Paraná entra em alerta de emergência hídrica do Governo Federal

Parecer se deve às previsões de pouca chuva na região nos próximos meses

O primeiro alerta de emergência hídrica emitido pelo Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) inclui o Paraná. Outros quatro estados que compõem a região hidrográfica da Bacia do Paraná – Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo – também foram citados no sobreaviso, publicado nesta quinta-feira (27).

O alerta se deve às previsões de pouca chuva na região nos próximos meses. No Sul e no Sudeste, além do frio, uma das principais características dos meses de inverno são semanas prolongadas de seca.

O parecer do Sistema Nacional de Meteorologia chega como uma espécie de antecipação de riscos para a população e preocupa sobretudo o setor elétrico, já que a situação hidrológica de bacias essenciais ao Sistema Interligado Nacional (SIN) é crítica. No caso do Paraná, o cenário é mais específico, pois a precipitação escassa se arrasta desde o início do ano passado com consequências que já afetam a população. A persistência da condição climática somada à uma estrutura de abastecimento ultrapassada exigiram a esquematização de um rodízio de água na região metropolitana de Curitiba que persiste até hoje.

“A previsão climática (…) indica para o período Junho-Julho-Agosto/2021 a mesma tendência, ou seja, pouco volume de chuva na maior parte da  bacia do Rio Paraná. Essa previsão é consistente com a de outros centros internacionais de previsão climática”, diz o documento, elaborado em conjunto pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet); Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); e pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Cenispam), que compõem o SNM.  

Há duas semanas, a Sanepar, companhia que faz a gestão do abastecimento de água no Paraná, afirmou que poderia endurecer o rodízio caso a falta de chuvas persistisse – o que parece cada dia mais real. Em abril, Curitiba e outras sete cidades tiveram o abril mais seco desde o início da série histórica monitorada pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), em 1998.

“Se a média histórica de chuvas for mantida nos próximos meses haverá um início de recuperação dos volumes de reservação das barragens, que há mais de um ano estão com os níveis mais baixos desde 2009, quando teve início a medição. Por outro lado, se a estiagem prevalecer nos próximos meses e o nível de reservação chegar a 50% a Sanepar fará uma avaliação, a partir das previsões meteorológicas, para definir se será preciso tornar o rodízio mais duro ou se o atual modelo pode continuar”, disse a companhia em comunicado publicado em 13 de maio.

Nesta quinta-feira, o nível médio das barragens do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC) estava em 53,33% – já abaixo do que na semana passada, quando era de 54,32%. Segundo o novo boletim, a barragem do Iraí está com 42,73%; a do Passaúna com 55%; Piraquara I com 64% e Piraquara II com 67,47%.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima