Profissionais de saúde ainda não foram vacinados em Curitiba

Previsão é daqui uma ou duas semanas, mas data não está definida

“Isso é uma falta de respeito, eu me sinto desvalorizada. Parece até que querem que a gente morra. Aí quero ver quem vai cuidar. Só pegaram umas pessoas pra tirar foto e por na mídia. Até agora nada, não fomos nem informados e não tem nada definido sobre a vacina pra todos nós”, diz a enfermeira de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba. Como ela, outros 14,5 mil profissionais da saúde que atuam na linha de frente da Covid-19 aguardam receber a primeira dose da vacina contra a doença.

Pelo Plano Municipal de Vacinação, equipes que atendem pacientes com coronavírus em hospitais, UPAs e SAMU sãos os próximos da fila, depois dos trabalhadores e moradores de instituições de longa permanência para idosos (asilos), outras instituições de abrigamento, e indígenas.

Segundo a Prefeitura, a imunização deste primeiro grupo deve durar entre uma e duas semanas. Só então, os profissionais de saúde começarão a ser vacinados, o que ocorrerá no pavilhão de eventos Positivo, no Parque Barigui.

“O que não dá pra entender é porque a prefeitura não direcionou as doses dos profissionais da linha de frente para que fossem vacinados nos próprios hospitais. Talvez a gente não tenha vacina suficiente”, questiona um profissional do Hospital de Clínicas (HC).

E não tem mesmo. Curitiba recebeu apenas 23 mil doses da Coronavac neste 20 de janeiro. A previsão é de que outras 23 mil doses cheguem mais tarde. Ainda assim, um número distante dos 80 mil profissionais que compõem o grupo prioritário da primeira fase do plano de vacinação municipal. Lembrando que cada pessoa deve receber duas doses do imunizante.

“A partir do momento que a vacina foi entregue pro Greca, o secretário da saúde não responde mais pelos hospitais do Estado?”, questiona uma profissional do Hospital do Trabalhador (HT). “Tá todo mundo angustiado, continuamos correndo risco, todos muito ansiosos, achando que ia começar ontem, e não temos nem previsão. Entendemos que veio pouca dose, mas não sabemos porque não começou nem para os prioritários. Fizeram toda mídia pra aparecer na tv e ficar bonito e não vacinaram mais ninguém aqui”, afirma.

Sua colega, que também cuida de pacientes com coronavírus, relata que se sente “extremamente desrespeitada” enquanto profissional de saúde. “As pessoas me perguntam se já fui vacinada e cada vez que preciso responder me sinto desvalorizada.”

Urgência

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sismuc) de Curitiba reforça a necessidade urgente de vacinação de todos os profissionais de saúde, independente do setor, assim como os profissionais da Fundação de Ação Social (FAS) e da Guarda Municipal (GM).

“Cobramos que o calendário de vacinação seja cumprido com urgência. A vacina é o único recurso com eficácia comprovada para combater a pandemia. É urgente que os governos avancem nas negociações para garantir a imunização dos trabalhadores da linha de frente e dos grupos de risco.”

Segue o Plano

A Prefeitura de Curitiba respondeu ao Plural que “a ordem dos grupos a serem vacinados está detalhada no plano municipal de vacinação, que será seguido conforme sejam disponibilizadas novas doses”.

Até agora, foram vacinados profissionais da enfermagem que estão atuando como vacinadores e a população indígena aldeada. Estão sendo vacinados os idosos, pessoas com deficiência e trabalhadores de Instituições de Longa Permanência.

Na sequência, serão as equipes que trabalham nos hospitais, nos setores que atendem Covid-19, e então as equipes que trabalham nas UPAS e SAMU, também nos setores que atendem pacientes com o vírus. A imunização de todos os profissionais de saúde será no Parque Barigui, por agendamento. Vacinação nos locais de trabalho somente se houver necessidade, reforça a Prefeitura.

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5 comentários em “Profissionais de saúde ainda não foram vacinados em Curitiba”

  1. A prefeitura vai pagar aluguel pela utilização do pavilhão Positivo/Malucelli?
    Os grandes hospitais têm centenas de profissionais na linha de frente, o correto não seria vacinar nos locais de trabalho?
    As salas de vacinação vão ficar ociosas?
    Os idosos que não moram perto do pavilhão e têm salas de vacinação na vizinhança, não serão submetidos a deslocamentos desnecessários?
    A saúde não teria que estar acima do “marketingui” e da propaganda?

    1. Mas o prefeito tem que fazer os jargões e aparecer no sensacionalismo criando o “Pavilhão da cura”… gastando dinheiro desnecessariamente.

  2. ? A resposta para esta reportagem está informada no inicio, … as equipes que atendem nas upas e samu serão os próximos da fila…”.
    Sobre este servidor nao tem sido informado(?!?), ele mesmo responde na sequência sobre plano de vacinacao… ué, entao ele está sabendo…. Ou sou muito burro ou esta pessoa nao quer entender!

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