Às vésperas do Natal do ano passado, mil moradores da ocupação Nova Guaporé, que naquela época ficava na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), foram despejados por centenas de policiais que invadiram a comunidade nas primeiras horas da manhã. Eles instalaram um cenário caótico: enquanto crianças choravam de fome, demoliram casa a casa e chegaram a botar fogo em alguns barracos. As famílias assistiram à cena com seus pertences na rua, sem ter para onde ir.
A Prefeitura de Curitiba empurrou o problema para o Governo do Estado, que por sua vez atribuiu a responsabilidade à Justiça do Estado. Fernando Prazeres, desembargador do Tribunal de Justiça presidente da Comissão de Mediação de Conflitos Fundiários, disse que soube do despejo em cima da hora e não teve como intervir. Em entrevista ao Plural, ele falou que não dava para permitir “invasão atrás de invasão”, mas não sabia onde essas pessoas poderiam ser acolhidas.
Ninguém aceitou o abrigo da Fundação de Ação Social (FAS). Na falta de um destino menos precário, a solução encontrada pelo grupo foi a de assentar uma nova ocupação no Campo Comprido, que segue viva. Hoje, são 117 famílias morando na região, em busca do mínimo para se viver com dignidade: ter uma moradia.
Nova fase
“Este ano a gente até que passou bem”, conta Geremias de Oliveira Custódio, uma das lideranças da ocupação. “A gente começou a construir a nova comunidade e o pessoal começou a se animar, começou a levantar os muros dos terrenos, começou a fazer casas de alvenaria.”
A luta, agora, é para evitar um novo despejo. “Já faz quase um ano que estamos aqui”, diz. Durante esse período, o trabalho foi intenso: sozinha, a comunidade “puxou” a fiação elétrica e o encanamento d’água. “A gente até teve umas cinco ou seis repressões policiais, mas nada grave. Eles não querem que a gente entre no bosque cercado por eles, que fica no meio da propriedade, então a comunidade ficou dividida pelas cercas. Mas tudo bem. Fora isso, tudo tranquilo.”
Doações
Quando foi vítima do despejo, a Nova Guaporé contou com a solidariedade da sociedade para se reerguer, mas passada a primeira onda de doações, ela segue invisível. “Não queremos dinheiro. Queremos mantimentos, panetones, brinquedo usado, roupas, móveis… Tudo que puder melhorar o Natal da criançada”, fala Geremias.
A ideia é que as doações sejam direcionadas não apenas para a Guaporé, mas também para a 29 de Março e para o Caximba, que também estão carentes de ajuda. Se você puder contribuir, clique aqui para entrar no grupo da comunidade.
Boa tarde.
No começo eram pessoas humildes com suas crianças. Criou-se o clima para justificar a invasão.
“Não sei como”,atualmente não são as mesmas “pessoas humildes”.ao contrário, já se vê carros bons entrando e saindo de algumas casas.
A gente houve até notícias de compras de lotes .
De sem teto,não tem nada.
Me engane que eu gosto.
Rsrsrs