Conheça as maternidades onde mais nascem bebês em Curitiba

São 11 as principais instituições equipadas para receber as gestantes

A lista com as maternidades que mais registram nascimentos de bebês em Curitiba, levantada pelo Plural, tem como base as declarações de nascidos vivos emitidas na cidade entre os anos de 2014 e 2017. Elas apontam para uma média de 35 mil partos por ano, a maioria deles por cesárea.

O lugar mais procurado pelas gestantes de Curitiba na hora de dar à luz é a Maternidade Santa Brígida, seguida da Mater Dai e do Hospital Santa Cruz, nesta ordem. Entre os particulares, estão ainda as maternidades Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora das Graças e Curitiba.

Na Rede Pública, os locais com o maior número de partos são – na sequência de mais nascimentos: Hospital do Trabalhador, Hospital Evangélico Mackenzie, Maternidade Victor Ferreira do Amaral, Maternidade Bairro Novo e Hospital de Clínicas.

A seguir, trazemos um resumo sobre estrutura, profissionais, serviços, partos, atendimentos e história de cada uma delas. Além de explicações sobre as razões que levam as maternidades particulares a índices tão altos de cesariana. Cerca de 80% das mães que possuem planos de saúde optam pela cirurgia obstétrica em vez do parto normal.

Partos por local de nascimento. Fonte: Declaração de Nascidos Vivos de Curitiba (2014/2017)

Maternidade Santa Brígida – 20,9 mil nascimentos (84% cesárea)

O Hospital e Maternidade Santa Brígida é onde mais nascem crianças na Capital paranaense. Foram 20,9 mil em três anos (2014/2017).

Com atendimento exclusivo à mulher, oferece serviços de obstetrícia, ginecologia, endocrinologia, uroginecologia, infectologia, mastologia, cirurgia vascular e cirurgia plástica.

Possui 72 leitos entre enfermaria e apartamentos, três suítes de parto humanizado, ambulatório com cinco consultórios com capacidade de 3,4 mil atendimentos por mês, com cerca de 500 médicos cadastrados e 270 colaboradores.

Dispõe de UTI neonatal com 16 leitos. Não possui UTI materna. “Temos um contrato de retaguarda para UTI Adulto do Hospital Costantini, mas é rara a necessidade”, afirma o hospital.

São feitos, em média, 11 partos por dia na maternidade, somando cerca de 332 crianças nascidas por mês. A taxa de cesárea não foi informada pela administração, mas segundo levantamento do Plural – com base nos registros de nascidos vivos em Curitiba – entre os anos de 2014 e 2017, as cirurgias obstétricas foram responsáveis por 84% dos nascimentos no Santa Brígida.

“É conduta médica. De acordo com o quadro clínico do paciente, médico e paciente decidem juntos (pelo tipo de parto). Buscamos sempre atender o desejo da paciente”, reforça a instituição. “Aquelas que optam pelo parto normal têm apoio de uma equipe multidisciplinar pronta para o acolhimento, orientação e cuidados nesse momento especial. Tendo acesso às melhores práticas médicas e instalações preparadas e equipadas. Temos também o curso Nascer Brígida para estimular o parto normal.”

Atende planos de saúde.

Não atende o SUS.

Foi fundado em 1973 pela médica Elisa Checchia Noronha, uma das primeiras médicas brasileiras, formada pela UFPR em 1935. Hoje está localizado no bairro Água Verde, em Curitiba.

Maternidade Mater Dei – 17,8 mil nascimentos (33% cesárea)

Integrante do Grupo Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), a Maternidade Mater Dei está localizada no Centro de Curitiba e presta assistência médico-hospitalar às gestantes e recém-natos nas especialidades de Obstetrícia, Clínica Médica, Ginecologia e UTI Neonatal. Registra o maior número de nascimentos pelo SUS no Paraná, com baixos índices de mortalidade neonatal e materna.

Possui 73 leitos, sendo 54 leitos para alojamento conjunto, mãe e bebê, um leito patológico pediátrico e 18 leitos para a Unidade Neonatal, sendo 10 leitos de UTI, cinco de médio risco e três para atendimento no método canguru, que auxilia na recuperação de bebês de baixo peso e prematuros.

Para atendimento, são 163 profissionais ativos contratados como celetistas e 60 profissionais assistenciais terceirizados.

A média de nascimentos por dia é de 10 crianças, cerca de 300 ao mês, com uma taxa de cesárea de 33%. “A Mater Dei possui um perfil de atendimento de mães com riscos habituais, que favorecem as condições do parto normal, impactando na taxa de partos normais. Os profissionais priorizam o parto normal conforme os protocolos de atendimento ao parto humanizado do Ministério da Saúde, no entanto a cesariana é realizada conforme indicação médica ou se for do desejo da gestante”, informa o hospital.

Possui UTI neonatal. Não possui UTI para as mães.

Não atende convênios médicos. Atende exclusivamente o SUS.

Em dezembro de 1999 a Associação Civil Beneficente Mater Dei assumiu
a Clínica e Maternidade Nossa Senhora do Rosário (que funcionava desde 1947). Foi incorporada pelo Hospital Nossa Senhora das Graças em 2007, transformando-se no HNSG – Maternidade Mater Dei.

Desde 2006 é uma Entidade Beneficente de Assistência Social, de caráter filantrópico, atendendo apenas pacientes encaminhadas pelo SUS.

Maternidade e Hospital Santa Cruz – 14,9 mil nascimentos (81% cesáreas)

É composta por duas salas de parto com todos os equipamentos e acessórios necessários para garantir a segurança e conforto das pacientes como camas pré-parto, parto e pós-parto (PPP), bolas, banquetas, cavalinhos e monitorização materno-fetal.

O Centro Cirúrgico Obstétrico tem quatro salas e há suporte de UTI Neonatal, com 14 leitos, e UTI Geral, com 20 leitos.

Para cada gestante, a maternidade disponibiliza cinco profissionais, entre eles, médico pediatra, anestesista e obstetra; enfermeiros obstetras e técnicos de enfermagem.

Há UTI neonatal com 14 leitos. Também há UTI para as mães, com 20 leitos.

Nascem, em média, oito bebês por dia no hospital; são 260 partos por mês. O índice de cesárea foi de 81% durante o período levantado (2014-2017). “Trabalhamos e reforçamos o conceito de parto adequado, que significa o equilíbrio entre o que a gestante e família desejam e o critério clínico recomendado pelo obstetra para um atendimento seguro e de qualidade, com redução dos índices de intercorrências obstétricas”, enfatiza a instituição.

Atende planos de saúde.

Não atende o SUS.

Fundado em 1966, o Hospital Santa Cruz está atualmente localizado no bairro Batel, em Curitiba, e presta atendimento de alta complexidade nas áreas de Oncologia, Cardiologia, Cirurgia Geral, Neurologia, Ortopedia, Pronto Atendimento, Checkup e Maternidade.

Maternidade Nossa Senhora de Fátima – 13,5 mil nascimentos (86% cesáreas)

A administração do hospital não respondeu às perguntas enviadas pelo Plural nem as tentativas de contato.

Maternidade e Hospital Nossa Senhora das Graças – 12,6 mil (85% cesáreas)

Localizada dentro do Hospital Nossa Senhora das Graças, a maternidade possui uma unidade exclusiva, com centro obstétrico no mesmo local, separado do centro cirúrgico. Os bebês ficam em alojamento conjunto.

Há um pronto-atendimento obstétrico 24h, serviço de apoio como laboratório de análises clínicas e raios x, com plantonistas no centro obstétrico 24h. O perfil da unidade é de gestação de alto-risco. “Por ser hospital geral com múltiplas especialidades e possuir unidades de terapia intensiva (UTI) para mãe e bebê, esse atendimento mais complexo de parto, leva a um número maior de cesáreas”, explica a instituição.

Em média, nascem sete crianças por dia na maternidade; 220 ao mês. O índice de cesáreas é de 85% e se deve ao perfil de atendimento em obstetrícia de alto risco, incluindo a cirurgia fetal. “O tipo do parto é definido conforme indicação médica e desejo do paciente. Possuímos recursos para propiciar o parto normal, como bola, cama pré-parto, parto e pós-parto (PPP) e chuveiro.”

Atende planos de saúde.

Não atende o SUS.

O Hospital Geral e Maternidade Nossa Senhora das Graças (HNSG) de Curitiba está localizado no bairro Mercês foi fundado há 67 anos pela Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo e integra o Grupo Hospitalar Nossa Senhora das Graças, que congrega outros cinco hospitais com foco no atendimento aos usuários do SUS – como a Maternidade Mater Dei.  

Maternidade Curitiba –  11,3 mil nascimentos (86% cesárea)

A Maternidade Curitiba está no bairro Água Verde, em Curitiba, e conta com duas salas de acolhimento, três consultórios médicos, uma sala de reuniões e cursos, 27 apartamentos, sete suítes, 12 enfermarias, posto de coleta de laboratório de análises clinicas, serviço de ecografia e de reprodução humana.

Além dos partos, realiza outras cirurgias e atendimentos à mulher. Um total de 160 médicos e 200 funcionários trabalham no hospital.

Possui UTI neonatal com sete leitos; não possui UTI para as mãe.

Em média, nascem oito bebês por dia no hospital; 250 por mês. A taxa de cesárea nos nascimentos, segundo a maternidade, é de 65%. “Temos um trabalho pela humanização do nascimento, seja ele parto normal ou cesárea. Respeitamos a escolha da paciente”, destaca a maternidade.

Atende planos de saúde.

Não atende o SUS.

Partos por tipo e porcentagem de cesáreas. Fonte: Declaração de Nascidos Vivos de Curitiba (2014/2017)

Maternidade e Hospital do Trabalhador – 11,6 mil nascimentos (33% de cesárea)

A maternidade do Hospital do Trabalhador também tem Pronto Atendimento 24 horas – porta aberta, com acolhimento e classificação de risco; ambulatório de pré-natal de alto risco e Medicina Fetal.

Possui um alojamento conjunto com 34 leitos, com atendimento de equipe multidisciplinar para as mães e para internamento de intercorrências durante a gestação.

Entre médicos, enfermeiros e profissionais de apoio, são 234 profissionais na maternidade. Há residência médica em ginecologia e obstetrícia e residência de enfermagem obstétrica, com profissionais que atuam na orientação do trabalho de parto e para as gestantes de alto risco.

A capacidade da unidade materno infantil é de 80 leitos, distribuídos em clínica obstétrica, Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN), UTI neonatal, UTI pediátrica e UTI materna.

Em média, nascem oito crianças diariamente no Hospital do Trabalhador, com uma média de 280 partos mensais. Destes, segundo a instituição, apenas 30% são por cesárea.

Atende exclusivamente o SUS.

Um dos maiores hospitais públicos de Curitiba, está localizado no bairro Novo Mundo e funciona como hospital-escola, com a gestão tripartite entre governo federal (UFPR e sua Fundação – Funpar), governo estadual (Secretaria de Estado da Saúde) e governo municipal (Secretaria Municipal de Saúde).

Maternidade do Hospital Evangélico – 10,7 mil nascimentos (48% cesáreas)

É referência no SUS, especialmente em casos de Urgência e Emergência, queimaduras e gestação de alto risco. Sua maternidade possui seis leitos de observação e uma cama de parto.

Há um técnico de enfermagem para cada sete mães, duas enfermeiras chefes para cada turno, durante 24 horas. A equipe tem 100 profissionais. O serviço tem médicos especialistas em emergências obstétricas e neonatal, além de uma equipe multiprofissional.

Oferece 20 leitos na UTI neonatal e oito na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCO). Tem também UTI para as mães, banco de sangue e banco de leite para assistência integrada.

Com uma média de 300 nascimentos por mês, a maternidade do Hospital Evangélico registra entre 7 e 15 bebês por dia. Metade deles (50%) vem ao mundo por cesárea. A explicação, segundo a instituição, está no fato de ser um hospital especializado em partos de alto risco, com mães encaminhadas pelas unidades de saúde do Município.

“Nosso hospital é um dos únicos no Paraná que possui fisioterapeutas dentro da sala do parto. Essa equipe ajuda a mãe nas massagens e faz uso de recursos ao parto humanizado”, argumenta a maternidade. “A mãe pode se movimentar, andar e escolher a posição que lhe seja mais confortável durante o trabalho de parto. Após o nascimento o bebê, ele é imediatamente colocado em contato com a mãe, pelo tempo desejado por ela. Os exames de rotina são feitos somente após este contato de pele.”

Localizado no bairro Bigorilho, é administrado desde 2019 pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie de São Paulo. O Hospital Universitário Evangélico Mackenzie de Curitiba é um hospital geral e de alta complexidade que faz cerca de um milhão de atendimentos por ano, com destaque para transplantes e outras cirurgias de alta complexidade.

Maternidade Bairro Novo – 8,5 mil nascimentos (26% cesáreas)

Administrada pela Prefeitura de Curitiba, a Maternidade Bairro Novo é referência em parto humanizado pelo SUS. O atendimento é especializado em partos de baixo risco para gestantes com pré-natal realizado nas Unidades Básicas de Saúde, pela Rede ‘Mãe Curitibana Vale a Vida’. Ela integra 23 postos do Bairro Novo, Boqueirão, Pinheirinho e Tatuquara.

Com 142 funcionários, a maternidade tem 34 leitos, 20 deles de alojamento conjunto e 14 de alojamento clinico. Há três ecografistas para atender a pacientes de Curitiba e Região Metropolitana, com agendamentos via Central de Marcação de Exames.

Possui o ambulatório do Dispositivo Intrauterino (DIU), referência em orientações sobre este método de contracepção. Oferece uma sala de práticas integrativas, onde se utilizam métodos não farmacológicos de alivio da dor, auxiliares no trabalho de parto. Há residência em enfermagem obstétrica e a presença de doulas voluntárias.

Não há UTI neonatal nem UTI para as mães. Por não receber casos de gravidez de média e alta complexidade, quando há intercorrência, os pacientes são encaminhados para o Hospital do Rocio ou Hospital Infantil Waldemar Monastier, ambos na cidade vizinha Campo Largo.

Por dia, em média, cinco bebês nascem na Maternidade Bairro Novo, sendo 165 ao mês. A taxa de cesáreas é de 28%.

Atende exclusivamente o SUS.

A Maternidade Bairro Novo teve origem com o Centro Médico Comunitário Bairro Novo, em 1997. Desde sua criação, o serviço funcionou por meio de uma parceria entre a Secretaria Municipal da Saúde e o Hospital Universitário Evangélico. Em março de 2013, passou a atender exclusivamente como maternidade e a ser gerenciada pela Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas).

“Temos o reconhecimento do Ministério da Saúde pela qualidade no atendimento humanizado. Em dezembro de 2019 a maternidade iniciou a Consulta de Plano de Parto Coletiva, para diálogo e troca de experiência entre gestantes e seus acompanhantes. O documento registra os desejos da mulher durante o trabalho de parto e nascimento. O índice de satisfação das usuárias da maternidade atingiu 99% em 2019”, ressalta a Feas.

Complexo Hospital de Clinicas (CHC):

Hospital de Clínicas – 6,8 mil (53% cesáreas)

Maternidade Victor Ferreira do Amaral – 10,5 mil (25% cesáreas)

Ambos compõem o Complexo Hospital de Clínicas (CHC) e oferecem procedimentos nas áreas de obstetrícia e neonatologia, prestando assistência a gestantes da rede pública de saúde. A maternidade do Hospital de Clínicas (HC) é de nível terciário e atende casos de alta complexidade; já a Victor Ferreira do Amaral é de atenção primária, para gestantes de baixo risco. A diferença no perfil de atendimento resulta na diferença no índice de cesárea, aponta o CHC.

“Os profissionais da assistência buscam desenvolver ações para fazer do nascimento uma experiência positiva na vida das mulheres, dos bebês e de suas famílias, oferecendo atendimento individualizado e que respeita a cultura, vontade, valores e limites das mulheres”, frisa o hospital.  

Em média, nascem sete bebês por dia na Maternidade Victor Ferreira do Amaral; 210 por mês. A maioria (75%), de parto normal

Na maternidade do HC, são ao menos 5 ao dia e 160 ao mês, sendo 52% dos partos por cesarianas, “número que reflete a alta complexidade dos casos atendidos no Hospital de Clínicas”.

Possui Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional, UTI neonatal e materna.

Realiza palestras e reuniões orientadoras sobre cesarianas e parto normal para preparar a mãe para definir seu plano de parto. Oferece “uma experiência humanizada de parto, com banco vertical, banheira, e estratégias não farmacológicas de alívio a dor – como técnicas de massagem e exercícios com bolas”.

Ambas as maternidades integram o projeto de Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Ápice On) do Ministério da Saúde. Ele propõe a qualificação nos campos de atenção e cuidado ao parto e no nascimento do bebê, além da gestão com o planejamento reprodutivo pós-parto e pós-aborto, atenção às mulheres em situações de violência sexual e de abortamento e aborto legal.

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