Universidades estaduais: governo autoriza contratação de temporários

Apesar disso, greve nas sete estaduais continua; professores reclamam de defasagem salrial

Depois de uma polêmica considerada desnecessária até mesmo dentro do governo, a gestão de Ratinho Jr. (PSD) autorizou a contratação de professores temporários por cinco universidades estaduais. A decisão foi revelada na última segunda-feira (29), em reunião extraordinária da Comissão de Política Salarial (CPS) com os reitores das sete Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) do Paraná.

O governo havia negado a contratação, no dia 18 de julho, alegando gastos não autorizados com horas extras. Sem os professores temporários, que representam cerca de 30% da força de trabalho das universidades estaduais, alguns cursos ficariam sem aulas, prejudicando o segundo semestre letivo.

Os sindicatos dos professores, no entanto, não veem a recontratação temporária como solução para o problema de falta de pessoal nas universidades. Uma nova tentativa de acordo com o governo foi feita nesta quarta(31/8) para tentar solucionar a paralisação da categoria, em greve há um mês. A mobilização dos professores afeta todas as sete universidades estaduais do Paraná, que não têm previsão de retomar as aulas do segundo semestre.

Entre outras coisas, os professores seguem discordando da proposta de reposição parcial da defasagem nos salários. Os professores têm 17% de perdas inflacionárias acumuladas, mas o governo só propôs repor 5% e em parcelas. (Leia mais sobre as negociações amanhã no Plural.)

Segundo a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), foi autorizada a contratação das seguintes cargas horárias, por universidade:

Universidade Estadual de Maringá (UEM): 18.000 horas.

Universidade Estadual de Londrina (UEL): 8.366 horas.

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG): 7.500 horas;

Universidade Estadual do Paraná (Unespar): 10.500 horas;

Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste): 8.435 horas.

Para viabilizar as contratações e manter o teto de gastos, as instituições deverão reduzir em 10% as horas extras, interromper o pagamento da gratificação de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva (Tide) para funcionários que não se enquadram no benefício e eliminar despesas com bolsa dos programas de residência da folha de pagamento.

Outra condição, que não foi bem recebida por parte das universidades, é a adoção sistema Meta 4 que faz a gestão da folha salarial dos servidores. O governo tenta, desde 2012, que as instituições públicas de ensino superior do estado troquem seus softwares de gestão de pessoas pela plataforma.

Apesar da liberação das contratações de docentes temporários, o governo não confirmou se vai chamar os 270 servidores concursados que aguardam nomeação, conforme prevê o superintendente de Ensino Superior, Aldo Bona.

Colaborou Rafaela Moura.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima