Com 22 minutos, o documentário Vigília (2019) estreou neste domingo (5), no festival IndieLisboa. O evento, que acontece anualmente, contempla obras internacionais e independentes, além de ser um dos maiores festivais de cinema de Portugal. O filme curitibano traz, como sugere o nome, um recorte da vigília Lula Livre, organizada nas proximidades da Polícia Federal, em Curitiba.
O curta integrou a mostra Brasil em Transe, dentro da seção Herói Independente, que homenageia figurais nacionais e internacionais. Em sua 16ª edição, o festival incluiu o Brasil, e o momento vivido pelo país, entre os homenageados.
“É muito simbólico estar nessa seção, porque o filme entra justamente nesse lugar de discutir esse momento do Brasil”, salienta Rafael Urban, diretor do curta. Além de Urban, a equipe responsável pelo material conta com a direção de fotografia de Isabella Lanave, e montagem de João Menna Barreto.
Lava Jato
O documentário é um olhar para o espaço da Vigília que, segundo Urban, acaba se destacando em meio ao contexto no qual a capital paranaense está mergulhada: a operação Lava Jato, as marcas conservadoras e de violência reacionária, a prisão do ex-presidente.
“O filme é muito claro politicamente: está junto dessas pessoas, as homenageia e valoriza seu gesto de resistência”, afirma o diretor. A ideia, no entanto, não é documentar a história da Vigília em si, mas apresentar um recorte do coletivo. Em frente às câmeras, cinco integrantes do movimento falam, direta ou indiretamente, aos espectadores.
A exibição aconteceu simultaneamente em Lisboa e na Vigília, em uma sessão fechada. Embora não exista, ainda, uma programação para a exibição do curta no Brasil, exceto as inscrições em festivais, Urban garante que Vigília será apresentado: “Para nós é importante que ele seja visto, é certo que uma exibição pública aconteça nos próximos meses”, salienta.
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