A vacinação do governador Ratinho Jr. (PSD), neste domingo (11), levantou questionamentos entre paranaenses. Apesar de morar em Curitiba, o chefe do Executivo estadual foi vacinado em Apucarana, na região Norte do estado. Segundo o site do governo, ele não cumpria agenda oficial na cidade.
Por ter 40 anos, Ratinho Jr. poderia ter sido imunizado um dia antes na capital paranaense, onde a campanha de vacinação foi retomada no sábado (10) justamente para adultos a partir da idade do governador. Em Apucarana, o político recebeu a vacina do laboratório Janssen, que, por ser de dose única, atinge a eficácia máxima mais rapidamente em comparação às demais distribuídas pelo Ministério da Saúde. Por isso, tem sido bastante cobiçada pelos “sommeliers de vacina”, expressão usada para identificar aqueles que querem escolher a vacina para se imunizar.
O fato não passou batido e repercutiu nas redes sociais e entre deputados. Em resposta, o governo afirmou que não têm cabimento as suposições acerca de uma possível escolha de imunizante.
“E o nosso governador Ratinho Jr. que por acaso tomou a Janssen em Apucarana, onde ele não mora”, diz um post no Twitter. “(…) a plebe não pode escolher a vacina senão vai para o fim da fila. O Exmo. Governador escolhe a vacina e a cidade (Apucarana) que estaria aplicando Jansen??? Todos sabemos seu domicílio Sr. Governador. Não subestime nossa inteligência. Viva a hipocrisia!!!”, critica outra mensagem postada nesta segunda-feira (12) na mesma rede.
Mais cedo, Ratinho Jr. também recebeu crítica da oposição. “Do meu gabinete, tomaram Astrazeneca, Coronavac, Pfizer, Jansen… sempre “Akitinha” na vez. E NENHUM assessor foi para qualquer cidade do Estado para escolher a vacina a qual queriam tomar. Dar exemplo é a nossa função primária. O Rato é do time do time dos sommelier de vacina!”, escreveu o deputado Requião Filho (MDB).
Ao contrário da Janssen, os esquemas vacinais com a AstraZeneca (Oxford/Fiocruz), Coronavac (Instituto Butantan/Sinovac) e Cominarty (Pfizer/BioNTech) precisam de duas doses para se completarem, em intervalos que variam de 21 dias a três meses.
Estudos recentes mostram que os efeitos da variante delta – nova cepa do coronavírus que voltou a preocupar autoridades sanitárias na Europa nos últimos dias – só podem ser controlados com o ciclo completo de imunização, o que é mais fácil no caso das vacinas de dose única. Diante do aumento da circulação da cepa no país, estados como São Paulo e Santa Catarina já anunciaram redução no intervalo entre as doses da AstraZeneca – a vacina mais comum no Paraná até agora, correspondendo a 55% das doses aplicadas. Com a Janssen, foram vacinados apenas 3,9% dos paranaenses já contemplados.
Em nota, o Palácio Iguaçu respondeu que a vacinação de Ratinho Jr. em Apucarana não foi escolha. “O governador tem residência em Apucarana e costuma passar os finais de semana no município. Como a vacinação chegou em sua faixa etária neste domingo e ele estava na cidade, foi se vacinar”, diz o texto.
Ainda segundo o governo, o chefe do Executivo “não sabia qual vacina estava sendo administrada e acreditava que seria imunizado com a Coronavac ou Pfizer, que foram as últimas distribuídas pelo estado na sexta-feira. No entanto, Apucarana ainda tinha doses da vacina da Janssen, que estavam sendo aplicadas no sábado no município. Algumas sobraram e os primeiros a serem vacinados no domingo pela manhã, receberam o imunizante de dose única. O governador chegou cedo ao local de vacinação, esperou sua vez na fila e só soube qual imunizante receberia na hora da aplicação”.
A nota diz ainda que o governador tem feito questão de reforçar em todas as suas falas que todos os imunizantes hoje distribuídos são seguros e eficazes, “não tendo cabimento a escolha de qual imunizante tomar”.
Leia a nota na íntegra
Não tem nenhum cabimento tal suposição. O governador tem residência em Apucarana e costuma passar os finais de semana no município. Como a vacinação chegou em sua faixa etária neste domingo e ele estava na cidade, foi se vacinar. O governador não sabia qual vacina estava sendo administrada e acreditava que seria imunizado com a Coronavac ou Pfizer, que foram as últimas distribuídas pelo estado na sexta-feira. No entanto, Apucarana ainda tinha doses da vacina da Janssen, que estavam sendo aplicadas no sábado no município. Algumas sobraram e os primeiros a serem vacinados no domingo pela manhã, receberam o imunizante de dose única. O governador chegou cedo ao local de vacinação, esperou sua vez na fila e só soube qual imunizante receberia na hora da aplicação.
Ratinho Junior tem reforçado em todas as suas falas sobre a vacinação que todas as vacinas disponíveis são seguras e eficazes, não tendo cabimento a escolha de qual imunizante tomar. E ser vacinado em Apucarana foi uma forma de prestigiar a equipe de trabalho da saúde do município, que foi pioneira no projeto de vacinação De Domingo a Domingo. Inclusive, neste final de semana, segundo o levantamento da Secretaria de Estado da Saúde, 122.389 doses foram aplicadas em 166 municípios. Este é o maior número de aplicações já registrado aos sábados e domingos desde o início da campanha, em 26 de março.
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