Um contra, um a favor, outro em silêncio: o que os senadores do Paraná pensam sobre a CPI da Covid

Representantes do Paraná no Senado não integram a comissão nem têm participado das reuniões

Os três senadores do Paraná, Alvaro Dias, Flávio Arns e Oriovisto Guimarães – todos do Podemos – estão distantes do assunto mais pujante do Senado Federal: a CPI da Covid-19. Além de não serem membros da comissão, os parlamentares não têm participado das reuniões – prerrogativa de qualquer senador – nem feito muitos comentários sobre as investigações em suas redes sociais. 

O partido dos senadores paranaenses conta com dois membros no colegiado: Eduardo Girão (CE), titular, e Marcos do Val (ES), suplente. Ambos integram a base governista da comissão. 

Alvaro Dias

O discurso de Alvaro é o mais próximo das teses governistas na bancada paranaense. Para ele – assim como para os bolsonaristas – o inquérito deveria ir além e apurar também o destino das verbas federais sob suspeita de desvio repassadas aos estados e municípios durante a pandemia. 

“Percebemos que na CPI da Covid-19 não há o desejo de investigar governos estaduais que desviaram recursos. O Supremo Tribunal Federal não tem contribuído, mudando de posição e favorecendo os governadores, uma vez que todas as autoridades responsáveis pela investigação se pronunciaram favoravelmente à presença de governadores na CPI. Por isso, eu considero impróprio o Supremo desautorizar, é lamentável, porque alguns governadores deveriam estar lá respondendo a questionamentos”, afirma.

Alvaro destaca ainda que não houve qualquer critério para a escolha dos membros. “A CPI da Covid-19 não tem credibilidade suficiente para apresentação de um relatório final que tenha consenso. Provavelmente nós teremos dois relatórios: um da oposição e outro de governistas e independentes”, diz. “Então, ela deixa muito a desejar em matéria de imparcialidade, por isso não será uma CPI que receberá aplausos generalizados, ela cumpre o papel de desgastar o governo e se constitui como palanque eleitoral para alguns, mas deveria, na verdade, ser uma ação de respeito à sociedade que perdeu vidas que deveriam ser salvas”, conclui.

Flávio Arns

Já Arns, último da bancada paranaense a embarcar no Podemos – o senador antes estava na Rede -, tem discurso mais alinhado aos parlamentares independentes e de oposição. 

“Desde o princípio considerei a CPI necessária para a correção de rumos quanto à condução da pandemia pelo governo federal, que sistematicamente defende medicações e tratamentos ineficazes, negligenciando a real urgência pela vacinação da população”, diz Flávio Arns para o Plural.

Oriovisto

A assessoria de Oriovisto Guimarães informou ao Plural que o senador não comenta os trabalhos da CPI. 

Em sua conta no Twitter, Oriovisto escreveu que a Comissão Temporária sobre a Covid-19, que ele compõe, é importante para complementar os trabalhos da CPI. “Enquanto a CPI busca descobrir onde estão os erros da pandemia, nós, membros da Comissão Temporária, temos como objeto descobrir os pontos assertivos, em busca de mais vacinas para todos os brasileiros”.

Reportagem sob orientação de João Frey

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8 comentários em “Um contra, um a favor, outro em silêncio: o que os senadores do Paraná pensam sobre a CPI da Covid”

  1. Senador Oreia é inacreditável, completamente apático, indolente, puxa-saco do governo… como o PR pôde deixar o Requião de fora???

  2. Bom dia Equipe e todos os assinantes!!

    Faz tem que estou questionando isso, não vi nenhum representante do Paraná na CPI, como disse Felipe Neto, quem se cala e cúmplice , não que eu concorde com Felipe Neto, mas temos que, questionar o porquê de não ter representantes na CpI, nas próximas eleições vamos notificar esse fato.
    O plural foi um dos poucos que me notificou em relação ao políticos alinhado com Bolsonaro.

    Obrigado Plural.

  3. Quando você acha que é suficientemente mal representado, aparece o Oriovisto e baixa ainda mais a régua. Inacreditável o que esse cara não faz. Pelo jeito ainda passa muito tempo contando dinheiro de suas empresas e usa o cargo apenas para conseguir influência e vender mais produtos de péssima qualidade.

  4. ALMIR MESSIAS PINA

    Os velhos da “nova política”. No mínimo oito anos no Senado se omitindo acerca da tragédia que estamos vivendo. Todos sabem quem é o maior omisso nessa história. Saudades do eterno Sen. Roberto Requião, que como todo ser humano tem defeitos, mas que nunca se omitia, tendo posição firme e corajosa.

  5. Uma VERGONHA o Paraná!
    Dois canalhas e um que apoia a CPI, mas não participa ativamente.
    Também, com um governador e um prefeito que temos…
    Tenho muita VERGONHA.
    Paraná merecia políticos melhores.

  6. FRANCISCO CEZAR DE LUCA PUCCI

    O Senador Oriovisto começou seu mandato com um discurso corajoso (quando falava de beatitudes) e logo mostrou a que veio: defender o status quo. O Senador Álvaro Dias já é sobejamente conhecido e nem é preciso perguntar algo a ele para saber a resposta. O Senador Arns, tem sempre um discurso divorciado da prática. Em resumo: num sistema até os contras são a favor.

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