As 72 horas de um parto domiciliar sem anestesia

A repórter Andreza Rossini conta a história de um nascimento feito em casa - e relata os perigos que os médicos dizem haver nessa escolha.

Thayná sabia exatamente como queria seu parto. Nada de hospitais. Nada de maternidade. Nada de anestesia. Aos 21 anos, ela queria que Benjamin chegasse ao mundo cercado não por equipamentos médicos, mas sim pelos objetos de sua casa. E queria sentir o nascimento – embora ninguém achasse que ela fosse capaz de aguentar até o fim.

“Ah, você? Na primeira contração, você não vai aguentar e vai correr para o hospital”, diziam a ela quando comentava com outras gestantes o desejo de ter parto domiciliar. “As pessoas acham que são donas da sua barriga. Se metem muito”, diz ela.

Nem para a família ela contou. Seus parentes eram contra a ideia do parto domiciliar, e ela preferiu manter o segredo. Para o momento do parto, ela escolheu o quarto do casal, na companhia do marido. Além deles, estavam lá mais três pessoas: a enfermeira obstétrica Cristina Topala; a doula Renata Santos Andolpho; e mais um bebê – a filha de Renata.

O cômodo de paredes beges estava mobiliado com a cama, o guarda-roupas e o colchão levado pela doula. Um filtro de sonhos e uma imagem de Iemanjá cuidavam da energia espiritual do quarto, que tem acesso direto ao banheiro da casa, onde a gestante usava a água quente do chuveiro para aliviar as dores das contrações.

O local era de extrema importância – e ao mesmo tempo não tinha importância alguma. O conforto necessário não viria de coisas: móveis, água quente e equipamentos. O que Thayná queria era a segurança e a energia de sua casa.

Tela francesa retrata parto à moda antiga.

Thayná diz que não teve o parto na dimensão espiritual do dia a dia, onde as pessoas são de carne e ossos e conseguem enxergar o mesmo que eu e você. “O parto é entrega. O parto é selvagem, você precisa se entregar, desligar de todo o resto. Ele te coloca em um espaço muito espiritual e quando se está em um hospital, eu não sei se é possível sentir isso. Você vai para uma consciência maior. Eu falo que fui para a ‘partolândia’. Eu não escutava mais as pessoas falando ao meu lado, estava em conexão com o meu corpo para parir.”

Três dias de dor

Thayná ficou 72 horas em trabalho de parto e acredita que, se tivesse ido à maternidade, os médicos a teriam levado para uma cesariana. É muito provável.

A ginecologista Regina Celi diz que o parto hospitalar existe justamente para evitar complicações e dores desnecessárias. “Quando o parto foi trazido para o hospital, a mulher ficou muito mais protegida. Na situação da hemorragia, quando o bebê está sofrendo, ele é retirado. O mesmo quando a mulher apresenta uma situação qualquer em que o parto não está indo adiante – ao invés de ela ficar 72 horas morrendo de dor, isso é medicalizado”, afirma.

O parto é entrega. O parto é selvagem, você precisa se entregar, desligar de todo o resto.

Thayná Gabriela de Souza.

Antes de ter informações sobre o parto domiciliar, Thayná pensou em fazer cesariana. A nova opção, que conquistou o coração dela, foi apresentada pela doula que a acompanhou durante toda a gestação. Junto com a enfermeira contratada, ela fazia visitas semanais e acompanhava os exames do pré-natal da gestante para averiguar a possibilidade do parto em casa, que precisa ser de baixo risco.

“Nós [mulheres] somos protagonistas do parto do início ao fim. Contratei uma enfermeira por segurança”, diz a mãe.

Exaustão, o começo

Dias antes do início do trabalho de parto, Renata desenhou o bebê na barriga de Thayná, que contou a ela do cansaço que sentia naqueles dias.
“Acho que o Benjamin vai nascer logo”, disse Cristina, que sempre acompanhava os trabalhos, pelo sintoma de exaustão.

“Um dia antes [de começar o trabalho de parto], eu já sentia o bebê dando cabeçadas, ele estava encaixado. Na madrugada, senti a dor da contração, dormindo, e sabia o que era. É como se fosse uma cinta apertando o corpo. Começou às 2 da manhã. Eu devia ter deitado e descansado, mas fiquei ansiosa e fui para o chuveiro”, conta.

As primeiras horas foram tranquilas. Nas fotos, Thayná parece serena, sorrindo, à espera do filho. Ela eliminou as roupas, que a incomodavam, e buscava fazer o ajudava a aliviar as dores. “Minha doula usava muito aromaterapia, com óleos de alecrim e lavanda. Eu usava muito a água quente do chuveiro e, depois do banho, conseguia lidar melhor com as contrações”, explica.

A entrega de Thayná para a “partolândia” e o foco nas contrações foram essenciais para a evolução do quadro, como a dilatação da gestante. As dores aumentavam gradualmente, mas para ela, anestesia é coisa de quem está neste plano.

Covardia?

Radical, Thayná chega a chamar a analgesia de “covardia”. “Eu não entrei na ‘hora da covardia’. Quando eu era doula, as meninas entravam e pediam analgesia, e tinha que estar ‘em cima’ para encorajar as mulheres a continuar”, disse a gestante.

As dores iam aumentando e as lembranças dos vídeos que assistiu na Internet, sobre parto humanizado, não ajudaram. “Exclui aqueles vídeos do YouTube, aquilo não tem nada a ver. A gente acha que é aquela coisa, com aquela música de fundo, mas não é, é muito selvagem”, diz ela, que chegou a gritar durante o trabalho de parto.

Thayná e seu bebê.

Para diminuir as dores das contrações, ela recebeu massagens da doula, tomou banho quente e fez tudo o que teve vontade durante as 72 horas. “Dancei, comi, tomei água, usei música xamânica [usada para meditação]”, conta.

Thayná se vestiu saiu para fazer exercícios na praça, para ajudar com a dilatação, sempre com o acompanhamento de Cristina e de Renata. “O tempo todo ela ouvia o coração do baby, até me irritava. Às vezes eu tinha vontade de gritar ‘saia daqui’.”

A mãe acredita muito na entrega e que o corpo da mulher é capaz de ter um filho. “Tem que se entregar. Quando você se entrega, até a dor vai embora. Quando me entreguei mesmo, ele nasceu.”

O momento de maior dor

Ela conta que o momento mais dolorido foi na hora do nascimento. “O que dói mesmo é na hora que está saindo. Quando sai a cabeça dói demais, o pescoço já é um alívio e o corpinho é como se deslizasse pra fora”, revela.

Assistindo ao vídeo do parto, percebi que a enfermeira colocou Benjamin no colo da mãe, instantes após o nascimento, o que Thayná não conseguiu perceber. “Para mim ele ficou muito tempo de costinhas no colchão, eu realmente perdi a noção. Quando eu peguei – nunca vou me esquecer – ele abriu os olhos e me olhou com aquele ‘zoião preto’ que tem”, conta.

Depois do bebê, a placenta não demorou a sair. “Senti a hora de levantar e fazer força”, diz Thayná. “Levei uns pontinhos, ele nasceu grande, com quase quatro quilos. Lacerei bastante. Depois que ele nasceu, fiquei um tempão com meu filho, amamentei, depois fui tomar banho e só depois a enfermeira deu os pontos”, relata.

O que dói mesmo é na hora que está saindo. Quando sai a cabeça dói demais, o pescoço já é um alívio e o corpinho é como se deslizasse pra fora

Thayná Gabriela de Souza

Thayná foi a protagonista do parto do princípio ao fim, como planejado. “O parto foi selvagem, porque não teve nada de externo, fui eu e meu filho, ninguém interferiu”, ressalta.

A nova mãe começou a amamentar logo após o parto e acredita que esse  é um gesto importante. “Nós temos que nos assumir como mamíferos, a criança vai querer mamar, tem que deixar o bebê chupar sua teta!”

Após o nascimento, o bebê foi levado a uma médica escolhida a dedo, “pediatra humanizada”, como é chamada pela família. Ela realiza todos os procedimentos necessários após o nascimento, com o bebê no colo da mãe.

Thayná se recuperou rápido e não teve nenhum tipo de complicação no pós-parto. O instinto selvagem, que aflorou na mãe continua com ela quase um ano após o nascimento do bebê. “Fui muito chata no meu puerpério por causa desse instinto selvagem, não queria deixar ninguém pegar meu filho. Até hoje sou chata, principalmente com a alimentação dele”, conta.

Parto domiciliar: pode ou não pode?

O parto domiciliar moderno surgiu com os procedimentos de humanização. De acordo com uma das criadoras da Associação Nacional de Doulas, Maria de Lourdes da Silva Teixeira, a humanização no parto tem características definidas. “Trata-se de respeitar primeiramente a vontade da mulher, respeitar a dor que ela sente – que é muito diferente de uma mulher para a outra. É importante ter esse olhar de respeito para que você consiga criar um ambiente melhor para a mulher. Se ela estiver na penumbra, no silêncio, ou ouvindo uma música que goste, vai ajudar a relaxar. Humanizar significa liberdade, respeito e privacidade”, afirmou.

O desejo de ser protagonista do parto e a fuga da medicalização retiram algumas mulheres do ambiente hospitalar no momento de dar à luz. De acordo com o advogado Fabrício Tairo Mattos, a legislação não diz onde a gestante deve parir. “O ordenamento jurídico brasileiro não regulamenta os procedimentos para a realização de partos”, afirma.

O Conselho Federal de Medicina reitera publicamente que reprova a prática, mas não pode obrigar as mulheres a irem a um hospital. “Desta forma, como inexiste lei que proíba o parto fora dos hospitais e maternidades, a gestante pode, sim, escolher pelo parto domiciliar”, diz o advogado.

Retrocesso

A atitude foi condenada pela maioria dos médicos entrevistados. O presidente da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Sheldon Rodrigo Botogoski posicionou-se, assim como a federação, contrário à prática. “Levamos tanto tempo para que as pacientes fossem acolhidas em um hospital, com assistência, com material esterilizado, um ambiente limpo e arejado. Hoje estamos querendo voltar no tempo, para as pacientes voltarem para dentro das suas casas, onde não sabemos qual é o risco de sepse”, disse.

“É um contrassenso, vai tudo contra o que se está fazendo de mais adequado na área médica. Aumenta o risco. O parto só termina em torno de duas horas após o nascimento do bebê. Nesse período a paciente pode fazer uma atonia uterina: o útero dela pode ficar tão mole que não contrai e essa mãe vai à morte. Hemorragia pós-parto. A paciente tem que estar em um ambiente onde tenha monitoramento”, argumentou.

Posição de parto no século 16.

Ainda de acordo com Botogoski, a paciente que teve o bebê em casa não deve se dirigir a um hospital. “Ela tem que estar com o auxílio de alguém e essa pessoa tem de dar toda assistência e suporte, então ela não tem que ir ao hospital procurar auxílio nenhum. Se alguém está assistindo essa mulher na casa, tem que dar conta de dar o suporte em casa. Não é porque ocorreu uma emergência que se deve ir ao hospital para socorrer. Eu acho totalmente errado. Ou vai a um lugar ou a outro”, afirmou.

A ginecologista Regina Celi, integrante do Instituto Pró-vida, afirma que a prática do parto domiciliar não é aceitável pelo risco que a mãe e o bebê correm. “Antigamente, existia uma realidade em que se aceitava perder alguns filhos e algumas mães ‘de parto’ e todo mundo achava isso natural. Hoje isso é inaceitável, todo mundo espera que o bebê nasça bem, com saúde e que a mulher saia de lá com ele no colo. Na maioria das vezes é o que acontece, mas para isso é preciso estar sempre próximo de um atendimento”, afirmou.

É um contrassenso, vai tudo contra o que se está fazendo de mais adequado na área médica. Aumenta o risco.

Sheldon Botogoski, presidente da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

Regina disse que o parto não precisa ser medicalizado. Mas, para que ocorra com segurança, deve ocorrer dentro de um ambiente hospitalar. “Em uma sala toda preparada para o parto normal, mas se houver alguma coisa errada, há um profissional que detecte isso. É o principal. Para que se esteja pertinho para resolver algum problema que pode acontecer, ainda que na maioria das vezes não vá acontecer”, disse.

A ginecologista explica que caso a mulher tente o parto em casa e ocorra algum problema, ela deve se encaminhar a uma instituição de saúde. “O hospital sempre vai atender qualquer situação, seja aquela que teve o filho no táxi indo ao hospital, seja aquela que tentou em casa e não deu certo. A mulher sempre vai ser atendida em um hospital ou uma maternidade. Eu já ouvi histórias de mulheres que vieram com o bebê pendurado, com a cabeça derradeira e outras mil situações.”

A médica explica quais são os procedimentos adotados quando o bebê chega ao hospital. “É o lugar onde vai ter o teste do pezinho, onde vão ser feitos outros exames, onde o bebê vai ser pesado, vai ter uma carteirinha com as condições de nascimento, onde serão verificadas as condições vitais. Quando a gestante tem o bebê fora do hospital, e depois vai para lá, claro que ela e o bebê vão ser acolhidos. Mas, às vezes, como ele nasceu em um ambiente que pode ser contaminado, o neném não fica nas mesmas dependências que outras crianças.”


Parto hospitalar moderno: o modelo mais seguro, segundo a ciência.

Ainda de acordo com Regina, hoje, os hospitais estão mais preparados para acolher as mães. “Hoje tem o acompanhante, tem o alojamento conjunto para a mãe e o bebê e tanta coisa boa, mas o que acontece? Ela vai abrir mão de tudo isso e depois ir ao hospital. Está errado, desde a essência de não compreender a importância do meio hospitalar”, argumentou.

O ginecologista Antônio Roxo Neto concorda com os outros médicos e também se utiliza do argumento da taxa de mortalidade, apontada por Regina Celi, para defender o parto nos hospitais. “O parto domiciliar é uma estupidez. No século 19, as mulheres viviam no mínimo sete anos a menos que os homens. Hoje, elas vivem cinco a mais. A morte precoce acontecia porque elas morriam de parto, já que tinham o filho em casa. Tinha uma mortalidade fetal enorme, porque o parto não era assistido. Não se tinha o conhecimento da fisiologia, da evolução do parto que se tem hoje. Os riscos eram enormes”, alerta.

De acordo com Roxo, a mulher que optar pelo parto em casa precisa estar ciente dos riscos que corre. “Acredito que a paciente até pode optar pelo parto domiciliar, desde que concorde com as complicações possíveis. Mas quando o parto acontece com  acompanhamento de um profissional especializado, em um local equipado para atender qualquer eventualidade, você diminui os riscos de complicação. Todo mundo tem o direito de ter o filho onde quiser, mas tem aumento de riscos de infecção e um monte de outros problemas”, disse.

O parto domiciliar é uma estupidez. No século 19, as mulheres viviam no mínimo sete anos a menos que os homens. Hoje, elas vivem cinco a mais. A morte precoce acontecia porque elas morriam de parto.

Antônio Roxo Neto, ginecologista

O pediatra Luiz Ernesto Pujol, presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) alerta que, mesmo nas gestações de baixo risco, podem ocorrer complicações na hora do parto. “Na gravidez correu tudo bem, no entanto o bebê tem uma circular de cordão umbilical, que aconteceu cinco minutos antes de ele nascer. Isso pode acontecer porque ele se mexe lá dentro e pode se envolver no próprio cordão.”

O envolvimento do cordão no bebê não deve matar, mas pode deixar várias consequências. “Vai gerar uma paralisia cerebral, com certeza. A pessoa que está ali, mesmo que seja médico, não terá todos os recursos necessários para socorrer o neném. Oxigênio, a aspiração necessária – não aspiração por caninho – mas uma aspiração que já é de pulmão. São ações que você nunca pode antever. Nunca pode acreditar que um parto, de fato, vai ser normal, sem nenhuma complicação.”


O ginecologista Bruno Maurizio Grilo afirma que o parto é cheio de problemas e artimanhas, o que leva o domiciliar a ser um risco em países com pouca estrutura. “Holanda e Inglaterra têm sistema praticamente perfeito de atendimento domiciliar. Logo que a paciente entra em trabalho de parto, chama-se a ambulância, a ambulância vai para a casa da paciente, com uma equipe completa e atende lá, mas com o motor da ambulância ligado.”

A orientação de Grilo é para que as gestantes tenham um ambiente especial preparado dentro do hospital. “Você não faz nenhuma cirurgia em casa, você faz no hospital, em um ambiente correto. Se você quiser, pode construir um ambiente dentro de um hospital: de um apartamento, de casa, as chamadas ‘casas de parto’, onde as pacientes ficam conversando, recebendo visita, e na hora do parto, vai para dentro [do ambiente] e faz o parto”, orientou.

O que diz quem defende

Uma das mulheres que começou o movimento das doulas no Brasil, fundadora da Associação Nacional de Doulas, Maria de Lourdes da Silva Teixeira, defende o parto domiciliar. “É maravilhoso. Eu nasci em casa e tive meu filho em casa. É o parto mais seguro, mais aconchegante, no caso da mulher de baixo risco – a de alto risco precisa de acompanhamento médico, em ambiente hospitalar. Não tem muitas regras. A mulher está dentro do ambiente dela. Nós somos mamíferos, somos bichos, e bichos não vão ao hospital para ter filhos. Vão escolher o lugar mais escuro e aconchegante.”

De acordo com Maria, caso aconteça alguma complicação no momento do parto, a mulher deve acionar o socorro médico. “É bom que tenha uma pessoa responsável, por exemplo, uma enfermeira obstetra acompanhando. Não precisa ter uma UTI Neonatal na porta de casa, se precisar de socorro por alguma razão vai chamar o atendimento. O legal é ter um hospital próximo, mas o parto em casa é tão seguro que raramente é necessário [ir a uma instituição de saúde]. Em casa, a mulher não consegue tomar uma analgesia, mas se ela precisar vai para a maternidade tomar. Se a mulher está em um ambiente que não tem anestesista ela consegue dar conta da dor”, argumentou.

Sindriani Fonseca, que é doula atuante em Curitiba, afirma que em nenhuma gestação de alto risco pode acontecer o parto domiciliar. “Quando eu falo alto risco pode ser caracterizado por diabetes, pressão alta”, diz.

“A gestante tem que ter tido um bom acompanhamento médico durante o pré-natal, ter uma equipe para atendê-la em casa sendo que precisa, obrigatoriamente, de uma enfermeira obstétrica. Cada família tem um jeitinho, que vai adicionando pessoas, como a doula, mais enfermeiras, pediatras”. A gestante ainda precisa morar em uma região onde o SAMU chegue e próximo a um hospital ou maternidade, segundo Sindriani.

Nós somos mamíferos, somos bichos, e bichos não vão ao hospital para ter filhos.

Maria de Lourdes da Silva Teixeira , fundadora da Associação Nacional de Doulas,

Ginecologista que evita intervenções no parto, Claudio Paciornik, levanta uma questão sobre a habilidade dos seres humanos. “Como é que pode um ser humano, homo sapiens, um animal que não consegue nascer mais? Então tem uma inversão [partos de casa para o hospital e do hospital para casa] e assim está sendo”, disse.

Paciornik explica que existem diferenças entre os partos que são realizados em domicílio nas áreas rurais e nas áreas urbanas, devido à proximidade de instituições de saúde. “O parto em casa é um parto que a mulher tem que querer, tem que ter confiança em si para fazer e tem que ter a equipe que ela tenha confiança e essa equipe tem que poder ir para o hospital se precisar”.

O médico também questiona os centros obstétricos de hospitais. “Ficou montado como centro cirúrgico, para fazer cirurgia. Na grande maioria dos que eu conheço, no centro obstétrico se faz cirurgia. Em casa, não. Se você está parindo em casa é porque você quer ter em casa. Eu acho que o parto em casa não perde em nada para o parto no hospital. Tem vantagens, porque você está em casa”, afirmou.

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