Um ano após despejo, Nova Guaporé começa a eguer suas primeiras casas de alvenaria

Veja como ajudar a comunidade neste Natal

Às vésperas do Natal do ano passado, mil moradores da ocupação Nova Guaporé, que naquela época ficava na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), foram despejados por centenas de policiais que invadiram a comunidade nas primeiras horas da manhã. Eles instalaram um cenário caótico: enquanto crianças choravam de fome, demoliram casa a casa e chegaram a botar fogo em alguns barracos. As famílias assistiram à cena com seus pertences na rua, sem ter para onde ir. 

A Prefeitura de Curitiba empurrou o problema para o Governo do Estado, que por sua vez atribuiu a responsabilidade à Justiça do Estado. Fernando Prazeres, desembargador do Tribunal de Justiça presidente da Comissão de Mediação de Conflitos Fundiários, disse que soube do despejo em cima da hora e não teve como intervir. Em entrevista ao Plural, ele falou que não dava para permitir “invasão atrás de invasão”, mas não sabia onde essas pessoas poderiam ser acolhidas. 

Foto: Rafael Bertelli/ Mandato Goura

Ninguém aceitou o abrigo da Fundação de Ação Social (FAS). Na falta de um destino menos precário, a solução encontrada pelo grupo foi a de assentar uma nova ocupação no Campo Comprido, que segue viva. Hoje, são 117 famílias morando na região, em busca do mínimo para se viver com dignidade: ter uma moradia.

Nova fase

“Este ano a gente até que passou bem”, conta Geremias de Oliveira Custódio, uma das lideranças da ocupação. “A gente começou a construir a nova comunidade e o pessoal começou a se animar, começou a levantar os muros dos terrenos, começou a fazer casas de alvenaria.”

A luta, agora, é para evitar um novo despejo. “Já faz quase um ano que estamos aqui”, diz. Durante esse período, o trabalho foi intenso: sozinha, a comunidade “puxou” a fiação elétrica e o encanamento d’água. “A gente até teve umas cinco ou seis repressões policiais, mas nada grave. Eles não querem que a gente entre no bosque cercado por eles, que fica no meio da propriedade, então a comunidade ficou dividida pelas cercas. Mas tudo bem. Fora isso, tudo tranquilo.”

Doações

Quando foi vítima do despejo, a Nova Guaporé contou com a solidariedade da sociedade para se reerguer, mas passada a primeira onda de doações, ela segue invisível. “Não queremos dinheiro. Queremos mantimentos, panetones, brinquedo usado, roupas, móveis… Tudo que puder melhorar o Natal da criançada”, fala Geremias.

A ideia é que as doações sejam direcionadas não apenas para a Guaporé, mas também para a 29 de Março e para o Caximba, que também estão carentes de ajuda. Se você puder contribuir, clique aqui para entrar no grupo da comunidade.

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1 comentário em “Um ano após despejo, Nova Guaporé começa a eguer suas primeiras casas de alvenaria”

  1. Eduardo Luiz de oliveira

    Boa tarde.
    No começo eram pessoas humildes com suas crianças. Criou-se o clima para justificar a invasão.
    “Não sei como”,atualmente não são as mesmas “pessoas humildes”.ao contrário, já se vê carros bons entrando e saindo de algumas casas.
    A gente houve até notícias de compras de lotes .
    De sem teto,não tem nada.
    Me engane que eu gosto.
    Rsrsrs

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