Trânsito no PR mata mais do que crimes violentos

Estado é o terceiro no ranking nacional de indenizações pagas por mortes causadas por veículos. Elas representam 32% mais do que homicídios e latrocínios

Em dez Estados brasileiros, acidentes no trânsito matam mais do que crimes violentos. A constatação vem da análise das indenizações pagas por mortes causadas por veículos. Elas representam 42% mais do que a soma, em 2019, dos óbitos resultantes de crimes violentos nestas regiões. No Paraná, a diferença entre os números é de 32%.

A comparação envolve, além do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Maranhão, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso, Piauí e Paraíba. Ela é feita pela empresa que administra o seguro contra Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de via Terrestre (DPVAT), obrigatório no Brasil.

De acordo com a seguradora Líder, nestes dez Estados analisados, o trânsito mata mais do que os crimes de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte.

Para se chegar ao número, a empresa comparou as indenizações pagas pelo Seguro DPVAT com os dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) – do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Em 2019, os dez Estados somaram 23.757 pagamentos do Seguro DPVAT por acidentes fatais no trânsito. No mesmo período, os óbitos relacionados aos crimes violentos totalizaram 16.666 mortes nas mesmas regiões. Uma diferença de 42%.

Paraná

Na lista, o Paraná ocupa a terceira posição, com 2.629 sinistros pagos por acidentes com morte no trânsito em 2019. O número é 32% maior do que os óbitos registrados no Estado por crimes violentos, que somaram 1.992 no ano passado.

Do total de indenizações pagas por morte pelo Seguro DPVAT no Paraná, cerca de 49% (1.295), resultaram de acidentes envolvendo automóveis. Já a faixa etária mais atingida foi a de pessoas entre 25 e 34 anos, correspondendo a 19% dos casos (499).

Confira aqui o número de mortes e indenizações em cada uma das regiões analisadas.

Sobre o DPVAT

O DPVAT é um seguro obrigatório no Brasil destinado a qualquer cidadão acidentado em território nacional, seja motorista, passageiro ou pedestre. O valores dependem do tipo de veículo, e seu risco. Para carros custa R$ 5,23; para caminhões, R$ 5,78; para ônibus, R$ 10,57; e para motos R$ 12,30.

Ele oferece três tipos de coberturas: morte (R$13,5 mil), invalidez permanente (R$135 a R$13,5 mil) e reembolso de despesas médicas e suplementares (até R$2,7 mil). A proteção é assegurada por um período de três anos.

Para solicitar indenizações ou reembolsos de despesas médicas do seguro DPVAT ligue para 4020-1596 (Capitais e Regiões Metropolitanas) ou 0800 022 12 04 (para outras regiões). O atendimento é das 8h às 20h. A solicitação também pode ser feita via aplicativo (Seguro DPVAT), pelo qual é possível acompanhar o andamento dos pedidos e realizar o envio de documentos solicitados.

MP de Bolsonaro perdeu validade

O presidente Jair Bolsonaro até tentou, mas não conseguiu extinguir o DPVAT. A Medida Provisória (MP) do Governo Federal, que sugeria o fim do pagamento obrigatório, nem chegou a ser votada no Congresso Nacional e, por isso, perdeu a validade. Desta forma, desde 20 de abril, a taxa voltou a ser cobrada em todo Brasil. Quem ainda não pagou, pode emitir a guia pelo site da própria seguradora Líder.

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