Bares e restaurantes fecham espontaneamente

Empresários se prevenirem fazendo fechamento voluntário de seus negócios

Em meio à pandemia da Covid-19, embora as recomendações sejam no sentido de evitar contato físico e aglomeração de pessoas, não há medidas estaduais ou municipais que decretem o fechamento completo de estabelecimentos como bares e restaurantes.

Mesmo assim, muitos estabelecimentos em Curitiba têm adotado, de forma espontânea, a interrupção de seus atendimentos físicos como uma medida preventiva. É caso do Mãe, café-bar-cozinha, e do Café Mafalda, gerenciados pela empresária Ieda Godoy. “Este vírus: nós o paramos unidos”, decretava a imagem postada pela empresária no Facebook – esclarecendo o motivo por trás da decisão de fechar ambos os negócios por 15 dias. Para ela, o fechamento é uma escolha pelo coletivo: “[…] fazendo uma confissão pública, adoraria que meus colegas de labuta fizessem o mesmo, pois só a união, como sempre, nos fortalecerá e tornará eficiente a estratégia”, escreveu.

No Cosmos Gastrobar, primeiro empreendimento da publicitária Janaina Santos em parceria com o marido, ao optar pelo fechamento voluntário, os donos alteraram o funcionamento do lugar. Se antes não abriam para o almoço, e o foco da operação era no salão – que pode comportar até 90 pessoas -, agora o Cosmos atende durante o dia todo, via aplicativo de entrega. “Não temos como garantir de onde estão vindo as pessoas que estão frequentando o bar, então achamos que a melhor medida seria encerrar o atendimento do salão”, diz Janaína ao reforçar que o delivery dá mais segurança, já que diminui o contato com pessoas.

Para continuar funcionando com as entregas, a equipe dos Cosmos tomou, ainda, outras providências: funcionando das 11h às 23h, a equipe de dez pessoas se reveza em turnos (e vale salientar que todos vão ao trabalho à pé ou com veículo próprio); funcionários expostos a risco, ou que estejam com sintomas de gripe estão em quarentena; e as medidas sanitárias foram reforçadas – entre elas, a exigência que entregadores lavem as mãos sempre que forem pegar encomendas.

“A nossa opinião é que quanto antes os negócios fecharem, menos tempo vamos ficar fechados”, salienta a empresária. Além do Cosmos, do Mãe e do Mafalda, um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel – PR) estima que outros 91 estabelecimentos de Curitiba estejam seguindo a mesma postura. A reportagem do Plural apurou que, entre bares, restaurantes e casas noturnas da cidade, quase 150 lugares já aderiram ao fechamento voluntário.

O receio é o impacto a longo prazo, o que leva a categoria a se mobilizar pedindo isenções e medidas que dêem algum suporte financeiro. “Estamos preocupados em ter capital para segurar esse período, a maior preocupação é com a sustentabilidade das empresas”, relata Janaína, ao falar desse momento de insegurança.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar – PR), Fabio Aguayo, a briga agora é para que surjam alternativas para minimizar os impactos econômicos provocados pela pandemia. Entre as solicitações da entidade estão a suspensão ou o parcelamento dos aluguéis dos estabelecimentos; e que não haja – durante o período de crise – corte de água e luz.

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