Deputado é denunciado pelo MP e chama promotora de desequilibrada

Associação repudia a afirmação de Filipe Barros e disse que fala causa “perplexidade”

O deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) foi denunciado pelo Ministério Público de Londrina. Em resposta nas redes sociais, ele chamou a promotora de Justiça, Suzana Lacerda de “desequilibrada”. Como o parlamentar tem foro privilegiado, as investigações foram encaminhadas ao Ministério Público Federal e estão desde a semana passada com o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Aliado ferrenho do presidente Jair Bolsonaro, Barros é acusado de descumprir medidas sanitárias quando liderou, no último dia 15, uma manifestação a favor do governo federal em Londrina. Na ocasião, o presidente havia convocado uma manifestação contra medidas que estavam em discussão no Congresso Nacional.

Em nota, a Associação Paranaense do Ministério Público (APMP) reprovou a declaração de Barros e disse que a sua fala causa “perplexidade” e ainda evidencia um “pleno desconhecimento das atribuições constitucionais e legais do Ministério Público”. O deputado se manifestou no Twitter dizendo que está sendo censurado pelo MP.

Para a associação, é inadequado que um parlamentar faça uso da sua condição pública para realizar adjetivações negativas por conta de uma eventual discordância com uma integrante do Ministério Público.

Quando falou sobre a promotora no Twitter, o parlamentar disse que “Londrina sofre por conta dos devaneios autoritários de uma promotora de justiça desequilibrada, a senhora Suzana Lacerda”. Ele ainda atribuiu a ela “o aumento exponencial dos moradores de rua, ideologia de gênero nas escolas e o desemprego em massa”.

O deputado Filipe Barros se manifestou por meio de nota dizendo que participou de manifestação a favor do presidente em 15 de março, porque o primeiro decreto para restringir a circulação de pessoas só aconteceu no dia 19. Além disso, o estado de calamidade pública em todo o Brasil só foi aprovado em 20 de março.

O parlamentar afirmou ainda que o despacho contra ele é fruto de rancor e que a denúncia é apenas um “ato de intimidação, desejoso por holofotes”. Barros termina dizendo que está estudando se cabe ou não alguma ação de abuso de autoridade contra agentes do Ministério Público

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