Só você ainda usa máscara? Confira os cuidados para continuar em segurança

Mesmo que cercada de pessoas sem máscara, é possível estar protegido da Covid-19

Com o aumento do percentual de pessoas vacinadas contra Covid-19 muita gente abriu mão da máscara em locais de uso público, como escritórios, terminais do transporte coletivo e no comércio. A nova onda de contaminações por Covid e Influenza, no entanto, está aí para reforçar que a vacina não impede a contaminação – porém reduz, e muito, o agravamento da doença. Mas se só eu uso a máscara, estou segura?

O Plural foi atrás da resposta para essa pergunta na literatura científica e junto a bióloga e especialista em biossegurança, Melissa Markoski, da UFCSPA. A boa notícia é que sim, mesmo com outras pessoas sem máscara, você está protegido se estiver com uma.

Mas quão protegidos estamos e o que podemos fazer para não diminuir essa segurança. Markoski explica que a proteção “vai depender da exposição”. Ou seja, o local em que você está é mais contaminado, tem mais risco de ter pessoas doentes e o vírus circulando? Esse ambiente não tem uma boa circulação de ar? E a sua máscara: é de qualidade e está bem ajustada?

Espaços como o transporte coletivo, clínicas e consultórios médicos, ambientes com muitas pessoas tem maior potencial de contaminação e exigem cuidado extra. “Uma mascara de várias camadas, bem ajustada vai te proteger. A eficiência da máscara é de 95%, mas a eficiência de proteção da máscara é mais difícil de obter”, informa. A ordem sempre que você for se expor a esses locais mais arriscados é usar a máscara mais segura, que são as PFF3, PFF2, N95 e KN95.

Uma pesquisa feita no Japão comparando o risco de contaminação com diferentes máscaras mostra que após ser exposta por 20 minutos a uma pessoa contaminada, a máscara N95 (PFF2 no Brasil) teve entre 80 e 90% de eficiência contra 50% da máscara cirúrgica. O experimento japonês simulou exatamente uma situação com uma pessoa doente e sem máscara e outra com máscara.

Gráficos dos resultados obtidos na comparação da exposição a pessoas contaminadas por tipo de máscara.

Mas a bióloga reforça que a eficiência da máscara depende do bom ajuste dela ao rosto. O objetivo é forçar todo ar que você inala e expele a atravessar as camadas dela. Por isso, qualquer abertura reduz a filtragem e, como consequência, a proteção.

Outro ponto destacado por Markoski é a ventilação. “A circulação do ar ajuda a dispersar gotículas e aerossóis”, explica. O distanciamento adequado de pessoas sem máscara colabora também com isso. É preciso considerar também o tempo que a pessoa de máscara ficou exposta a outra sem. Menos é melhor.

E na hora de tirar a máscara? A especialista recomenda procurar um local com melhor ventilação, próximo a uma janela aberta ou ao ar livre. E manter o distanciamento.

E quais cuidados ter além da máscara? “Em primeiro lugar estar vacinado”, diz. A vacina reduz as chances de agravamento, bem como de desenvolvimento da doença. No entanto, não elimina totalmente a possibilidade da pessoa contrair e transmitir a doença. “Tem que utilizar a máscara mesmo vacinado”, completa.

Além disso, ela recomenda cuidado na higienização das mãos, principalmente na hora de tirar e por a máscara e tocar o rosto. Manter o distanciamento de pessoas que não estão de máscara e tentar comer sempre ao ar livre.

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