Pandemia já tem mais de um ano e profissionais ainda relatam falta de equipamentos

Falta de insumos e equipamentos inadequados trazem risco a profissionais que atuam no combate à pandemia

Na semana passada, o Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) denunciou que médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Curitiba (Samu) receberam equipamentos de proteção individual (EPIs) inadequados para uso. Os aventais, que deveriam vir com mangas longas, vieram com curtas, deixando o antebraço dos profissionais desprotegidos; além de estarem sendo entregues sem embalagens, o que abre brechas para a contaminação.  

Segundo o médico e representante do Simepar, Alceu Fontana Pacheco Neto, essa não é a primeira vez que esse tipo de reclamação é feita ao sindicato: “A gente tem recebido ao longo deste último ano, inúmeras denúncias tanto de EPI inadequado, quanto de falta de EPI. Elas variam com o passar do tempo, antes era a máscara que era ineficaz, que não era apropriada ou era de má qualidade, um avental que era muito fino, que não era protetivo, dentre outras coisas”. 

Para ele, não há muito o que ser feito nessas horas, o jeito é trabalhar com proteção inadequada. “Mesmo diante da reclamação, a resposta que muitas vezes os profissionais recebem na hora que é o que tem, e que tem que trabalhar com aquilo. Ou seja, a gente continua estando exposto, mesmo depois de um ano e meio”, manifesta.

Essas denúncias foram repassadas à Prefeitura de Curitiba, à direção da Fundação Estatal de Atenção à Saúde (FEAS), ao Ministério Público e ao Ministério Público do Trabalho; algumas inclusive se transformaram em ações contra o município. Porém, segundo a assessoria, mesmo após os encaminhamentos as questões só são resolvidas temporariamente, voltando a acontecer. 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, todos os aventais adquiridos e distribuídos aos serviços de urgência do Município (UPAs e SAMU) foram adquiridos atendendo o que exige a Nota Técnica nº 4 da ANVISA. O órgão alega que, para os serviços de urgência, foram oferecidos aventais de gramatura 60, o dobro do que é indicado pela agência. A SMS também informou que há um documento – ficha de notificação de irregularidades -, para que as equipes possam informar qualquer tipo de desvio de qualidade e padrão daquilo que recebem nos serviços e que, até agora, não foram notificados sobre qualquer irregularidade acerca do produto.

Medicamentos

Além de EPIs, a falta de medicamentos para os pacientes que necessitam de internação também ocorre em diversos hospitais do estado. “Nós recebemos algumas denúncias de que as medicações estão em falta, em alguns lugares fora de Curitiba mais do que aqui. O que a gente vê, na verdade, é que há uma falta de insumos generalizado”, complementa o médico. 

Vale lembrar que, desde o início da pandemia, o Simepar interpôs contra a FEAS cinco ações na Justiça do Trabalho. A justiça já chegou a determinar que algumas medidas fossem tomadas como o fornecimento de máscara N95 e equipamentos de proteção; a testagem nos profissionais; o ressarcimento das testagens da Covid-19 pagas pelos médicos e também o afastamento dos médicos que fazem parte dos grupos de risco e maiores de 60 anos.

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