“Teatro Guaíra está fadado a acabar”, diz ex-diretora sobre gestão de Ratinho Jr.

Audiência pública sobre cultura é marcada por duras críticas às decisões do atual governo envolvendo o Teatro Guaíra e a Lei Aldir Blanc

Ex-diretora do Centro Cultural Teatro Guaíra, Monica Rischbieter fez denúncias sérias sobre a gestão da cultura no governo do Paraná nesta quarta-feira (8). As críticas ocorreram durante uma audiência pública sobre o tema, na Assembleia Legislativa. Segundo ela, os números mostram que o Guaíra corre sério risco de fechar caso a administração Ratinho Jr. (PSD) continue no rumo em que está.

Rischbieter, que dirigiu o Teatro Guaíra por 12 anos, sendo exonerada em fevereiro deste ano, afirmou que o Guaíra tinha 367 funcionários no início dos anos 1990 e hoje tem apenas 115. Entre eles, ainda é preciso descontar cerca de 60 músicos da orquestra e dezenas de bailarinos para ver quantos funcionários administrativos restam. “O último concurso foi em 1992. Então o Guaíra está fadado a acabar”, disse ela.

Teatro Guaíra

De acordo com a ex-diretora, o que mantém o Guaíra vivo hoje é a parceria com o Palco Paraná, uma organização social criada para ajudar a gerir e fornecer contratos ao teatro. Porém, na gestão Ratinho Jr., o Palco Paraná está ganhando diversas outras atribuições. Segundo Rischbieter, por ter apenas cinco funcionários, logo não terá mais como dar atenção ao Guaíra.

Palco Paraná

Tanto Rischbieter quanto a ex-gestora do Palco Paraná, Nicole Barão Raffs, afirmaram que recentemente a gestão chegou a pedir que os bailarinos abrissem mão do reajuste a que tinham direito, caso contrário poderia haver demissões.

Ninguém da Secretaria de Comunicação e Cultura nem da atual gestão do Guaíra compareceu à audiência pública, convocada pelos deputados Goura (PDT) e Michele Caputo (PSDB). Depois de ouvir várias denúncias, Caputo disse que pensa em convocar a superintendente de Cultura do Paraná, Luciana Casagrande, para falar na Assembleia.

Outro lado

O Plural procurou a Secretaria para saber se haveria algum pronunciamento oficial sobre o que foi dito na audiência. Até o momento, não recebeu nenhuma nota do governo.

Lei Aldir Blanc

A gestão dos recursos da Lei Aldir Blanc foi outro ponto duramente criticado pelos representantes do setor cultural presentes à audiência. Gehad Hajar, presidente do Sindicato dos Empresários e Produtores de Espetáculos do Paraná, foi incisivo. Para ele, o governo do Paraná tem culpa na morte de trabalhadores da cultura pela demora em repassar os recursos e pelas regras exigidas.

Rischbieter repetiu a denúncia feita ao Plural em fevereiro de que o governo teria burlado a lei ao deixar para 2022 o uso de verbas da Aldir Blanc. Nesse ponto, o governo do Paraná afirma ter respeitado a lei ao ter encaminhado antes do fim de 2021 a verba para algumas instituições, como o próprio Guaíra. Agora, a verba está parada no Guaíra e em mais três locais, ainda sem destino certo.

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11 comentários em ““Teatro Guaíra está fadado a acabar”, diz ex-diretora sobre gestão de Ratinho Jr.”

  1. A inveja é a arma dos incompetentes; voce deve saber bem do que está falando aqui não é mesmo Francisca Cury? quantas vezes vc já foi para aquela famigerada feira de Milão que nada acrescentou em sua performance profissional, que já esta bem “manjada”em” Curitiba. Não meça os outros por sua própria régua.

  2. Enquanto isso, a Superintendente de Cultura do Paraná, sra. Luciana Casagrande, e mais duas pessoas, passeiam em Veneza na Bienal de Arte.
    Não que ela não possa ir, mas ver o descaso com a cultura, para que serve uma viagem dessas, se não para o próprio deleite de quem foi.

  3. Me parece que a Mônica Richibieter está cuspindo no prato que comeu pasmem, durante 12 anos.. Isto é natural para a Mônica, que pertence a uma Curityba provinciana retrógrada e atrasada em que uma pseudo elite predatória mandava
    & demandava na cidade, como se estivessem em uma capitania hereditária. Este tempo acabou Mônica, acorde esta ficando feio este seu recalque, aquele cargo não ê vitalicio, e ele não te pertence mais!

  4. Monica enquanto diretora Presidente do Teatro Guaira, ajudou no sucateamento do mesmo. Rebaixou cargos, extinguiu profissões e agora vem falar mal do colega dela, Ratinho. Se ela ainda estivesse no poder, seu discurso seria diferente. Depois de exonerada começou a participar de diálogos sobre cultura, e até se aproximou do sindicato dos artistas e técnicos do Paraná… Se não fosse filha de quem é, já estaria no ostracismo. Politicagem que chama, né?

  5. Cultura para essa gente é show sertanejo! Pagam muito e se divertem porque governar a Bozolandia paranaense requer doses cavalares de som ruim e jacuzisse!!!

  6. Triste isso. Os ratos chegam e vão roendo tudo. Educação e Cultura para eles são dispensáveis. E o pior é que tendem a continuar destruindo tudo nos próximos quatro anos. A arrogância e uma ALEP de sabujos faz com que os representantes do Executivo ignorem a audiência pública. Os deputados Goura e Caputo ficaram como dois “quixotes”.

  7. O descaso com a cultura é típico deste período sombrio que atravessamos. Lamentável a mediocridade dos atuais gestores do Estado.

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