No PR, 12,8 mil servidores ainda não devolveram o auxílio emergencial

Benefício é para pessoas de baixa renda mas vem sendo desviado em vários estados. No Paraná, rombo nos cofres públicos é de R$ 10,7 milhões

Apenas 17% (2.638) dos 15.522 servidores públicos do Paraná que receberam, de maneira indevida, o auxílio emergencial do governo federal devolveram o dinheiro. O levantamento é do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), da Superintendência Regional da Controladoria-Geral da União (CGU-PR) e da Controladoria-Geral do Estado (CGE-PR).

Dos servidores que foram supostamente beneficiados pelo dinheiro, 10.835 trabalham em prefeituras e 4.687 em órgãos da administração estadual. Ao todo, 2.659 funcionários fizeram o ressarcimento para os cofres públicos. No Paraná, o valor desviado chega a R$ 10,7 milhões. Até o momento, apenas R$ 2,9 milhões foram devolvidos, ou seja, 27% do total.

O auxílio emergencial de R$ 600 foi criado pelo governo federal na tentativa de amenizar os efeitos da crise provocada pela pandemia, que atinge com ainda mais força a população de baixa renda. Contudo, dos 399 municípios do Paraná, não houve fraudes no pagamento do benefício em apenas 14 Prefeituras.

As cidades sem indícios de irregularidades nos pagamentos são, em sua maioria, municípios menores. Como é o caso de Entre Rios do Oeste, Itaguajé, Centenário do Sul, Juranda, Pinhalão, Ribeirão Claro, Vitorino, Verê, São Manoel do Paraná, Saudade do Iguaçu, Tomazina, Sertanópolis, Miraselva e Iguaraçu.

Os órgãos envolvidos nesse trabalho sempre deixaram claro que nem todos os supostos beneficiários agiram de má-fé quando solicitaram formalmente o auxílio a que não teriam direito. De acordo com as instituições, pode ter ocorrido o depósito automático em contas de beneficiários de outros programas de transferência de renda do governo, como o próprio Bolsa Família. Em alguns casos há o uso indevido, por criminosos, de documentos dos servidores paranaenses. Casos como esses estão passando por investigação do governo federal.

O superintendente da CGU no Paraná, José William Gomes da Silva, enviou um ofício ao presidente do TCE-PR, conselheiro Nestor Baptista, pedindo informações sobre o repasse das folhas de pagamento de abril dos servidores municipais e estaduais paranaenses.

Os dados de pagamentos requisitados são aqueles feitos para funcionários ativos, aposentados e pensionistas. A ideia é cruzar esses dados com a base do auxílio emergencial e evitar a repetição de desvios no dinheiro do benefício. Nesta quarta-feira (17), começou o pagamento de uma terceira parcela do subsídio.

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