No relatório da CPI da Covid tem um capítulo inteiro dedicado a Ricardo Barros

O relatório indicia o deputado por incitação ao crime, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) apresentou nesta quarta-feira (20) seu relatório dos trabalhos da CPI da Covid-19. No documento, ele pede o indiciamento de 66 pessoas, entre elas o deputado federal paranaense Ricardo Barros (PP), líder do governo Bolsonaro na Câmara. O nome do deputado aparece ao menos 88 vezes no documento e ganhou um capítulo de 23 páginas dedicado à atuação de Barros nos crimes investigados pela CPI.

Formalmente, o relatório indicia o deputado por incitação ao crime, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa. Suas ações, segundo o documento, tem relação com intermediações na compra de vacinas.

“O envolvimento de Ricardo Barros com vacinas não está restrito ao caso Covaxin. Há indícios de sua participação nas negociações para vender para o governo doses da vacina do laboratório chinês CanSino. O negócio seria feito por meio de outra empresa intermediária, ligada ao parlamentar, com sede em Maringá, a Belcher Farmacêutica, comandada por Daniel Moleirinho Feio Ribeiro, filho de um ex-secretário de Ricardo Barros, quando ele foi prefeito da
cidade paranaense, no início dos anos 1990″

Além disso, o relatório sugere que a Receita Federal investigue as mais de vinte empresas do deputado.

Em outra passagem, o relator anota que Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde também acusado de desvios, frequentava o apartamento funcional de Barros. “Ele já esteve lá, o Deputado Pedro Lupion mora no andar
debaixo do meu apartamento, o Deputado Francischini mora no mesmo andar do meu apartamento, e nós reunimos pessoas do Paraná que estão em Brasília com uma certa frequência, obviamente para confraternização”, disse Barros.

Em entrevista à Rádio Jovem Pan na manhã desta quarta-feira, Barros criticou o relatório dizendo que os fatos ali apontados já foram desmentidos em depoimentos prestados à própria CPI. Ele disse ainda que vai processar o relator Renan Calheiros e o senadores que votarem favoráveis ao relatório por denunciação caluniosa e abuso de autoridade.

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