Repense suas festas de fim de ano

A pandemia exige criatividade nas celebrações, com distanciamento social e quanto mais livre melhor

Os números alarmantes de casos e mortes por coronavírus em Curitiba não devem mudar tão cedo. Pelo contrário. A tendência com a movimentação e reunião de pessoas para as festas de fim de ano deve piorar o cenário, que já caminha para o colapso do sistema de saúde da Capital. Então, o que fazer para celebrar este momento tão esperado e importante para as famílias no Brasil? Repensar a festa.

“O ideal é que não façamos confraternização com pessoas que não moram no mesmo domicílio, pois é um momento em que as pessoas vão tirar a máscara, conversar bastante, e se nesta reunião estiver algum pré-sintomático (ou assintomático) pode colocar toda a família em risco, e isso é algo para se avaliar”, afirma a médica infectologista Viviane Hessel, coordenadora do Núcleo de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Marcelino Champagnat, de Curitiba.

Ela lembra que no trabalho é a mesma coisa. Há um decreto estadual que proíbe reuniões em empresas ou com mais de 10 pessoas. “Precisamos encontrar outras formas criativas de confraternizar.”

E o que poderia deixar estes momentos mais leve e menos perigosos? A opção mais indicada, ainda, são encontros remotos, nos quais toda família consegue conversar pelo computador ou celular. Pode haver um concurso de decoração, com eleição ao vivo. As crianças podem abrir instantaneamente os presentes e descobrir qual o mais diferente ou parecido.

Outra alternativa são os espaços abertos. “Um encontro ao ar livre, com todos de máscara, tirar só no momento da alimentação e em mesas separadas. Ainda assim há o risco.”

Portanto, o Papai Noel e as crianças também devem estar de máscara e higienizar os presentes e as mãos com frequência. Na hora da foto, nada de se abraçar ou tirar a máscara “só um pouquinho”. É um segundo que basta.

Pensar no coletivo

O coronavírus pode ser transmitido pelas gotículas de saliva ou fluídos nasais dois dias antes do aparecimento dos sintomas até o décimo dia após a manifestação da doença, recorda a médica. Por isso, é importante o distanciamento e também o isolamento social assim que houver suspeita de contaminação ou qualquer sintoma.

Eles podem ser: dor de garganta, tosse seca, febre, dor no corpo, dor muscular (mialgia), mal-estar, diarreia, dor de cabeça, muito parecido com um quadro gripal, que pode se desenvolver para um quadro mais grave, na segunda semana, evoluindo para uma pneumonia viral, com a necessidade de internamento e oxigênio.

A infectologista destaca que a transição respiratória da Covid-19 depende da proximidade, especialmente sem máscara. “O comportamento das pessoas teve efeito no aumento da transmissibilidade, elas estão cansadas, houve relaxamento das medidas de prevenção. Várias pessoas positivas e mesmo assim saindo de casa. Se 15% ou 20% dos pacientes com o vírus internarem, teremos o colapso no sistema de saúde e é isso que estamos tentando evitar”, enfatiza. “É difícil sim, mas precisamos ter paciência e pensar no coletivo, no nosso próximo.”

Então, boas, calmas e criativas festas para sua família neste fim de 2021!

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