O arquiteto de sistemas Jacson Fressatto criou uma tecnologia inovadora e de ponta que tem um enorme mercado potencial: um robô cognitivo capaz de analisar milhares de dados e fazer previsões. Chamado de Laura, o robô tem sua aplicação na saúde a mais conhecida, mas pode ser aplicado em inúmeras outras áreas.
Se criar uma tecnologia imprescindível é o sonho de 10 entre 10 empreendedores digitais, muitos dos quais esperam com isso ganhar muito dinheiro, Fressatto vai na direção contrária. Ele acaba de doar para o Instituto Laura Fressatto o software que desenvolveu para monitorar indicadores de pacientes em hospitais, prevenindo mortes.
O Instituto irá captar recursos e firmas parcerias para subvencionar a aplicação do robô Laura em instituições públicas. A intenção, explicou Jac, como é conhecido, em entrevista ao Plural, é agilizar e viabilizar o uso da tecnologia no Sistema Único de Saúde.
“Uma empresa não pode receber doações. Já o Instituto, sim. Ele pode captar recursos que viabilizam a implantação em hospitais públicos. Além disso a celebração de parcerias entre instituições sem fins lucrativos e entidades públicas é menos burocrática”, explica Fressatto, que é colunista do Plural.
Mas se o trabalho dele agora é do Instituto, como fica a empresa que criou para vender o uso da tecnologia para o mercado? “Eu defendo muito a bandeira de que temos que criar algo tão essencial que os outros setores irão nos contratar. A saúde, no nosso caso, não precisa ser nosso carro-chefe (em receitas)”, conta.
Usada em 13 hospitais piloto de três estados brasileiros, a tecnologia Laura está conectada a mais de 2,5 milhões de pacientes e já ajudou a salvar 12.283 vidas em 1.003 dias de operação. O Instituto foi lançado no último dia 6 de agosto, em Curitiba, com o objetivo de levar o robô para 100 hospitais nos próximos meses.