Tarifa técnica dos ônibus é de R$ 5,24 em Curitiba

Valor repassado pela Prefeitura às empresas do transporte coletivo aumentou quase 30% nos últimos dois anos

A pandemia do coronavírus fez com que o número de passageiros no transporte coletivo diminuísse consideravelmente na Capital do Paraná. De acordo com a Urbanização de Curitiba (Urbs), em 10 de março, o movimento era de 759,5 mil passageiros no sistema, quantia que foi para pouco mais de 200 mil em abril. Apesar da redução, o prefeito Rafael Greca (DEM) diz que está trabalhando para manter a tarifa técnica em R$ 5,24 e a passagem de ônibus em R$ 4,50.

Há pouco mais de uma década, a Prefeitura realizou a atual licitação do transporte coletivo. Nesse contrato, o poder público e as empresas de ônibus devem obedecer a várias cláusulas, entre elas a do “equilíbrio econômico financeiro”. Este item dá aos empresários o direito de exigir reajuste na tarifa, em caso de desequilíbrio na economia.

Para amenizar o prejuízo, o Executivo (estadual e municipal) aplica, todos os anos, subsídios milionários no transporte coletivo. A ideia é impedir que o impacto das “novas despesas operacionais” das empresas, recaia sobre o usuário. No entanto, mesmo com essa ajuda, a tarifa social de Curitiba ainda é uma das maiores do Brasil. Neste contexto, também há a conta real do custo da operação do transporte por passageiro, a chamada tarifa técnica. Essa despesa aumentou quase 30% nos últimos dois anos.

Em agosto de 2018, a tarifa técnica foi de R$ 4,24 para R$ 4,71. Em fevereiro do ano passado, o valor aumentou junto com o da tarifa social e foi para R$ 4,79. Já em outubro de 2019, essa despesa foi para R$ 5,24 e permanece assim até os dias de hoje.

Aumento na tarifa técnica

De acordo com o vereador Bruno Pessuti (Podemos), o cenário para o transporte coletivo mudou depois do início da licitação em 2010; houve uma redução no número de passageiros. Além disso, modais economicamente mais interessantes para o usuário começaram a surgir. Outro fator foi a correção monetária dos salários dos trabalhadores, que contribui para o aumento das despesas.

Em razão dessas questões, a tarifa técnica passou a subir de maneira proporcional à quantidade de pessoas que deixaram de ser transportadas. Para calcular essa tarifa, basta dividir o custo do transporte pelo número de passageiros pagantes.

Pessuti destaca que uma nova tarifa técnica durante a pandemia pode ser desvantagem. Segundo ele, se a tarifa for calculada levando em conta uma quantidade de passageiros menor do que o está sendo transportada nos ônibus, haverá excedente de arrecadação por parte das empresas.

Para o vereador, o ideal deve ser controlar os custos do transporte considerando-se o quilômetro rodado dos ônibus. Nessa modalidade, a Prefeitura é responsável pelo pagamento. Pessuti acredita que observar a variação do custo por quilômetro facilita o modo de remunerar as empresas. “No final do dia, ao fechar a fatura, basta olhar no GPS quantos quilômetros os ônibus rodaram, e repassa o valor respectivo à quantidade de quilômetro percorrida por aquele ônibus”, explica.

Subsídio de Greca

Com a queda de passageiros, as empresas de ônibus da Capital já pediram “socorro” para a Prefeitura. O Executivo forneceu um subsídio de R$ 50 milhões para o transporte no ano passado; em adicional, o Governo do Estado ainda deu mais R$ 40 milhões.

Apesar disso, as empresas de ônibus já estão pedindo mais dinheiro para a Prefeitura. O objetivo é arcar com os custos do transporte coletivo durante a pandemia. Ao que tudo indica, o prefeito vai garantir mais R$ 54 milhões para os ônibus. Segundo Greca, essa verba permitirá o pagamento dos salários de trabalhadores e o funcionamento do sistema de transporte.

Para liberar a nova ajuda, a Câmara Municipal precisa aprovar, nesta segunda-feira (4), o projeto de Greca. O auxílio deve durar três meses, mas a Prefeitura garante que os donos das empresas de ônibus vão abrir mão do seus lucros.

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