Adiar o colapso dos hospitais públicos de Curitiba está saindo caro. Em 18 de junho a capital tinha 477 leitos de UTI, entre unidades de uso geral e exclusivas para Covid-19. Desde então a cidade ativou (ou seja, contratou e colocou em funcionamento) mais 80 leitos.
Com isso, a Secretaria Municipal de Saúde conseguiu manter a ocupação geral em 72%, mas a um custo diário estimado de R$ 128 mil.
Sem os leitos extras, a ocupação de todas as unidades de UTI (tanto as de uso geral quanto as exclusivas Covid-19) estaria em 85%.
A situação é mais grave se olharmos apenas as unidades exclusivas para Covid-19. Em 18 de junho eram 254 leitos desse tipo, com 87 ainda livres (ocupação de 66%). Neste dia 15 de julho, a cidade chegou a 303 leitos exclusivos ativos, com apenas 37 ainda disponíveis e ocupação de 88%.
Ou seja, sem os 80 leitos ativados, a cidade já não teria mais leitos exclusivos para Covid-19 disponíveis. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde.
A conta é simples. Neste dia 15 de julho Curitiba tem ativos 557 leitos de UTI, dos quais, 303 exclusivos para Covid-19. Destes, apenas 157 estão livres. Em 18 de junho, a cidade tinha 201 leitos Covid-19 ativos e 477 no total, com 65% de ocupação.
Como cada leito exclusivo para Covid-19, por decisão do Ministério da Saúde tem diária de R$ 1600,00, só os leitos extras custam R$ 128 mil por dia, um total de R$ 3,8 milhões em um mês, um custo que poderia ter sido evitado se a cidade tivesse conseguido conter o avanço da doença.