Justiça permite que paciente com autismo plante maconha em casa para tratamento

Decisão foi dada pelo Juizado Especial Criminal de Curitiba para homem que não conseguiu alívio de sintomas com tratamentos convencionais

Um paciente com transtorno do espectro autista conseguiu na Justiça o direito de plantar pés de maconha em casa para poder continuar com seu tratamento médico. O salvo-conduto permite que a pessoa tenha uma pequena plantação, proporcional às suas necessidades, para extrair o óleo medicinal da planta de cannabis. Decisões do gênero começam a se tornar um pouco mais comuns no Brasil, embora ainda sejam raras no Paraná.

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A decisão do Juizado Especial Criminal foi concedida depois de laudos médicos e pesquisas comprovarem que, no caso do paciente específico, os remédios convencionais não vinham dando conta de diminuir os sintomas graves com que ele era obrigado a conviver. Depois do início com tratamento à base de derivados da cannabis (canabidiol e THC), o estado geral do paciente melhorou de maneira significativa.

No entanto, de acordo com o laudo médico apresentado, o paciente vinha tendo dificuldades em obter comercialmente o óleo necessário para o tratamento. E sem isso, a tendência era que ele apresentasse piora.

“Decisões como essa só saem se o pedido for muito bem fundamentado”, afirma o advogado Diogo Busse, que cuidou do caso junto com a colega Juliana Perroni. “Anexamos à petição laudos médicos, pareceres de pesquisadores e é preciso também comprovar que o paciente tem curso e, portanto, conhecimento para o cultivo e extração do medicamento”, diz Diogo.

Na decisão judicial, há determinação para que os comandos da Polícia Civil e da Polícia Militar sejam informados sobre o salvo-conduto do paciente.

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3 comentários em “Justiça permite que paciente com autismo plante maconha em casa para tratamento”

  1. Rodrigo G. M. Silvestre

    É a prova que competência técnica do advogado, somada com boa vontade do juízo, resultam em melhor qualidade de vida para os pacientes! Parabéns a todos os envolvidos!

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