Havan expõe comida a preço absurdo para poder ficar aberta

Loja, que nunca vendeu comida, passou a reservar prateleiras para arroz, leite e outros produtos. Procon investiga

Um artifício usado por lojas da Havan para permanecerem abertas mesmo com a proibição determinada pelo governo do Paraná está deixando consumidores indignados. Mesmo antes de o governo editar o novo decreto, que tornou mais rigorosa a quarentena em Curitiba e região, algumas lojas da rede já tinham começado a destinar uma pequena área para venda de alimentos. Embora se saiba que esse não é o negócio da Havan, o decreto diz que lojas que vendam comida podem ficar abertas.

Na segunda-feira, um post de um cliente que foi à loja de Colombo, na Estrada da Ribeira, foi compartilhado 1,8 mil vezes no Facebook. As fotos mostravam sacos de arroz e pacotes de leite no meio da loja – que em geral vende produtos para casa. “Eu até pensei em não fazer nada, porque não tenho nada com isso. Mas aí me indignei e fiz as fotos, não dá pra deixar passar”, disse Elizandro Freitas.

Apesar de estarem expostos, aparentemente a intenção da loja não é vender os produtos. O preço praticado é absurdo na comparação com outras lojas e mercados. Um saco de arroz de 5 kg que em outros lugares pode ser encontrado por metade do preço, estava sendo vendido por R$ 22,99.

Segundo moradores da cidade, a Havan não é a única empresa a infringir as regras, em Colombo. “Aqui no Alto Maracanã, as lojas todas estavam abertas. Magazine Luiza, Pernambucanas, Casas Bahia…”, diz uma moradora ouvida pelo Plural.

A reportagem apurou que outras lojas Havan estão abertas em Curitiba, como a do Ventura Shopping, no Portão, e a Havan Boa Vista. Em São José dos Pinhais, os clientes seguem sendo atendidos na porta, apenas para pagamentos.

A Havan diz que não há irregularidades na venda de alimentos. “O cadastro da empresa contempla alimentos, por isso estão sendo vendido em diversas lojas do país”, afirma a assessoria. Sobre as denúncias, a empresa prefere não se manifestar.

Procon

A diretora do Procon, Cláudia Silvano, afirma que o órgão recebeu várias denúncias relacionadas ao caso, está investigando e, se constatar que os preços estão abusivos, a Havan pode ser multada. “Abrimos uma investigação preliminar, que é um procedimento para que a empresa se explique. Eles terão de mostrar o preço de compra e venda”. A profissional alerta para que a população pesquise preços, use o aplicativo do Nota Paraná e exija a nota fiscal para poder denunciar.

O Ministério Público do Paraná (MP) também está a par das denúncias feitas ao Procon. A Delegacia do Consumidor já foi acionada e a Promotoria de Curitiba está acompanhando procedimento. O Procon vai investigar e, se houver crime, o inquérito irá para o MP. A respeito do caso da Havan Colombo, o MP esclarece que não há procedimento instaurado até o momento, mas isso pode mudar, caso sejam feitas denúncias.

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