Na quinta (23), o Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana (Sinpes) se reuniu com a UP e o Ministério Público do Trabalho (MPT). O objetivo, segundo o Sinpes, era obter informações da empregadora para saber se é possível caracterizar os desligamentos na modalidade coletiva de despedida.
Para que isso aconteça, a empresa precisaria ter demitido 20% do total de empregados. De acordo com Pio, a UP emprega 1.857 pessoas, ou seja, 20% correspondem a 371 funcionários.
“Embora a contrarreforma trabalhista tenha equiparado as despedidas coletivas a outras modalidades de despedidas, eximindo o empregador do pagamento de indenização adicional em face do gravame social desta conduta do empregador, importante corrente jurisprudencial entende que subsiste o direito à indenização com base em preceitos constitucionais”, argumenta o Sinpes.
Após a reunião, o presidente do Sinpes, Valdyr Perrini, conversou com o Plural. Ele disse que a UP não reconheceu a demissão coletiva, mas se propôs a negociar uma indenização compensatória. Agora, o próximo passo é uma assembleia marcada para quarta-feira que vem, dia 28, quando o Sindicato vai ouvir a demanda dos professores. A pauta será encaminhada à UP e a negociação final já está agendada para o dia 1º de setembro.
“A gente acha que tem condição de conseguir, na negociação coletiva, uma indenização adicional significativa, que pelo menos minimize o problema dos professores”, afirma Perrini.
Sobre o número de professores demitidos, ele fala: “Nós fizemos um levantamento, com base em dados trazidos pelos professores, e estimamos em torno de 200”.
Trabalhadores demitidos
Na quarta (22), o Plural recebeu, de uma fonte anônima, dados de 455 trabalhadores que teriam sido demitidos pela Universidade Positivo (UP) entre 1 e 16 de julho. Constam informações como nome completo, matrícula e cargo de 206 funcionários administrativos, 225 docentes e 14 estagiários.
A maioria trabalhava em Curitiba, nas unidades Ecoville, Osório e Santos Andrade. Mas também aparecem 20 desligamentos em Londrina e dois em Joinville, além de duas demissões no Centro de Pesquisa da Universidade Positivo (CPUP).
Na terça (21), o reitor José Pio Martins informou, em entrevista, um número consideravelmente menor de demitidos: 277, sendo 160 professores. A reportagem voltou a procurá-lo, mas ele preferiu não se manifestar. Até a publicação desta matéria, a assessoria de imprensa da UP também não tinha um posicionamento sobre o caso.