Trabalhadores da Renault são readmitidos

Metalúrgicos aceitaram acordo, acabaram a greve e 747 votarão à indústria

Após a justiça determinar a reintegração dos 747 trabalhadores demitidos da Renault do Brasil, em São José dos Pinhais, a indústria firmou acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e readmitiu todos os afastados, que voltarão a trabalhar no dia 20 de agosto. Com isso, encerrou-se a greve da categoria, iniciada em 22 de julho.

No acordo, os trabalhadores aceitaram aderir ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) e entrar em redução ou suspensão temporária do contrato de trabalho (lay-off) pelo prazo inicial de 5 meses após o processo de reintegração, ou retomar à produção. O acordo coletivo tem duração de quatro anos, com vigência de setembro de 2020 a agosto de 2024.

Os trabalhadores aprovaram ainda um pacote salarial que contempla a Data Base e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que pode chegar à R$ 100 mil até 2023. 

As demissões foram justificadas pela queda de 47% nas vendas de veículos da montadora no primeiro semestre. A Vara do Trabalho de São José dos Pinhais, no entanto, entendeu que a multinacional desrespeitou acordo firmado no Ministério Público do Trabalho (MPT). Nele, a Renault se comprometia a negociar demissões coletivas com a entidade sindical. Com isso, a justiça mandou a indústria readmitir os 747 funcionários afastados.

“A reintegração e o fechamento de um acordo que mantem os empregos é uma vitória dos trabalhadores que mostraram união e mobilização. A garantia para manter os empregos tem sido a nossa maior luta atualmente. Como ficou claro, existem ferramentas que podem ajudar nesse sentido. Basta ter boa vontade para sentar e negociar”, diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Sérgio Butka. 

“Sempre estivemos abertos ao diálogo. As bases do acordo coletivo aprovado respondem aos desafios de adequação de estrutura e de competitividade que a empresa já vinha buscando, com soluções como o PDV, flexibilidades, além de todos os aspectos de competitividade definidos até agosto de 2024”, afirma Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil.

A multinacional tem quatro fábricas do Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR), onde estão 7,3 mil trabalhadores. No local são produzidos os modelos Sandero Stepway, Logan, Kwid, Duster, Oroch, Master e Captour. Uma das unidades produz motores e injeção de alumínio.

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