“Mentalidade rica é sentir-se merecedor do dinheiro. Mentalidade pobre é culpar os outros e o Governo”. Essa banalidade usada por inúmeros coaches financeiros que ganham a vida prometendo enriquecer sua audiência no Youtube e na internet em geral foi parar no material de apoio para Educação Financeira de alunos do 6o. ano do Ensino Fundamental da rede estadual do Paraná. A denúncia é do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato).
A ideia de que existe uma “mentalidade” rica e outra pobre vem de “clássicos” da literatura da auto-ajuda como “Os segredos da mente milionária”, de T. Harv Eker. O conteúdo de tais obras não são exatamente “educação financeira” de fato. Eles estão mais voltados a ideia de que não se trata de aprender, mas sim de superar a insistência das pessoas de “pensar como pobre”.
Eker propõe afirmações diárias, entre outros conselhos que misturam teologia da prosperidade com senso comum e um certo preconceito contra pessoas pobres, para o aspirante a milionário superar suas limitações mentais e desbloquear o caminho mental até o primeiro milhão. Afirmações como “Tenho uma mente milionária!”, “O meu mundo interior cria meu mundo exterior” e “Observo meus pensamentos e só alimento os que me fortalecem” permeiam a obra, que insiste que esse exercício precisa ser diário.
As afirmações existem porque, segundo o autor, você aprendeu a pensar como pobre. “Em vez de assumirem a responsabilidade pelo que acontece na sua própria vida, as pessoas de mentalidade pobre preferem se colocar no papel de vítimas”, diz Eker na obra.
O autor, no entanto, destaca que disse que “elas se colocam no papel de vítimas. Não afirmei que são vítimas”. Ou seja, a situação econômica da grande maioria dos alunos da rede estadual que são pobres ou classe média está apenas na cabeça das famílias, não é real.
Eker vai mais além (assim como o quadro resumo usado pela Secretaria de Educação do Paraná): “A vítima põe a culpa na economia, no governo, na bolsa de valores, nos seus corretores, no ramo de negócio em que atua, no patrão, nos empregados, no gerente (…)”.
Depois da manifestação da APP-Sindicato, a Secretaria de Educação disse que irá retirar o material de circulação e que ele não reflete “a visão da secretaria sobre educação financeira”.
Vi esse livro nas Lojas Americanas. Deve fazer parte da ampla biblioteca do Rato e do Feder, aquele que já nasceu rico.
Se fosse ensinado a inexistente ideologia de genêro, pais, vereadores e deputados estariam contra o governo, mas como é só ensino financeiro se calam e deixam essas ridicularidades passarem.
Como poderia ser saudável o governo de um rato ou mesmo ratinho?
Que barbaridade!!!!!!!!!