UFPR lança campanha de arrecadação para financiar vacina contra Covid; veja como doar

Imunizante é estudado desde 2020 e está próximo da fase clínica

Nesta sexta-feira (2), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) lançou a campanha “Vacina UFPR”, que visa arrecadar doações para viabilizar o desenvolvimento do imunizante contra a Covid-19. Os recursos financeiros serão necessários na fase clínica (testagem em humanos), que deve começar em 2022. 

De acordo com o professor Emanuel Maltempi de Souza, um dos responsáveis pela pesquisa da Vacina UFPR, a quantia estimada para a fase clínica é de R$ 50 milhões. No entanto, o valor previsto para a arrecadação é maior (cerca de R$ 76 milhões), “pois envolve despesas administrativas e uma estrutura que permitirá o desenvolvimento de diversos insumos farmacêuticos injetáveis em escala de pesquisa e pré-piloto.”

O dinheiro acumulado será destinado ao Programa de Desenvolvimento de Imunizantes UFPR e investido tanto na conclusão dos estudos quanto na aprimoração da estrutura física dos laboratórios.

Para o reitor da instituição, Ricardo Marcelo Fonseca, em um momento de limitações orçamentárias, a ajuda da sociedade é muito importante para que a universidade continue cumprindo sua função: “A defesa da vida e da saúde pela ciência não pode parar. Espero que haja um grande acolhimento da comunidade para que nós efetivamente possamos desenvolver esse programa de imunizantes contra a Covid-19 e outras tecnologias”.

A campanha

O superintendente de parcerias e inovação da UFPR, Helton José Alves, explica que, para viabilizar a campanha, foi preciso “estruturar um programa sólido e que pudesse criar um canal para captação de recursos de forma ágil”. A ação será gerenciada pela Fundação de Apoio da Universidade Federal do Paraná (Funpar), com apoio da Uni FM.

“Todo doador verá aparecer a sua doação na página em um prazo de até dois dias. Toda documentação de transparência deste projeto estará no Portal da Transparência da Funpar para qualquer pessoa possa acompanhar e baixar os documentos”, afirma o professor João da Silva Dias, superintendente da Funpar.

A vacina

Desde junho de 2020, pesquisadores da UFPR vem desenvolvendo uma vacina contra a Covid-19 com tecnologia 100% nacional e baixo custo de produção. Após a conclusão dos testes pré-clínicos nos próximos meses, o próximo passo é solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização para testes em humanos.

Como a tecnologia de produção do imunizante é totalmente pertencente à universidade, as doses devem ser mais baratas do que outras disponíveis no mercado, com custo estimado entre R$5 e R$10. Há ainda a possibilidade de que a vacina seja transportada em pó para as localidades de atendimento, facilitando o transporte e o armazenamento das doses.

A tecnologia utilizada na Vacina UFPR envolve a produção de partículas de um polímero biodegradável, revestidas com partes específicas da proteína Spike, que é responsável pela entrada do SARS-Cov 2 nas células humanas. A vacina é composta pelo polímero e pela proteína sintética, e as partículas têm na superfície a proteína S, de forma semelhante ao próprio vírus. Assim, o uso do coronavírus inteiro não é necessário para a produção da vacina.

Como doar

Tanto pessoas quanto empresas podem realizar doações. É possível doar qualquer valor, por depósito, PIX ou transferência bancária.

No site da campanha, além da atualização dos valores captados, haverá relatórios de acompanhamento dos recursos captados para o desenvolvimento da vacina e notícias sobre o avanço das pesquisas realizadas com o imunizante.

Os valores da campanha se somarão aos financiamentos já obtidos via Rede Vírus, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e a recursos próprios da UFPR e do Governo do Estado do Paraná, que chegam a R$ 1,265 milhão.

Doações devem ser feitas para:

Banco Itaú (341)

Agência: 4012

Conta Corrente: 43701-0

CNPJ Funpar – 78.350.188.0001-95

Chave PIX –  [email protected]

Reportagem sob orientação de João Frey, com informações da UFPR

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