Polícias têm promessa de acordo com o governo

Protestos e risco de aquartelamento levam Sesp a prometer proposta

Uma longa reunião entre o secretário de segurança pública do Paraná, coronel Rômulo Marinho Soares, o delegado-geral Silvio Rockembach, e representantes de policiais civis definiu um possível acordo de negociação entre as partes. As forças de segurança, assim como os demais servidores estaduais (que entraram em greve hoje), reivindicam, entre outras pautas, melhores condições de trabalho e reposição salarial, o que não acontece há quatro anos.

Ontem, após carreata com viaturas sucateadas da Polícia Civil, e risco eminente de aquartelamento por policiais militares da reserva e esposas – que prometiam fechar os quartéis –, o governo decidiu conversar e prometeu apresentar, pelo próprio governador, uma proposta de acordo até o fim do mês.

“Fizemos várias reivindicações, de viaturas, contratação, armamento e a data-base. Prometeram que até dia 29 finalizam os cálculos e o governador, em pessoa, vai conversar conosco na próxima semana, repassando uma proposta para pagamento da data-base”, revela o presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), Kamil Salmen. “É o que esperamos. Caso contrário, voltaremos com muito mais força”, garante.

“O governo sentiu a força da carreata, que foi um movimento contundente e coerente. Os policiais estão cumprindo com a legalidade de não fazer greve, mas de se posicionar”, ressalta o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol), Daniel Prestes Fagundes. “Estamos dando um voto de confiança ao governador, pois é ele quem tem legitimidade política para negociar”, salientou.

Fagundes destaca que a espera não significa desmobilização ou enfraquecimento do movimento. “Continuamos mobilizados e atentos. Mantemos o apoio a todos os servidores e à data-base. Mesmo sucateada e quebrada, a Polícia Civil continua atendendo à população, reduzindo o índice de homicídios”, destacou o presidente.

Militares

Policiais militares não participaram da reunião mas também se manifestaram a favor de esperar a proposta pelo governo. Com isso, foram suspensas todas as ações previstas para a manhã desta terça-feira (25). Profissionais da reserva e esposas de militares anunciavam protestos com barricadas em frente aos quartéis e batalhões da Polícia Militar em todo o Estado, provocando o aquartelamento dos PMs. “Vamos fechar de novo os quarteis, como há 18 anos. Ontem tiraram todas as viaturas quando souberam do nosso ato. Mas estamos só aguardando a nossa vez e ela vai chegar. O governo que nos aguarde”, garante uma das esposas de policiais. “Se nós não pararmos a polícia, os professores vão continuar apanhando do governo”, declarou.

De acordo com o presidente da Associação da Vila Militar, coronel Whasington Alves Costa, as entidades policiais acreditam que o governo apresentará uma proposta justa, que satisfaça a categoria. “Acreditamos que o diálogo é o melhor caminho neste momento, por isso resolveram manter o canal de comunicação para não mostrar radicalismo nesta hora de acirramento dos ânimos, apesar de muitos acharem que o governo  não é merecedor de mais confiança”, revela.

Segundo ele, por enquanto, a prioridade e pauta única das categorias é a data-base. “Mas a PM tem demandas na questão da promoção das praças (curso de cabos, sargentos, oficiais administrativos); pagamento de promoções; pagamento de mudança de nível de subsídio; questões da saúde; equipamentos de proteção; carga horária; alimentação; entre outras”.

Embora parte da categoria tenha aceitado o prazo de uma semana proposto pelo Governo, trabalhadores ligados ao Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), e ao Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná (Sinpoapar) mantiveram o apoio à paralisação.

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