Quedas em casa são risco para idosos

Ter um ambiente preparado ou adaptado pode trazer segurança à saúde dos idosos

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2000, os idosos eram 14,5 milhões. Já em 2019, passava do número de 29 milhões. Os números de projeção para 2032 serão na casa dos 32,5 milhões, e, em 2060, aproximadamente 73 milhões. Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), um país é “velho” quando tem 14% da sua população com mais de 65 anos de idade. E se há quatro décadas o brasileiro vivia em média 54 anos, hoje a expectativa de vida é de 76 anos.

O Estatuto do Idoso, no artigo I, denomina como idosa a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. Este público tem desafios para a sua saúde, como, por exemplo, evitar quedas.

O DataSUS classifica vários tipos de quedas que podem levar ao óbito: queda no mesmo nível ou por escorregão, tropeço, pisada ou passo em falso. Pode ser também ao cair de uma cadeira comum a uma cadeira de rodas, ou da cama, de outra mobília como sofás.

Ainda pode ser a queda de um nível a outro, como descer de uma porta para a calçada da casa ou da rua. Além dos mais citados, destaca-se cair na escada de degraus fixos, ou até mesmo de escadas de mãos, quando se está fazendo alguma tarefa doméstica.

Nos últimos dez anos, o DataSUS aponta um aumento nas taxas de quedas ao óbito na população acima dos 60 anos. E ao avançar a idade, o número quase triplica. Em 2018, mais de 73 mil idosos morreram no Brasil. Desse total, 88% foram no próprio domicílio.

O Distrito Federal é a unidade da Federação que tem o maior número de óbitos por quedas entre os idosos, proporcionalmente a 100 mil habitantes.

Por meio das classificações de pesquisa no sistema do DataSus, ainda pode ser traçado o perfil de idosos que mais morreram por quedas. A partir dos 60 anos, a maior taxa é de 60% acima dos 80 anos, com 1 a 3 anos de escolaridade.

As mulheres ficam em 54% no total de mortes destas quedas em domicílio. Dentre elas, a maioria é viúva (61%), reside na região sudeste (62%) e em sua maioria branca (73%).

Já os homens representam 46% de óbitos por quedas. A concentração de residentes está na região Sudeste (54%) e, em sua maioria, brancos (66%) também. Diferentemente da maioria idosa viúva, o estado civil dos idosos que sofrem quedas é de casados e estão na taxa de 53%.

Prevenção

Ter um ambiente preparado ou adaptado pode trazer segurança à saúde dos idosos. O uso de tapetes e pisos antiderrapantes e a instalação de barras de apoio nos banheiros e corredores ajudam a evitar quedas.

A geriatra Thaís Barreto explica que “Além do meio externo, há fatores relacionados ao próprio envelhecimento. Os efeitos colaterais de medicamentos que causam sonolência e tontura podem levar aos tropeços e escorregões. Subir em escadas ou bancos para alcançar algo ou fazer a limpeza da casa estão entre as situações de quedas ouvidas nas consultas”.

A médica comenta também sobre a dieta. “Às vezes, por serem sozinhos, acabam não preparando suas refeições, comem o que é mais rápido e prático: leite e biscoitos, o que faz perder peso principalmente de massa muscular e gera desequilíbrio”.

Para a psicóloga Candice Ana do Nascimento, “Promover o convívio social, incentivar às atividades de lazer, conversar sobre suas dificuldades e desafios nessa fase, e estimular a sua autonomia, são atitudes significativas para melhor qualidade de vida”, incentiva.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima