“A gente não entra em colapso sabendo que estão invadindo algum lugar e assassinando muitíssimas pessoas a troco de nada, por conta da cor da pele.” Lio Soares
Ao longo da história, pessoas negras foram tratadas como seres sem alma pela branquitude racista.
A descaracterização da humanidade desse grupo era estratégica: o genocídio de quem não sente dói menos.
Infelizmente, essa ideia permanece nas estruturas da nossa sociedade. Ela compõe o chamado racismo estrutural.
A desconstrução do racismo demanda tempo e engajamento. É por isso que a Tuyo demarca o quanto é viva e sente.
“Desde o primeiro disco a gente repete as mesmas coisas: eu sinto mais do que a dor da morte ou da fome. Eu sou tão complexa quanto qualquer mulher branca.”
Segundo a vocalista, essa é a contribuição da Tuyo para a luta contra o racismo: a banda quer “desachatar” a imagem da pessoa negra.
“Eu acredito no papel da nossa lírica para providenciar que a gente não seja mais assassinado. Tem gente trabalhando nas urgências e tem gente trabalhando nos prolongamentos.”
Em entrevista ao Plural, Lio Soares fala sobre militância, carreira e afeto.
Reportagem e roteiro: Jess Carvalho