Casos de Covid-19 aumentam 25% em Curitiba

Elevação ainda não impactou nos internamentos mas números devem subir

O número de casos confirmados de Covid-19 em Curitiba subiu 25% entre 6 e 12 de novembro, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. Na semana que terminou no dia 6, foram 2.849 casos confirmados da doença, com média móvel diária de 408 casos (média diária calculada, neste caso, no período de 14 dias). Nesta quinta-feira (12), a média móvel de 14 dias chegou a 511 casos, um aumento de 25,24%.

Se a média móvel se mantiver nos dados que serão divulgados nesta sexta-feira (13), a cidade chegará a um total próximo a 3.500 casos, um valor que a cidade não registrava desde 9 de agosto. O aumento na contaminação por coronavírus ainda não impactou em elevação na média de pacientes internados nos leitos exclusivos para Covid-19 do Sistema Único de Saúde (SUS), tanto de UTI quanto de enfermaria.

Houve um aumento também de 21% no número de casos ativos, ou seja, aqueles que ainda estão transmitindo a doença. Esse total passou de 4.131 para 5.003 no mesmo período.

Bandeira Amarela

Desde 28 de setembro, Curitiba está em ‘bandeira amarela’, com menor restrição na movimentação e nas atividades comerciais da cidade. Neste período, os indicadores do Sistema de Monitoramento da Covid-19 da Prefeitura chegaram a registrar, em dez dias, valores acima de 2 (ou seja, com indicador para bandeira laranja). Ainda assim, a administração ampliou a liberação de atividades e redução do isolamento na cidade.

Neste dia 13 de novembro, os indicadores da Prefeitura devem ficar em 1,80, ainda em bandeira amarela.

Onda nas Unidades de Atendimento

O aumento de casos de Covid-19 já impactam a rotina das unidades de atendimento do SUS na cidade. Profissionais ouvidos pelo Plural contam estar atendendo mais gente, com mais confirmações da doença.

Um profissional de saúde da UPA Sítio Cercado, um dos bairros mais populosos da Capital, conta que o número de casos aumentou na última semana. Ela prefere não se identificar, mas diz que a rotina na unidade voltou a se agitar com os novos casos de Covid-19. “Muitas pessoas entre 30 e 40 anos chegam contaminadas. Também continuam a  chegar idosos com a doença. Tinha diminuído o número desses pacientes, mas agora voltou a aumentar.”

Os leitos específicos para pacientes infectados com a doença precisam contar com equipamentos específicos, como respiradores. É por esse motivo que a lotação dos hospitais é uma preocupação constante na pandemia.

A técnica de enfermagem conta que ainda consegue encontrar leitos com certa facilidade e rapidez, mas não na unidade. “Ainda temos vagas, mas é por causa dos hospitais de campanha, que ainda não puderam ser fechados. O ritmo voltou a ficar agitado por aqui.”

Outra unidade de saúde que está vendo a demanda de Covid-19 aumentar é o Hospital de Reabilitação do Complexo Hospitalar do Trabalhador (HT), no bairro do Bacacheri. “Temos pessoas desde os 38 até os 70 anos chegando. As coisas ficaram muito mais agitadas, ainda mais porque estamos sem enfermaria para coranavírus e com apenas 14 leitos de UTI. E a procura aumentando”, conta uma funcionária do HT que prefere não ser identificada.

UTI do Centro de Reabilitação do Paraná. Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Mais jovens

Esse cenário fez com que a Secretaria Municipal de Saúde analisasse sua capacidade de reativar leitos, apesar de afirmar não haver necessidade neste momento. Para Alcides de Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia de Curitiba, é preciso cautela e que as tendências de casos e óbitos continuem a ser monitoradas.

“O número de casos essa semana aumentou gradativamente, provavelmente porque as pessoas estão circulando mais, até com o feriado do início de novembro. No momento, o número de mortes não está em tendência de alta, mas é preciso observar pelo aumento de casos e da procura pelos serviços de saúde”, diz Oliveira.

Ele também observa que o atual público que está sendo contaminado na cidade é de jovens entre 20 e 39 anos. E isso é motivo de atenção porque, segundo os dados observados pelo Centro de Epidemiologia, a transmissão entre curitibanos é, principalmente, dentro da família.

“O jovem acha que já passou, mas a doença vai continuar no nosso meio ainda por um tempo. Esse público vai à praia, ao bar, circula pela cidade e esquece das medidas de prevenção. Acaba contaminando outros membros da família.”

Oliveira afirma que a cidade não está em uma situação de ter que alterar a bandeira de vigilância sanitária. No entanto, é um alerta para que a população tome cuidado e siga as normas de distanciamento social, como o uso de máscaras e álcool em gel.

Eleição

Com a eleição no próximo domingo (15), o diretor ressalta que o Tribunal Regional Eleitoral tomou todas as precauções para que a votação seja segura, mas é preciso que as pessoas também colaborem. “É muito importante votar e isso pode ser feito com toda a segurança possível. É só as pessoas usarem a máscara e, ao terminar a votação, não ficar em frente às seções eleitorais. Não aglomere. Vá para casa, se higienize. Seguir o protocolo sanitário é essencial, para todos, a todo o momento.”

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