Pesquisadores encontram vestígios de primeiros seres humanos que habitaram os Campos Gerais

Estudos exploram pinturas e materiais preservados

Um grupo de pesquisadores de Ponta Grossa têm feito descobertas de grande importância, relacionadas a um passado muito antigo da região dos Campos Gerais. Por meio do projeto “PG Rupestre” cientistas reúnem esforços para conhecer mais sobre a vida dos primeiros seres humanos que habitaram a região, tendo encontrados dezenas de sítios arqueológicos na Área de Preservação Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana, nos limites da cidade. Os estudos exploram pinturas e materiais preservados através dos tempos e que têm sido encontrados recentemente.

Henrique Simão Pontes, um dos geógrafos responsáveis pelo projeto, comenta que o “PG Rupestre” é uma realização do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas, o GUPE, ligado ao setor de geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Segundo Henrique, as ações do projeto dobraram o número de sítios arqueológicos em Ponta Grossa, atingindo até o momento 50 pontos de interesse, todos localizados nos limites de proteção da APA da Escarpa Devoniana. “O projeto ‘PG Rupestre’ está estruturado em dois objetivos principais. O primeiro é de fazer o inventário e a caracterização de sítios arqueológicos. O segundo é a educação patrimonial”, afirma o pesquisador.

Atualmente sete pesquisadores fazem parte do trabalho. Entre eles, estão geólogos, arqueólogos e turismólogos, além de profissionais da geografia. Conforme Henrique, no começo de 2022 o grupo entrará no momento de ações educativas, onde haverá a capacitação de funcionários de órgãos ambientais e culturais, bem como de professores da rede pública, para que estas áreas sejam manejadas corretamente e também para que os conhecimentos gerados pelos estudos realizados tenham um alcance ainda maior. Serão produzidas cartilhas infantis com informações e conhecimentos arqueológicos, para a distribuição em escolas, além da apresentação do projeto em centros de socio-reabilitação da cidade.

Dificuldades em algumas propriedades

Henrique afirma que a cidade tem um potencial muito grande de sítios arqueológicos, que são ricos em valores científicos e culturais, mas que infelizmente vários proprietários de terras proíbem a entrada dos pesquisadores, o que ocasiona o surgimento de lacunas de conhecimentos em pontos estratégicos para os estudos, dificultando o trabalho dos cientistas. “É muito importante que as pessoas tenham em mente que sítios arqueológicos são patrimônios da União, de maneira que não podem ser destruídos ou degradados, se tratando de um crime federal”, comenta.

O geógrafo reforça ainda a importância de que, ao encontrar possíveis pinturas rupestres ou indícios de um sítio arqueológico, a pessoa entre imediatamente em contato com o GUPE. Este contato pode acontecer de várias maneiras:, através das redes sociais do projeto (instagram ou facebook), e-mail ([email protected]), ou ainda ligando diretamente para a UEPG (através dos números 3220-3000 ou 3220-3300), e pedindo para ser redirecionado para o setor de geociências, falando com algum dos professores ligados ao Grupo de Pesquisas Espeleológicas.

Verbas

Os recursos que permitem as ações de campo (deslocamentos, refeições e compras de equipamento de segurança), além da futura produção de materiais educativos e escolares, é proveniente do incentivo realizado pelo Programa Municipal de Incentivo Fiscal à Cultura (PROMIFIC), que é uma Lei de Incentivo que permite que empresas e pessoas revertam parte do IPTU para apoiar projetos culturais.

O projeto tem patrocínio da Águia Florestas e AP Winner, além de contar com o apoio do Parque de Natureza Buraco do Padre, Projeto ArqueoTrekking e da empresa Planalto Arqueologia, de Curitiba.

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