Em ato, bolsonaristas arrancam faixa da UFPR e agridem fotógrafos e alunos

Bolsonaristas expulsam fotógrafa do Plural À força de manifestação

A manifestação a favor do governo de Jair Bolsonaro (PSL) em Curitiba teve tumulto e violência na Praça Santos Andrade, depois que partidários do presidente decidiram tirar uma faixa em favor da educação da fachada da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Não há notícia de feridos.

O protesto lotou a praça, no centro da cidade. Mais tarde os manifestantes devem sair em passeata. A pauta, supostamente, é a defesa da reforma da Previdência e de outras medidas defendidas pelo atual governo. No entanto, trata-se também de uma demonstração de força depois dos atos em favor das universidades públicas, há pouco mais de uma semana.

A faixa com o texto “Em Defesa da Educação” foi colocada por alunos da universidade depois que o Ministério da Educação anunciou o corte de 30% do orçamento de cada federal. O bloqueio das verbas deve levar à interrupção das atividades da UFPR em agosto, segundo a reitoria, já que não há dinheiro para levar adiante o ano letivo.

Os manifestantes arrancaram a faixa – o que causou indignação em pessoas que são favoráveis ao descontingenciamento de verbas das universidades. Um grupo entrou no meio da manifestação para tentar recuperar a faixa, e aí começou o tumulto, com empurra-empurra e gritaria. A polícia interveio.

Durante a confusão, alguém em cima de um caminhão de som disse que a repórter fotográfica do Plural presente à manifestação, Giorgia Prates, que havia se aproximado para registrar o momento, era “de esquerda”. Imediatamente, os bolsonaristas começaram a empurrá-la e a tirá-la da manifestação aos trancos. Giorgia teve de sair da praça às pressas.

O repórter fotográfico Hedeson Alves, da Gazeta do Povo, também foi agredido no mesmo momento, com um soco nas costas. Para sair, precisou da ajuda de policiais militares. Outro repórter fotográfico agredido foi Franklin Freitas, do jornal Bem Paraná. O Sindicato dos Jornalistas emitiu nota sobre o tema.

Um aluno do curso de jornalismo da UFPR que cobria o evento também foi agredido. Segundo o professor Mário Messagi Jr., da universidade, o estudante Hiago Rizzi Zanolla estava em uma atividade para o curso quando foi apontado pelo pessoal do caminhão de som como um dos alvos.

Os manifestantes que estavam nas ruas são o lado mais violento, regressivo, antidemocrático e ignorante dos eleitores de Bolsonaro”, afirmou o professor. “Hiago, pelo que é e pelo que faz, é o contrário de tudo isso”, disse Messagi.

Pesquisadores que estavam no evento, aplicando questionários para um estudo, também disseram ter sido agredidos verbalmente, tendo de encerrar o estudo por “falta de clima”.

Os protestos até o momento não têm cartazes pedindo fechamento do Congresso ou do STF, como se via nas redes sociais durante a convocação dos atos. No entanto, mesmo sem a participação de grupos como o MBL e outros que participaram da organização dos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), os atos pelo Brasil têm sido grandes.

Foto: Giorgia Prates/Plural
Foto: Giorgia Prates/Plural
Foto: Giorgia Prates/Plural
Foto: Giorgia Prates/Plural
Foto: Giorgia Prates/Plural
Foto: Giorgia Prates/Plural
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