Retorno à escola em 2020 não é possível para 87% dos municípios do PR

Pesquisa ouviu prefeituras sobre volta às aulas presenciais e ensino remoto em meio à pandemia

Em todo o Brasil, 3,2 mil municípios – 82% das prefeituras entrevistas – acreditam não ser possível retornar às aulas presenciais em 2020 e devem seguir no ensino remoto até o fim do ano letivo. No Paraná, dos 399 municípios, 368 foram ouvidos pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Das entrevistadas, 320 cidades (87%) não veem possibilidade de retorno à escola em 2020 e 363 (98%) não têm data definida para a retomada presencial.

A CNM não divulga recortes da pesquisa por cidades nem informou quais as cinco paranaenses que já definiram a volta. Mas foi possível descobrir que 367 (99%) dos municípios do PR oferecem atividades pedagógicas não presenciais, quase todos (365) por meio de materiais impressos. Em 277 (75%) deles, as prefeituras afirmaram ter investido na formação dos docentes.

Sobre planejamento para a volta, apenas 219 cidades paranaenses (59%) possuem algo elaborado ou em fase de elaboração. Já em 147 (40%), os planos para o retorno não foram construídos, apesar de 244 (66%) já terem estabelecido comitê ou colegiado interdisciplinar com profissionais de Educação e Saúde para definição de ações conjuntas para a volta às aulas.

Desafios

A maioria (72%) dos municípios do Paraná indica o retorno gradual às aulas em sistema de rodízio (64%). Destaque para o modelo de ensino híbrido, apresentado por 74% como uma estratégia para garantir o ano letivo e recuperar os possíveis déficits de aprendizagem ocasionados pela pandemia.

A necessidade de um aporte financeiro de caráter excepcional preocupa os atuais gestores. Para 84,5% dos municípios pesquisados, o mínimo de 25% dos recursos vinculados à Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE) já está comprometido. Foram gastos para garantir a segurança alimentar dos alunos e atividades pedagógicas não presenciais (ensino remoto), formação de professores, impressão de material didático-pedagógico, adequações estruturais, aquisição dos equipamentos de segurança sanitária e proteção individual (EPI).

Somente para estes últimos, a estimativa de custos é de R$ 117 milhões, apenas para as Redes Municipais, sendo que o total de repasse aos Fundos de Saúde de todo o Brasil – para todas as escolas da Rede Pública do país – é de R$ 454 milhões.

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