Curitibanos podem ficar 48h sem água

Rodízio será mais rígido se não houver chuva nem redução no consumo

Desde 14 de agosto, o abastecimento de água em Curitiba e Região Metropolitana tem sofrido cortes a cada 36 horas. Os curitibanos têm um dia e meio com água, um dia e meio sem. A medida, que já representou um agravamento do rodízio que acontecia desde março, pode ficar ainda mais extrema. Caso não chova o suficiente e não haja redução consciente no consumo, o rodízio deixará os moradores da Capital por 48 horas sem água.

Atualmente, o sistema de abastecimento da Região está com apenas 32% da sua capacidade. Se esse número se aproximar de 25%, o novo modelo de rodízio entra em cena: serão 48 horas sem água, e apenas 36 horas com abastecimento.

Para impedir que o racionamento chegue a esse ponto, a Sanepar espera que a população do Paraná reduza seu consumo médio mensal em 20%. Pelo cálculos da companhia, isso significaria que as residências do Estado – que consomem, em média 10 mil litros de água por mês – precisam chegar aos 8 mil litros mensais.

Ainda sem chuvas

As chuvas abaixo das médias históricas vêm sendo registradas desde meados de 2019, mas só passaram a ter efeitos mais visíveis no abastecimento de água de Curitiba em março deste ano. Se a esperança era que o volume das águas aumentasse em setembro, com a chegada da primavera, a estiagem tem se mostrado cada vez mais severa.

Em julho, de uma média de 95,6 milímetros (mm) de chuvas, vieram apenas 26 mm. Em agosto, o volume apresentou uma melhora, com 129,2 mm de esperados 81,7 mm. Os primeiros quinze dias de setembro, no entanto, preocupam. Segundo informações do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), dos 125 mm historicamente registrados, não houve chuva ainda.

A Companhia de Saneamento do Paraná não diz quais são as previsões para que as barragens cheguem aos temidos 25%, mas garante que faz o acompanhamento semanal da situação.

“Temos um protocolo de crise que contempla um cenário pessimista, um realista e um otimista. Mas dadas as projeções do Simepar, e essa possibilidade de La Niña pela frente, estamos enxergando isso de maneira pouco otimista”, afirma o gerente de produção da Sanepar, Fábio Basso.

Segundo o gerente, o sistema de abastecimento da Região tem registrado baixas semanais entre 1% e 1,5%. Nesse ritmo, em no máximo oito semanas, Curitiba pode viver um rodízio mais intenso.

Basso alerta, no entanto, que essa previsão conta com diversas variáveis, entre elas as chuvas (mesmo que esporádicas) e os níveis de consumo da população – que costumam variar bastante conforme a temperatura.

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3 comentários em “Curitibanos podem ficar 48h sem água”

  1. No meu sítio em Morretes no PR, tínhamos que racionar água. Uma das ações que deu bastante resultado foi, ao tomar banho, ficar dentro de uma bacia grande, e a água que acumula usamos para dar a descarga durante o dia. Outra dica é guardar a água que a máquina de lavar escoa, podendo ser utilizado tb na descarga e lavagem de calçadas. Agora implantamos um bom sistema de armazenamento de água da chuva e está tudo resolvido, temos 30 mil litros à disposição.

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