Com cruzes, equipamentos de proteção individual e muito barulho, servidores públicos estaduais protestaram nesta quarta-feira (26), em Curitiba, contra a proposta do governo Ratinho Jr (PSD) para congelar salários do funcionalismo público até dezembro de 2021. O projeto, que também pretende impedir promoções e progressões de carreira, pode entrar na pauta da Assembleia Legislativa (Alep) na próxima semana.
O ato foi em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. “Nós denunciamos nesse ato protocolar, com todas as precauções para prevenção de infecções pelo novo coronavírus, a falta de diálogo com os servidores, tanto por parte do governador quanto da Assembleia Legislativa”, afirma Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato.
“Nesses cinco meses de pandemia, usando o pretexto da diminuição na arrecadação, o governador editou decretos e enviou propostas para a Alep que atacam diretamente os servidores, retirando seus direitos. Com a Assembleia não foi diferente, os deputados nos traíram e ignoraram acordo para que não fosse votado nenhum projeto de retirada de direitos”, enfatiza o sindicalista.
Segundo a coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais (FES), Marlei Fernandes, já existe entendimento de que não é necessário congelar direitos dos servidores, inclusive com parecer da Procuradoria Geral do Estado. “O governo segue atacando funcionárias e funcionários públicos de um lado e de outro concedendo isenções fiscais que chegam a R$ 11 bilhões por ano para grandes empresas e grandes proprietários de terras”, diz ela.
A manifestação lembrou a campanha do FES ‘A vida está acima do lucro’, iniciada em março com o ‘Manifesto em favor da vida, do SUS e dos serviços públicos’. Os servidores do Paraná também lembraram o 30 de agosto de 1988, quando o então governador Álvaro Dias reprimiu ato pacífico de professores com bombas, cães e com a cavalaria da Polícia Militar.