O dinheiro do jantar organizado para arrecadar fundos para a campanha de Eduardo Pimentel (PSD), candidato a prefeito de Curitiba, abasteceu também o caixa de diversos vereadores e candidatos a vereador da coligação. Segundo revelam áudios publicados pelo Plural, parte desse dinheiro foi cobrado de funcionários da Prefeitura de Curitiba num esquema de coação. Os áudios mostram o superintendente de Tecnologia da Informação da Prefeitura, Antônio Carlos Pires Rebello, dizendo que a ordem era de que cada um contribuísse com até R$ 3 mil. A Prefeitura nega qualquer irregularidade e exonerou Antônio Carlos.
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O jantar reuniu, segundo textos publicados pela própria campanha de Pimentel, cerca de 2 mil pessoas em Santa Felicidade, com custo de adesão de R$ 3 mil por pessoa – o que permite imaginar uma receita de até 6 milhões. O dinheiro, então, foi repassado para o PSD e, de lá, teria ido para as campanhas. O Plural descobriu que vários dos vereadores que estão na coligação de Pimentel receberam R$ 50 mil cada. O valor também foi repassado para candidatos que ainda não estão na Câmara mas que, segundo seus partidos, estão entre os favoritos para se elegerem neste ano.
O valor pode ser visto no site de prestação de contas do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. A informação fornecida na primeira página é de que os R$ 50 mil foram doados pela Comissão Provisória Municipal do PSD em Curitiba. Porém, quando o visitante clica no valor, aparecem os nomes dos doadores originais: uma série de valores menores, que quase invariavelmente são pagamentos de R$ 3 mil ou de múltiplos de R$ 3 mil (ou seja, provavelmente pessoas que compraram mais de um convite para o jantar). Em outros casos, há uma doação exatamente do mesmo valor, mas no nome da campanha de Eduardo Pimentel.
A verba aparece na conta de pelo menos 20 dos atuais 38 vereadores. Veja os nomes:
Amália Tortato (Novo)
Beto Moraes (PSD)
Bruno Pessuti (Pode)
Hernani (Republicanos)
Indiara Barbosa (Novo)
João das 5 Irmãos (MDB)
Jornalista Marcio Barros (PSD)
Leônidas Dias (Pode)
Marcelo Fachinello (Pode)
Mauro Ignacio (PSD)
Noêmia Rocha (MDB)
Osias Moraes (PRTB)
Pastor Marciano Alves (Republicanos)
Professor Euler (MDB)
Rodrigo Reis (PL)
Sargento Tânia Guerreiro (Pode)
Serginho do Posto (PSD)
Tico Kuzma (PSD)
Toninho da Farmácia (PSD)
Zezinho do Sabará (PSD)
A reportagem do Plural entrou em contato com alguns deles. Nenhum disse saber se tinha ou não recebido dinheiro advindo do jantar. “Só soube que a gente ia receber um dinheiro da majoritária”, alegou um deles. “De onde veio, não sei.”
O valor também foi repassado a “estrelas”dos partidos que apoiam Pimentel. Casos, por exemplo, do apresentador Jasson Goulart (Republicanos) e do youtuber Guilherme Kilter (Novo).
Pensei nisso até o “novo” limpinho envolvido na sujeira.
Vcs podiam cobrar uma manifestação do arauto contra a “cupção”, o sr Dallagnol, sobre a aliança com o Ratinho, Pimentel e cia ,o que ele e o Novo acham disso e como vão proceder…
Por isso a renovação da Câmara é urgente. Digo isso não porque não tivemos grande acesso a dinheiro do fundo partidário, mas porque é muito desleal.
O áudio em que o trabalhador chora desesperado porque não terá como pagar as contas me chocou.
É revoltante e desanimador. E o Novo, aquele probo, que não aceita a “corrupçãummm” e nem dinheiro do fundaummm??? Nasceu velho.
Curitiba, por favor, vamos eleger gente minimamente decente.