Educadores desocupam Alep e iniciam greve de fome

Eles pedem por valorização da profissão em meio à pandemia e protestam contra o edital PSS

Obrigados pela Justiça a desocupar a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), professores da Rede Estadual de Educação prosseguem, nesta quinta-feira (19), o protesto contra o edital N.º 47/2020, que envolve o Processo Seletivo Simplificado (PSS). Eles também protestam contra a militarização das escolas e a terceirização de funcionários, motivada pela falta de concursos públicos. Para isso, eles prometem não se alimentar até o governo de Ratinho Jr (PSD) aceitar as reivindicações da categoria.

Depois da decisão da APP-Sindicato em ocupar o prédio daAlep, na tarde de ontem (18), a Justiça estipulou multa diária de R$ 30 mil caso o grupo continuasse no prédio. Os educadores saíram por volta das 10h30 desta quinta. No lado de fora, em frente ao Palácio Iguaçu, eles continuam os manifestos.

“Para um governo em que não se tem diálogo, nós só podemos aumentar a pressão”, diz Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato. “É uma medida para que o Governo traga as respostas que a gente já debateu, já apresentou na Casa Civil e na Assembleia Legislativa, no Ministério Público Estadual, para todas as autoridades que a gente pôde conversar nas últimas semanas. É uma nova etapa da nossa mobilização, uma greve de fome sob total responsabilidade do governador, que precisa dar respostas para a nossa categoria.”

Permanecem no local, em greve de fome, 47 professores, estudantes e funcionários de escolas estaduais. “Nosso contrato pelo PSS é tão precário. Nós não temos medo de prova, queremos apenas um concurso justo. Terminamos o ano na angústia, sem saber se teremos aulas, salários. É um total desrespeito com a Educação. Tem professores com mestrado e doutorado, em regime de contratação temporária, ganhando R$ 16. Estamos apenas lutando por direitos”, diz o professor Paulo Mariotto, de Londrina, presente no protesto em Curitiba.

Reunião

Durante a tarde desta quinta, a Secretaria Estadual de Educação (Seed) aceitou uma reunião com os professores. “O debate sobre a revogação do edital e a não realização da prova não foi concluído. O chefe da Casa Civil disse que este é um tema difícil no interior do governo e ainda se mantém, pois precisa de um maior debate com o governador e com os deputados que ainda não aceitam isso “, declara a diretora da APP-Sindicato, Walkiria Olegário Mazeto. “Por isso nos manteremos aqui, em luta.”

De acordo com o sindicato, o governo assumiu a complementação de salários de funcionários que recebem abaixo do mínimo regional. “São R$ 77 de complementação no salário de quem recebe pouco mais de R$ 1 mil.” A Seed confirmou que “a implantação deve ocorrer em dezembro, em folha complementar, e o valor será retroativo a janeiro de 2020”.

Também foi discutida a realização de concurso público. “Os integrantes do governo assumiram o compromisso de ampliar as 500 vagas que foram autorizadas até o momento. O sindicato solicita mais vagas pois hoje são mais de 20 mil professores temporários”, diz a entidade.

Os professores também solicitam a prorrogação do contrato de 9 mil funcionários das escolas inseridos PSS, que podem ser demitidos. “Também será mantido o diálogo, segundo o governo, sobre o pagamento de progressões e promoções que estão congelados”, destaca a APP-Sindicato.

A Seed afirma que “nova reunião sobre os diversos assuntos apresentados poderá ocorrer nos próximos dias”.

Colaborou: Matheus Koga

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