Trincheira da Mário Tourinho está atrasada e tem previsão para setembro

Construção deveria ficar pronta em julho de 2019 mas ainda está pela metade. Pandemia dificulta finalização da obra, que já custou R$ 13,3 milhões

As obras da trincheira da rua General Mário Tourinho com a Avenida Nossa Senhora Aparecida, no bairro Seminário, em Curitiba, já estão atrasadas há quase um ano e ainda sem previsão de entrega. Um dos cruzamentos mais movimentados da cidade, o trecho é alvo de reclamações de motoristas e comerciantes da região. Prevista para começar em setembro de 2018, a construção deveria ser entregue, inicialmente, em julho de 2019. Com a pandemia, a Prefeitura diz que não há prazo para a finalização.

O Executivo afirma que metade da obra já está pronta. Até agora, ela custou R$ 13,3 milhões aos cofres do município e do governo federal. A intenção é melhorar a ligação da região central de Curitiba com o Campo Comprido, no sentido leste-oeste. As reformas também trazem mudanças na ligação do bairro Portão com a BR-277, no sentido norte-sul. A intenção é melhorar a fluidez do intenso trânsito da região.

Inicialmente, as reformas deveriam ter sido iniciadas em setembro de 2018 e finalizadas em julho de 2019, mas nem começaram, estendendo o prazo final para abril de 2020.

Em janeiro de 2019, o início da obra foi anunciada pela Prefeitura e tapumes foram colocados na faixa da esquerda da Mário Tourinho, logo após a Fonte de Jerusalém. E por lá ficaram por três meses, atrapalhando o trânsito, sem nenhuma construção.

A justificativa foi a falta de estruturas metálicas para o reforço da trincheira. O material precisou ser substituído e uma nova previsão foi estabelecida, com término para abril de 2020.

Bloqueio causou trânsito na Rua Mário Tourinho em janeiro de 2019. Foto: Pedro Ribas / SMCS

Os tapumes foram retirados e o serviço retomado somente em julho de 2019. Segundo a Prefeitura, a interrupção foi necessária para que fossem feitas adequações ao projeto. As reformas precisaram ser redimensionadas de acordo com  novas condições do setor no país. As mudanças surtiram efeito, porém, a um custo adicional de R$ 900 mil – o valor inicial era de R$ 12,4 milhões. Em setembro, a região voltou a ter mais problemas com o tráfego intenso.

Dificuldades com a pandemia

As modificações no projeto inicial fizeram com que o prazo para entrega da obra fosse estendido para abril de 2020. A Prefeitura sustentava que em sete meses poderia finalizar o trincheira e normalizar o trânsito. Mais uma vez, não foi o que aconteceu. Desta vez, a justificativa foi a pandemia do coronavírus.

Além dos imprevistos enfrentados na cravação das estacas, como a quebra do maquinário utilizado na operação, a pandemia afetou o andamento dos trabalhos. Segundo o Executivo, os profissionais que pertencem ao grupo de risco, entre eles engenheiros, mestres de obra, operadores de máquias e operários tiveram que ser afastados.

A quarentena também impactou o fornecimento de insumos, peças e equipamentos, assim como a logística de entrega dos materiais de construção para a execução dos trabalhos. Há fornecedores e prestadores de serviços com sedes em outras cidades ou até estados que, com a pandemia, vivem situações severas que paralisaram a produção e a entrega dos produtos. 

A Prefeitura divulgou que a Secretaria Municipal de Obras Públicas pactuou com a empresa que está executando a construção o tempo necessário para finalizar o serviço. Segundo o Executivo, o prazo não poderá exceder o mês de setembro. Ademais, os efeitos da pandemia e o saldo remanescente da obra irão influenciar diretamente na conclusão do trabalho.

O que já foi feito

Atualmente, a escavação do novo leito da pista ainda precisa ser concluída. Essas mudanças devem passar sob a Avenida Nossa Senhora Aparecida, e a implantação da laje, do novo pavimento e das barreiras de New Jersey. Os serviços executados instalaram todas as 918 estacas metálicas que formam a parede da nova trincheira.

Além disso, foi feita a alteração completa da Rede de Distribuição Urbana (RDU) de energia elétrica. Com isso, foram construídas novas galerias de águas pluviais, que devem formar parte da estrutura dedicada à drenagem da região. Em relação à pavimentação, o trecho da Mário Tourinho entre a Nossa Senhora Aparecida e a Avenida Vicente Machado está ganhando novas camadas de asfalto.

Apesar da pandemia, e do atraso da trincheira, o prefeito Rafael Greca (DEM) tem sido ativo em fazer obras pela Capital. Uma delas é tentar cumprir sua promessa de asfaltar 400 quilômetros das ruas de Curitiba. A Prefeitura já está se aproximando desse número e, até maio, foram gastos R$ 221,8 milhões na pavimentação da Cidade.

CPI na Câmara

Em publicação nas redes sociais, o vereador Professor Euler (PSD) afirmou que está há um ano tentando coletar assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue as obras da Mario Tourinho e da Linha Verde – reforma pendente desde 2006. Para que o procedimento seja instalado são necessárias as assinaturas de 13 dos 38 vereadores.

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