4 perguntas sobre o festival Olhar de Cinema

Diretores do evento curitibano falam sobre o formato on-line e indicam filmes para quem não sabe por onde começar

Pela primeira vez desde sua criação, nove anos atrás, em Curitiba, o Festival Olhar de Cinema terá um alcance maior. Pressionado pela pandemia, assim como todos os outros eventos culturais, o 9º Olhar de Cinema será on-line e poderá ser acessado de qualquer parte do território nacional.

Na seleção, a ser exibida entre os dias 7 e 15 outubro, estão 78 filmes entre curtas e longas-metragens, de ficção e de não ficção, nacionais e estrangeiros. Os ingressos custam R$ 5 por sessão e o espectador pode acessar o filme dentro de uma janela de 24 horas. O número de ingressos é limitado.

O festival curitibano exibe um cinema independente e, em alguns casos, mais experimental. Do tipo que você não encontra nos serviços de streaming convencionais.

Ao Plural, a diretora executiva Eugenia Castello e o diretor artístico Antônio Gonçalves Junior explicam que esse é um dos maiores atrativos do evento: dar espaço a produções que você não vai encontrar em nenhum outro lugar. A não ser, talvez, dentro de outro festival de cinema.

Castello e Gonçalves Junior aceitaram responder algumas perguntas, e fizeram isso juntos, por e-mail. Na entrevista a seguir, eles falam sobre o formato on-line, que pode ampliar o público do festival (e trazer mudanças definitivas), e chegam a dar dicas de filmes para quem não sabe por onde começar.

1. On-line

Na sua opinião, esse formato, de festivais on-line, tem futuro?

Ele veio pra ficar, mas realmente esperamos que não seja um formato hegemônico. Dentro do Olhar de Cinema temos achado interessante essa experiência forçada de fazer on-line e estamos descobrindo muita coisa que pode funcionar numa edição presencial nossa. Então se apropriar de algumas descobertas deste ano para a próxima edição presencial vai ajudar a melhorar o formato do festival.

2. Algoritmo vs. humanos

Uma diferença que parece significativa entre um festival como o Olhar de Cinema e um serviço de streaming como a Netflix, é que no primeiro a seleção de filmes é feita por seres humanos e não por algoritmos. Na sua opinião, isso é importante? (Por quê?)

Com certeza. Somos em oito pessoas dedicadas por, no mínimo quatro meses, fazendo a seleção dos filmes. Chegam 3.000 inscritos e o festival tem todo ano por volta de 100 [selecionados]. É um processo supercriterioso, plural e de muita responsabilidade com o objetivo que é montar a programação do Olhar de Cinema.

3. A seleção

Nesse contexto, vocês poderia falar um pouco sobre como é feita a seleção de filmes?

É um processo que nunca acaba. Falamos que dura quatro meses (janeiro a abril), mas sempre a equipe está falando de filmes, pesquisando e vendo filmes fora desse período [também]. E é um processo composto por etapas em que um filme tem que ir passando cada uma delas para chegar até a seleção final.

4. Duas indicações

Se você pudesse indicar um ou dois filmes da seleção deste ano para quem não tem muita intimidade com o cinema independente, quais seriam eles?

Filme de abertura (“Para onde voam as feiticeiras”) e filme de encerramento (“Antena da raça”).

Evento

Festival Olhar de Cinema. De 7 a 15 de outubro, no site do evento. Ingressos a R$ 5. O site permite também que você acesse sinopses de todos os 78 filmes selecionados, com data de exibição.

Os títulos se dividem em sete mostras distintas, que abordam temas como produções paranaenses, filmes experimentais, etc.

(Foto no alto da página: cena de “Para onde voam as feiticeiras”, o filme de abertura do Festival Olhar de Cinema.)

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