Número de lojas de armas aumentou no PR no governo Bolsonaro. E as vendas dispararam

São 607 empresas autorizadas a comercializar armamentos e munições no Paraná e em Santa Catarina

Com o crescimento da procura por armamentos, seja para colecionar, praticar caça ou tiro esportivo, cada vez mais empresas vêem no ramo bélico uma oportunidade de mercado. No Paraná e em Santa Catarina, o número de pedidos de registros disparou no últimos anos, o que coloca a 5ª Região Militar como a que mais tem estabelecimentos ativos.

Segundo dados do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (SIGMA) do Exército Brasileiro contabilizados até 30 de setembro deste ano, de 2018 a 2021, o número de estabelecimentos bélicos no Brasil saltou de 48 para 2.641, o que corresponde a um aumento de mais de 55 vezes.

Região Militar2018201920202021Total
1ª (Rio de Janeiro e Espírito Santo)284750107
2ª (São Paulo)88315099340
3ª (Rio Grande do Sul)1288207126433
4ª (Minas Gerais)4435352152
5ª (Paraná e Santa Catarina)5111303188607
6ª (Bahia e Sergipe)123382890
7ª (Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte)5243960128
8ª (Pará, Amapá e Maranhão)1393765142
9ª (Mato Grosso do Sul e Mato Grosso)0526151164
10ª (Ceará e Piauí)15172245
11ª (Distrito Federal, Goiás e Tocantins)54911066230
12ª (Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia)1336841143
DFPC (Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército)310291860
Total Geral4856811598662641

Novos registros

De acordo com o Exército, em 2020 foram concedidos 364 CRs a empresas para venderem armas e munições. O número é 1,7 vez maior que a quantidade de novas lojas abertas em 2018: 206. 

Informações compiladas pela Agência Pública por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) em pedidos ao Exército Brasileiro e à Polícia Federal (PF) mostram que, a partir de 2015, a quantidade novos registros concedidos a lojas de armas disparou, passando de 58 em 2015 para 88 em 2016, 119 em 2017 e 206 em 2018.

Como as concessões do Exército são distribuídas por Região Militar (RM) e não por Unidade da Federação, não é possível verificar quantas lojas cada estado brasileiro possui porque as RMs podem contemplar mais de um estado.

Vendas em crescimento

Desde o início do governo Bolsonaro, lojistas do Paraná sentem um aumento na procura por armas de fogo e assessórios bélicos. Como noticiado pelo Plural, o estado teve um aumento de 137% na média mensal de novos registros para armas sob a atual presidência. Em 2018, 380 certificados foram emitidos mensalmente, já em 2021 a média mensal tem sido de 902, segundo dados da Polícia Federal (PF). Só neste ano (de janeiro a agosto), foram expedidos 7.216 novos certificados para novas armas, dos quais 6.559 pertencem a cidadãos comuns. 

Márcio José Trigo, proprietário da empresa Pau de Fogo, de Curitiba, avalia que desde Bolsonaro, as pessoas passaram a se interessar mais pela compra de armas e munições. Na visão dele, porém, isso não significa que o Governo Federal tenha facilitado o acesso aos armamentos. “Desde que o Bolsonaro entrou e aumentou os calibres permitidos ao cidadão civil, houve um grande aumento nas vendas. É um negócio que vende muito. Houve um aumento exponencial, no mínimo em 3 vezes”, relata.

A empresa, fundada em 1986 pelo pai de Márcio, vende por mês uma média de 250 a 300 armas, entre revólveres, pistolas, rifles e espingardas. Segundo o proprietário, são dois os motivos pelos quais as pessoas buscam pelas armas da Pau de Fogo: defesa pessoal e prática de tiro. 

Mesmo com uma quantia elevada de armamentos vendidos mensalmente, Márcio relata que adquirir uma arma envolve um processo não tão simples: “O cliente interessado tem que ter no mínimo 25 anos. Precisa juntar documentos pessoais, comprovante de residência e comprovante de emprego, juntar certidão de antecedentes criminais em todas as esferas da Justiça (estadual, federal, militar e eleitoral), fazer testes de tiro e psicológico. É um custo médio de R$ 900 a R$ 1.500 para fazer processo junto à Polícia Federal ou Exército.”

Marcos Vinicios de Oliveira Silva, dono da Pégasus Armas, inaugurada em 2007 em Curitiba, conta que, desde 2018, as vendas aumentaram em cerca de 50%. Porém, mesmo com a alta na procura por armas, ele afirma que gostaria de “vender muito mais do que vendo hoje”.

Os clientes da Pégasus compram armamento para finalidades diversas. No entanto, como na Pau de Fogo, a maioria, segundo Marcos, é para defesa pessoal, prática de tiro e caça.

Reportagem sob orientação de João Frey

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