“Adoráveis mulheres” é encantador, mas inofensivo

Indicado ao Oscar 2020 de melhor filme, adaptação de romance do século 19 tem direção de Greta Gerwig

Jo, Beth, Meg e Amy são quatro mulheres bem distintas. Não fosse pelo sobrenome March, e pelo forte laço de amor familiar, é difícil imaginar que as irmãs compartilhassem algo além do convívio.

Jo é a escritora brincalhona, pouco delicada e com trejeitos “de moleque”; Beth é a perfeita encarnação do anjo domiciliar, cujo único objetivo e propósito de vida é a própria família; Meg vive envolta em sonhos de luxo e grandeza; enquanto Amy perambula à sombra das irmãs, tentando equilibrar o que deseja e o que a vida parece lhe oferecer. Apesar das diferenças – e das encrencas – o afeto que as une é genuíno.

Em meio à Guerra Civil americana, com um pai ausente em razão do conflito, as irmãs March tentam, cada qual à sua maneira, passar da infância à vida adulta.

Escrito e dirigido por Greta Gerwig, o filme é uma adaptação do romance homônimo que Louisa May Alcott (1832-1888) publicou em 1868 e, ao mesmo tempo, uma interpretação que, de certa forma, atualiza a obra.
Embora ambientação, atuação e figurino não deixem esquecer que o enredo se passa nos anos 1860, os diálogos várias vezes remetem a mulheres mais autônomas, com uma grande clareza quanto aos papéis sociais que ocupam e precisam – ou não – preencher.

Ao fim, “Adoráveis Mulheres” se mostra um pouco como uma pintura que retrata uma cena agradável: a técnica é boa, o quadro geral satisfaz o olhar, mas nada gera um impacto permanente. É encantador o suficiente para entreter, mas, como uma boa pintura em meio a tantas outras, acaba tornando-se só mais uma.

Serviço
Em Curitiba, “Adoráveis Mulheres” está em cartaz no Cinépolis Batel, no Espaço Itaú de Cinema e no Cineplex Novo Batel. Com 135 minutos de duração, o longa tem faixa etária estabelecida em 10 anos. Antes de sair de casa para ir ao cinema, vale a pena conferir os horários das sessões.

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