Vereador de Curitiba quer “sommelier de vacina” no fim da fila de vacinação

Mesmo com mais de 500 mil mortos no país, ainda há quem recuse receber o imunizante por conta do fabricante do produto.

Nesta sexta-feira (02), o vereador Jornalista Márcio Barros (PSD) apresentou um projeto de lei que determina que aqueles que se recusarem a tomar vacina em virtude do laboratório fabricante sejam colocados no final da fila de vacinação. A medida nasceu em resposta aos chamados “sommeliers de vacina” – pessoas que desejam escolher qual vacina tomar.

Os motivos que levam os indivíduos a negarem as doses são os mais diversos, entre elas divulgação de fake news sobre alguns laboratórios, a crença de que serão impedidos de adentrar alguns países após receber certos imunizantes, ou até mesmo que terão chips implantados em seus corpos. Informações infundadas, porém que causam grande impacto na sociedade.

Segundo o vereador, a situação chegou a um nível tão absurdo que doses foram desperdiçadas por conta da escolha do “sommelier”. “Tinha gente que ia se vacinar e quando a profissional da saúde puxava o líquido no frasco e colocava na seringa, e via que não era a vacina desejada, a pessoa se retirava do local sem tomar. Essa dose que já foi retirada do frasco vai ser aplicada em quem? Tiveram vários casos de perda de vacina, porque o indivíduo que estava ali não queria vacinar por causa do fabricante”, declara.

O parlamentar explica que a medida não colocará no final da fila pessoas que possuem contraindicações para certos tipos de vacina: “Todas combatem o vírus, mas como elas agem de diferentes formas, tem gente que tem indicação médica de tomar alguma específica devido a seus problemas de saúde. Nesse caso, a receita médica fica lá no posto e quando chega o lote da mais adequada para a pessoa ela é chamada”. 

Vale ressaltar que os casos citados acima são exceções e não regra. Segundo o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (SMS), Alcides Oliveira, todas as vacinas são seguras e o importante agora é que a maior quantidade de pessoas recebam as doses.

“Essa escolha de vacina não pode ser realizada. Todas que estão disponíveis hoje são aprovadas pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). São vacinas que já passaram por vários testes não só no Brasil, como em outros países também. Elas foram aprovadas por órgãos regulatórios. No momento, o foco tem que ser a imunidade coletiva, ou seja, precisamos vacinar a maior quantidade de pessoas no menor tempo possível. Com isso, espera-se que a pandemia possa ser melhor controlada”. 

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1 comentário em “Vereador de Curitiba quer “sommelier de vacina” no fim da fila de vacinação”

  1. Ana Maria Palhano

    Estava com Covid e não foi por escolha que não tomei a vacina no dia da minha idade e agora que fui liberada pelo médico para tomar a vacina. Esta situação deve ser levada em consideração e meu direito de tomar a vacina seja respeitado. Este decreto da prefeitura limitando só os que estão na faixa etária do dia deve ser revisto e incluir quem tem como provar que estava com Covid, internado ou com outro impeditivo de doença na data.

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