Servidores desocupam Alep e acampam na porta do Palácio Iguaçu

Greve continua até Ratinho apresentar proposta de acordo

Mesmo após uma noite de ocupação na Assembleia Legislativa do Paraná, os servidores públicos do estado ainda não conseguiram uma proposta de acordo do governo Ratinho Jr. (PSD) para finalizar a greve, que entra em seu 16º dia. Após muito barulho e confusão nas sessões de ontem (8/7) e de hoje (9/7), os deputados estaduais falaram, falaram mas pouco fizeram para intermediar as negociações. Com o início do recesso parlamentar, os grevistas decidiram pressionar nas portas do Palácio Iguaçu, onde montaram acampamento nesta manhã.

“Ratinho foi pra Brasília apoiar o fim da aposentadoria, então vamos acampar na porta do Palácio. A reunião que estava prevista pra hoje de manhã está indicada para quinta pela manhã e não sabemos se este governo vem pra mesa, de fato. Portanto, a greve unificada dos servidores continua”, garante o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão.

Sessão na Alep foi tumultuada. Foto: Giorgia Prates/Plural

O professor lembra as pautas centrais da educação. “Lutamos pela manutenção dos critérios de contratação de temporários, concurso público, jornada de trabalho em hora-aula para os pedagogos e não punição pela participação dos servidores na greve, pois está muito grave o comportamento da Secretaria de Educação, que além de ilegal é uma forma totalmente autoritária e antidemocrática, também sustentada pelo governador Ratinho Júnior”, avalia.

Em passeata, por volta das 11h, os grevistas desocuparam a Alep e seguiram pra o Palácio aos gritos de “Fora Feder!” (Renato Feder, secretário estadual de educação) e “Data-base já!”.

Foto: Giorgia Prates/Plural

“Como não tem resposta e alguns deputados usam o discurso acirrado sobre os salários dos servidores, de forma mentirosa e distorcida, houve um movimento de ocupação da Alep. Procuramos ainda o procurador-geral do estado, pedindo mediação, e de outras lideranças públicas, no sentido de dar solução para o impasse desta greve, longa mas necessária. Por isso,  vamos resistir”, ressalta Hermes.

“Diante deste desrespeito, decidimos trazer a greve para o centro do Poder Executivo pois é o governador que precisa deixar de se ausentar e debater o ajuste das propostas, simples e possíveis, para provar respeito e valorização por nossa categoria, que, afinal, foi o mote da campanha dele. Faremos vigília em cada Núcleo de Educação deste estado, pois não é possível que uma pauta que busca pelo cumprimento das leis e dos direitos receba o descaso do governador como resposta”, avalia o sindicalista.

“Nós merecemos respeito, pois respeito aos servidores é respeito à população que votou num plano de governo que não está sendo aplicado. Estamos denunciando uma fraude eleitoral pois o governador vem aplicando um programa que ele não apresentou à sociedade e, num estado democrático de direito, a maioria dos votos não autoriza o eleito a governar como bem queira. Ele precisa respeitas as leis vigentes, pois ainda temos uma constituição no Brasil que não foi destituída. Nossa greve está forte e nossa greve continua.”

Foto: Giorgia Prates/Plural

De acordo com os sindicatos, 28 categorias apoiam o movimento grevista e 70% dos professores e funcionários de escolas participam da paralisação. Os servidores estão há três anos com os salários congelados e pedem apenas o reajuste da inflação do último ano, que é de 4,94%. O governo chegou a ofertar uma reposição, mas parcelada em três anos e condicionada à retirada de outros direitos, o que não foi aceito pelos grevistas.

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