como é um serviço particular, muitas mulheres acabaram desistindo por uma questão financeira e também pela dúvida de se aquela maternidade permitiria a entrada da doula”, aponta.

Lívia e Bibiana Paviani 

“Meu relato de parto não é romântico… É físico, mecânico, carnal, visceral ou qualquer outra expressão que consiga expressar o que é parir, se é que é possível.” É assim que a enfermeira obstetra Bibiana Paviani começa a contar a história do nascimento de Lívia, sua primeira filha.

Antes mesmo de engravidar, Bibiana já sabia que queria um parto domiciliar. A enfermeira sempre soube que o nascimento da filha seria em casa. Porém, Lívia tinha outros planos.

Durante todo o período de gestação Bibiana e o marido ficaram isolados em casa e não puderam ter a “parte social da gravidez”. “Eu não vivi as filas preferenciais, as paparicadas, não pudemos compartilhar o momento com amigos e mostrar para eles a barriga se mexendo. Essa parte foi me tirada, mas eu sempre peso pela questão de que a gente teve a oportunidade de ficar em casa, não tenho do que reclamar”, pondera. 

Pintura gestacional feita pela equipe de trabalho de Bibiana. Foto: Reprodução/Facebook

Chegando na quadragésima semana, Bibiana mal podia esperar pelo nascimento da filha. Porém, 14 dias se passaram e nada da Lívia chegar. “Por mais que eu tivesse a teoria bem esclarecida na minha cabeça, por trabalhar com isso, eu não era profissional naquele momento, eu era uma gestante e tudo vinha na minha cabeça.”

Receosa de ir ao hospital e se contaminar, a enfermeira optou por esperar mais um pouco. “Fizemos várias práticas para estimular o nascimento, mas nada resolveu. Com 42 semanas minha pressão começou a subir e na semana seguinte a gente decidiu internar”, relembra. Depois de muitas horas, Lívia nasceu. Era 14 de julho de 2020.

Por medo de sofrer alguma intervenção indesejada, Bibiana escolheu uma equipe médica particular formada pelas próprias colegas de trabalho para participar do parto. “Eu sei que a gente fica muito vulnerável, então eu queria que meu desejo primordial de não ir para uma cesárea e não ter intervenções fosse respeitado. Acho que saber que minha equipe jamais faria procedimentos desnecessários me possibilitou essa entrega, me libertou para gritar o que a vontade pedisse, pois eu sabia que elas jamais fariam”, relata.

Lívia levou horas para nascer. Foto: Arquivo Pessoal

Na hora do parto, Bibiana não pensou no vírus. Para ela, o pânico veio só depois que Lívia nasceu. “Não me senti insegura, a situação não estava como está hoje, então eu sabia que se acontecesse alguma coisa eu teria um leito para internar, teria um respirador, uma equipe. Se fosse hoje, eu estaria apavorada.”

Para Bibiana, ser mãe em um contexto pandêmico pode ser ainda mais solitário e cansativo. No entanto, ela acredita que as mulheres passaram a ter mais liberdade para exercer a maternidade da forma que realmente desejaram fazer. “Nunca fui mãe em outro momento. Às vezes sinto vontade de engravidar de novo para viver uma gestação que parece que a gente não viveu por conta da pandemia, mas isso é meio insano”, finaliza, rindo.

Lívia e Bibiana. Foto: Arquivo Pessoal

As maternidades

Diante das mudanças trazidas pela pandemia para as maternidades, o Plural reuniu informações sobre os partos e protocolos de segurança contra a disseminação do vírus seguidos pelos hospitais de Curitiba desde o início da pandemia.

Rede particular: 

  • Maternidade Santa Brígida 

A Maternidade Santa Brígida, localizada no bairro Água Verde, é onde mais nascem crianças em Curitiba. De acordo com um levantamento feito pelo Plural, com base nas declarações de nascidos vivos emitidas na cidade, entre 2014 e 2017, foram realizados 20,9 mil partos na maternidade. A instituição não respondeu aos questionamentos enviados pela reportagem a respeito das normas de segurança sanitária durante a pandemia.

  • Maternidade Hospital Santa Cruz

A média mensal de partos da Maternidade do Hospital Santa Cruz, no bairro Batel – contando cesáreas e partos naturais – é de 350. De acordo com a instituição, de 2019 para 2020, houve uma redução próxima de 20% no número total de nascimentos. Atualmente, é permitida a entrada tanto de fotógrafos quanto de doulas. A maternidade continuou funcionando durante a pandemia, mas fez reestruturações físicas. “Foi remodelada a recepção do Pronto Socorro Ginecológico e Obstétrico para separação do fluxo de atendimento aos pacientes. Além disso, preparamos nossos profissionais para o fluxo de atendimento à gestante em trabalho de parto com suspeita ou confirmação da Covid-19.”

  • Maternidade Nossa Senhora das Graças

Localizada dentro do Hospital Nossa Senhora das Graças, a maternidade realiza, atualmente, 170 partos por mês. Destes, 86% são cesáreas e 14% são partos normais. Segundo a maternidade, o alto índice de cirurgias obstétricas se dá pelo fato da instituição ser referência em partos de alta complexidade, possuindo UTI tanto para as mães quanto para os bebês. Desde o início da pandemia o número de nascimentos diminuiu em torno de 20%, sendo a média mensal habitual de 220 partos. “O motivo da redução é que, devido à covid, muitas mães estão optando em ter seu bebê em maternidade exclusiva, fora de unidade hospitalar”, afirma a administração da instituição. Por conta da pandemia e da consequente redução de pessoas dentro do quarto da gestante, não é permitida a entrada de doulas e fotógrafas neste momento.

Até o fechamento desta reportagem, as Maternidades Nossa Senhora de Fátima e Curitiba não responderam às perguntas enviadas pelo Plural.

Rede Pública: 

  • Hospital do Trabalhador

No Hospital do Trabalhador, localizado no bairro Novo Mundo, são realizados de 280 a 300 partos por mês. Destes, de 38% a 40% são cesáreas. Em março de 2020, como levantou o Plural, nasciam, em média, oito crianças diariamente no hospital, cerca de 280 partos mensais. Na época, a taxa de cesáreas era de 30%.

Segundo a instituição, por conta da pandemia e do fechamento de outras maternidades, “houve um aumento tanto no número de consultas como no número de partos realizados. Esse aumento gira em torno de 15 partos por mês”.

Neste momento, é permitida a entrada de um acompanhante à escolha da gestante. Pessoas externas não são permitidas.

  • Complexo Hospital de Clínicas – Maternidade Hospital de Clínicas e Maternidade Victor Ferreira do Amaral

O Complexo Hospital de Clínicas, referência para gestantes de risco habitual e gestantes de alta complexidade (com riscos para a mãe, criança ou ambos), atende cerca de 300 nascimentos por mês. Isso significa que são cerca de 10 partos por dia. Destes, 60% são partos normais. De acordo com a instituição, o Complexo oferece às gestantes “orientações e conforto para que possam ter tranquilidade e segurança no momento do parto”. O complexo hospitalar destaca que, até o momento, as medidas apontam para a efetividade, “pois não foram associados casos de Covid-19 relacionados a mulheres ou bebês internados em nosso Complexo”.  

Atualmente, devido às medidas de controle e prevenção do coronavírus, o número de pessoas que ingressam no ambiente do parto está limitado, não sendo permitida a entrada de outros profissionais, como doulas e fotógrafas de parto, que não fazem parte oficialmente da equipe assistencial da maternidade. 

A administração do hospital não respondeu aos questionamentos enviados pelo Plural sobre o fechamento da Maternidade Victor Ferreira do Amaral.

  • Maternidade Bairro Novo

Administrada pela Prefeitura de Curitiba, a Maternidade Bairro Novo era referência em parto humanizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No início de março de 2020, como constatou o Plural, em média, nasciam cinco bebês por dia na Maternidade Bairro Novo, sendo 165 ao mês. A taxa de cesáreas era de 28%. Não havia UTI neonatal nem UTI para as mães. A maternidade foi fechada no dia 28 de março de 2020 para servir de “retaguarda clínica para Covid-19”. Não houve mais partos desde então. Atualmente, recebe doentes que se recuperaram do coronavírus e outras enfermidades.

  • Maternidade Mater Dei

Integrante do Grupo Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), a Maternidade Mater Dei atende pelo SUS e está localizada no Centro de Curitiba. Por mês, segundo a instituição, são realizados mais de 300 partos. Destes, 60% são naturais. Desde o início da pandemia, houve um aumento de 10% no número de nascimentos, em comparação com os dados de 2019. “A maternidade assumiu mais Unidades de Saúde a pedido da SMS [Secretaria Municipal de Saúde] para atendimento às gestantes de Curitiba, portanto, não podemos dizer que este aumento foi por conta da pandemia e, sim, pela aumento no número de atendimentos.” Devido aos protocolos de segurança sanitária, atualmente existem restrições de entrada para doulas e fotógrafas.

  • Hospital Evangélico Mackenzie

No Hospital Evangélico Mackenzie, localizado no bairro Bigorrilho, eram realizados 220 partos por mês antes da pandemia. Como a instituição recebeu as gestantes que dariam à luz na Maternidade Bairro Novo, fechada desde março do ano passado, o número de nascimentos aumentou em 60%. Hoje, são realizados mais de 350 partos por mês no hospital.

Segundo a administração do hospital, acompanhantes podem permanecer junto às gestantes no pré-parto e durante o parto. No entanto, “para evitar aglomerações na enfermaria, está restrita a presença 24 horas dos acompanhantes no alojamento. As mães recebem visitas prolongadas de até 6 horas com a possibilidade de uma troca por dia”.

Colaborou: Maria Cecília Zarpelon

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