A Polícia Civil (PC) prendeu, nesta quinta-feira (31), quatro veteranos do curso de medicina veterinária do campus de Palotina da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Eles são acusados de terem organizado o trote que deixou ao menos 18 estudantes feridos na quarta-feira (30).
De acordo com a Civil, os alunos foram obrigados a ficar de joelhos, enquanto os veteranos jogaram creolina sobre eles. O produto provocou queimaduras e as vítima foram encaminhadas para o hospital municipal.
Por meio de imagens divulgadas em redes sociais, a polícia chegou aos autores, que foram presos em flagrante e vão responder por lesão corporal dolosa e constrangimento ilegal. “Também estamos analisando se podem ser autuados por cárcere privado, caso tenham impedido os colegas de deixar o local”, explicou o delegado Pedro Lucena.
O primeiro atendimento da ocorrência foi dado pela Polícia Militar (PM). “A equipe que passava pelo local sentiu um forte odor de produtos químicos e chegou a orientar algumas pessoas sobre a situação, pedindo para que fossem ao hospital”, explicou o tenente Franco, comandante do pelotão da PM em Palotina.
Os alunos que ficaram feridos já foram ouvidos na delegacia – uma das estudantes é natural de Colombo, região metropolitana de Curitiba, e todos já receberam alta. Os acusados disseram ao delegado que realmente jogaram creolina nas vítimas. “No depoimento confirmaram o crime, mas disseram que não sabiam que poderia machucar”, observou Lucena.
A UFPR emitiu uma nota na qual condena o trote violento. A instituição disse que “não tolera nenhum tipo de violência e o episódio infeliz envolvendo calouros em Palotina é um caso isolado”.
O reitor Ricardo Marcelo Fonseca lamentou o ocorrido. “Em primeiro lugar me solidarizo com os calouros e suas famílias, que deveriam estar em um momento de comemoração, alegria e não de dor. Porém, ressalto que a UFPR está indignada e que tomaremos rigorosas e imediatas medidas de apuração de responsabilidades, na medida que temos tolerância zero com relação ao trote violento e todas as demais formas de violência física, verbal ou mesmo simbólica.”
A direção do Setor Palotina abriu o processo de apuração de responsabilidade sobre o trote.
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Não cabe a tipificação de tortura, não?