Festival Olhar de Cinema divulga filmes paranaenses da seleção 2020

Evento deste ano vai exibir um longa-metragem e dez curtas produzidos no PR, entre os dias 7 e 15 de outubro

O festival Olhar de Cinema será on-line em 2020, como quase tudo que tenta sobreviver à pandemia. Programado para acontecer entre os dias 7 e 15 de outubro,  a organização acaba de divulgar a seleção dos filmes que fazem parte da chamada Mirada Paranaense, a parte do evento dedicada às produções do Paraná.

Os temas que pautaram a escolha dos 11 filmes (10 curtas e um longa-metragem) deste ano foram a arte, a identificação e a memória.

Apesar das dificuldades impostas pelo coronavírus, os organizadores procuram enxergar o copo meio cheio: por migrar para a web, esta é a primeira vez em nove anos que o festival – uma vitrine para o cinema independente do mundo inteiro – tem chance de ser visto por pessoas em qualquer parte do Brasil (que tenha internet).

“Entre as vantagens do novo formato [on-line] está o fato de que a nova produção paranaense estará na casa de todos”, diz o material de divulgação.

Confira a seguir os filmes selecionados para a Mirada Paranaense, do Olhar de Cinema 2020, com sinopses dadas pela organização. “A alma do gesto” é o único longa-metragem; os outros títulos são curtas:

“A alma do gesto”

De Eduardo Baggio e Juslaine Abreu-Nogueira. Pode um filme dar a ver e a pensar os atos criativos que constroem uma outra obra artística? Partindo desta inquietação, este documentário, realizado em contexto de pesquisa na Universidade Estadual do Paraná (Unespar), registra e reflete o processo de criação da Téssera Companhia de Dança Moderna da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para o espetáculo “Black Dog”, cuja concepção coreográfica foi inspirada nas dores emocionais ligadas à depressão.

“Além de tudo, ela”

De Pedro Vigeta Lopes, Pâmela Regina Kath, Mickaelle Lima Souza e Lívia Zanuni. Curta-metragem biográfico documental sobre a primeira mulher negra a se formar engenheira no Brasil, Enedina Alves Marques, partindo da perspectiva e relação de sua sobrinha Lizete Marques, sua afilhada Mirela Goncho e o pesquisador e historiador Sandro Luis Fernandes.

“Aonde vão os pés”

De Débora Zanatta. Ela percorre os caminhos da adolescência com coragem para viver seus desejos. E no encontro com o inesperado se coloca a correr, confiante em seus próprios pés.

“Cancha – domingo é dia de jogo”

De Welyton Crestani. A movimentação começa cedo aos domingo na Vila Verde. É um dia de sol e tem muita gente na rua se organizando para não atrasar o almoço, porque domingo é dia de jogo. E logo as pessoas já começam a se organizar ao redor da cancha de areia, localizada na praça central do bairro. Há 20 anos, a Vila Verde encontrou no futebol de várzea o caminho para a autossuficiência cultural da comunidade. Através da paixão de Carlinhos, vemos a trajetória do Campeonato de Futebol da Vila Verde. (Selecionado para a 9ª Mostra Ecofalante de Cinema.)

“Cor de pele”

De Larissa Barbosa. Um curta-metragem experimental em forma de  poesia, do gênero drama, que pretende questionar diversas opressões sofridas por mulheres negras dentro da sociedade brasileira. Através de um conjunto de cenas carregadas de simbologia, dor e revolta, histórias “comuns” e que se repetem são retratadas, sendo essas, histórias de mulheres sistematicamente apagadas e violentadas, mas também a potência e a força dessas mulheres para enfrentar de peito aberto essa sociedade excludente.

“E no rumo do meu sangue”

De Gabriel Borges. “Aos negros brasileiros, regressar à África espiritualmente.” Uma apropriação de imagens de um cinema novo para a construção de um novo imaginário. (Exibido na Mostra Geração da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes.)

“Exumação da arte”

De Maurício Ramos Marques. Num terreno cercado de instituições oficiais como o Museu Oscar Niemeyer, o Bosque do Papa e Secretarias do Estado, Cláudio Kambé, juntamente com artistas plásticos, escultores e performers realizam um ritual primitivo contemporâneo: a exumação da arte!

“Meia lua falciforme”

De Dê Kelm e Débora Evellyn Olimpio. A doença falciforme é o nome do conjunto de doenças causadas por uma alteração genética nas células do sangue. Ela afeta principalmente a população afrodescendente e, apesar de ser a doença hereditária mais comum no Brasil, é desconhecida pela população e por muitos profissionais da saúde. O curta traz um conjunto de relatos de quem experiencia a doença, a dor, o racismo, mas também o viver.

“A mulher que sou”

De Nathália Tereza. Marta quer se dar a chance de viver uma nova vida, em uma nova cidade. (Premiado no 47º Festival de Gramado.)

“Napo”

De Gustavo Ribeiro. João, incapaz de entender a doença que leva seu avô entre o passado e o presente, tropeça em um velho álbum cheio de fotografias e deixa as imagens guiarem sua imaginação, transformando as memórias de seu avô em interpretações de desenhos. Desenhos que moldam sua relação em uma história de lembrança e construção de memória.

“Seremos ouvidas”

De Larissa Nepomuceno. Como existir em uma estrutura sexista e ouvinte? Gabriela, Celma e Klicia, três mulheres surdas com realidades diferentes, compartilham suas lutas e trajetórias no movimento feminista surdo. (Exibido na 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes e no 15º Festival Taguatinga de Cinema.)

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