Tudo depende do grau etílico (de cada um)

Diante das barbaridades do atual desgoverno federal, há quem volte no tempo - até a renúncia de um presidente

Diante das barbaridades do atual desgoverno federal, há quem volte no tempo – até a renúncia de um presidente. Ou, melhor, presidente que foi renunciado. Ele mesmo, aquele que, usando uma vassoura como símbolo, prometia varrer o Brasil, mas ficou marcado por outras coisas: proibição de rinhas de galo, biquíni em concursos de miss que fossem televisionados, lança-perfume em bailes de Carnaval, regulamentação do jogo de carteado. E, também, pela corrupção e pela bebida. Ele mesmo, Jânio Quadros, Jânio da Silva Quadros.

Depois de 8 meses de balbúrdia, de 31 de janeiro de 1961 a 25 de agosto de 1961, Jânio voltaria à cena em 1985, sendo eleito prefeito de São Paulo pela segunda vez. Tomou posse no dia 1.º de janeiro de 1986.

Mera coincidência ou não, Jânio (sem os bombardeios de hoje, as chamadas mídias antissociais) obteve 5,6 milhões de votos, a maior votação até então obtida no Brasil. Venceu o marechal Lott (Henrique Batista Duffles Teixeira Lott) de forma acachapante: mais de dois milhões de votos. O homem da vassoura integrava a coligação PTN-PDC-UDN-PR-PL, para o mandato de 1961 a 1965.

A corrupção (dos outros) e a bebida

Jânio Quadros utilizou a imagem de combate à corrupção durante toda a sua carreira política – no entanto, enfrentou acusações de corrupção ao final de sua vida.

Notório consumidor de bebidas, não deu outra: virou alvo de muitas piadas e histórias. E alguém registrou uma cena:

– Um médico, já desconfiado da embriaguez de Jânio, aproximou-se, sentou ao seu lado e indagou:

– O senhor bebe?

E Jânio respondeu:

– Sim, eu aceito.

É dele, também, a assertiva que ficou famosa, sobre a cachaça:

– Bebo porque é líquido, se fosse sólido comê-lo-ia.

Mais garrafas (vazias)

Uma matéria com o título Gênios da Garrafa, assinada por Nirlando Beirão, na revista Carta Capital, anos atrás, o jornalista indica a leitura do livro Viagem ao Redor da Garrafa – Um Ensaio Sobre Escritores e a Bebida, de Olivia Laing, Editora Anfiteatro/Rocco, 2016, 381 páginas.

Pelo aperitivo, a matéria reúne verdadeiras joias intelectuais e etílicas. Exemplos, alguns, para não botar água no drinque:

– Primeiro você toma um drinque, depois o drinque toma um drinque, depois o drinque toma você.

Scott Fitzgerald

– Big Daddy: Por que você bebe tanto?

Brick: Me dá mais um drinque que eu te conto.

Tennessee WilliamGata em Teto de Zinco Quente, peça de 1955.

Do ator Humphrey Bogart, completamente fora de cena, ou da tela:

– Meu problema com a humanidade é que sempre estou duas doses acima.

Mais:

– Toda forma de vício é ruim, não importa que seja droga, álcool ou idealismo.

Carl Jung

– Eu já tirei mais do álcool do que o álcool tirou de mim.

Winston Churchill

– Só se deve beber por gosto: beber por desgosto é uma cretinice.

Mario Quintana

– O trabalho é a praga das classes bebedoras.

Oscar Wilde

– Eu não posso oferecer nada mais que sangue, labuta, suor e cerveja.

Winston Churchill

– A cerveja, se bebida com moderação, torna a pessoa mais dócil, alegra o espírito e promove a saúde.

Thomas Jefferson

– Ser rico não é importante: nunca poderás beber mais de 30 a 40 copos de cerveja por dia.

Coronel Adolphus Busch

Eu daria toda a minha fama por segurança e uma cerveja inglesa.

William Shakespeare

 – Existe uma coisa que me afeta profundamente. Os homens que não acreditam nos seus líderes nem na cerveja.

Walt Whitman

– Eu sou muito crente nas pessoas. Se houver verdade, podemos superar todas as crises nacionais. O principal são os fatos reais e a cerveja.

Abraham Lincoln

– Na vida, existem outras coisas para além de cerveja, mas a cerveja faz essas outras coisas parecerem ainda melhores.

 Stephen Morris

– Invejo as pessoas que bebem. Pelo menos têm alguma coisa em que botar a culpa.

Oscar Levant

PS: e chega por hoje. Não que esteja na hora de tomar uma bem gelada…

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